sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2012 COM TUDO DE BOM

Desejo a todos os meus amigos, os que conheço e aos virtuais, um SUPER 2012, com tudo de muito bom e um pouco mais.
Espero que estejamos juntos novamente, no decorrer desse novo ano!
Abraços, e muita PAZ para TODOS.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Natal Chegando...

Queria dizer algo diferente, original e especial, porém tudo já foi dito sobre essa data. Então, lá vai:
FELIZ NATAL!!
Muitos abraços, alegria, fartura, paz, harmonia, saúde, etc.
Que tudo de muito bom aconteça para todos nós. 
Abraços

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Chuvas Fortes em Nova Friburgo

Mais um verão chegando, e claro, mais chuva em Nova Friburgo.
As águas parecem não querer dar sossego para a nossa região. Chove de dia, de tarde, de noite, de madrugada. Chove o tempo todo.
As estradas começam a demonstrar problemas.
A água no distrito de São Pedro da Serra, embora venha em abundância pelo céu, falta nas torneiras.
A empresa responsável (piada né!!!), após várias reuniões durante o ano, NADA FEZ, e a cada chuva eles fecham a água da cidade.
Me parece bem óbvio: VAMOS CAPTAR ÁGUA DAS CHUVAS, fazer reservatórios e filtros, buscar tecnologia no nordeste, e aproveitar essa água que vem do céu!!
E iremos todos não mais precisar da Cia. de Água de Nova Friburgo! Dependeremos apenas de São Pedro, e com esse a gente sabe que pode contar, pois sempre chove por aqui.
Saudações aquáticas!

Eu Queria, letra de música

EU QUERIA
Autor: José Timotheo

Eu queria manter a porta aberta
Eu queria saber dos temporais
Eu queria manter a janela aberta
Eu queria saber mais dos pardais

Eu queria tanto de tudo
Eu queria tudo de uma vez
Eu queria mais de muitas coisas
Algo da sua tez

Eu queria fazer algum verso romântico
Eu queria dizer alguma coisa legal
Algo que fosse mais que tudo
Tudo simples, mas especial

sábado, 10 de dezembro de 2011

Eu Queria, a estória

EU QUERIA
                                                  A estória

          A minha manhã acordou cinzenta. Levantei e você já não estava. Fiquei horas a fio experimentando a solidão. Do lado de fora, a mata resplandecia. Ela bebia toda chuva que podia. E doava gentilmente as suas folhagens para que os pássaros se protegessem das intempéries. Mas com isso toda a mata se abraçava ao canto dos pássaros. Era uma troca constante. E nisso tudo a chuva acabava se “esverdeando” e os pássaros se encharcando dos cantos das árvores, arbustos e riachos. Às vezes,  as matas cantam mais que os próprios pássaros. Quem tem ouvido que ouça. É lá que mora a harmonia.
          Tentei abrir portas e janelas, mas estava com a alma fechada. Lembrei-me que apenas vivia de posse. Eu dono do seu corpo e alma. Você chegava e se trancava dentro das suas cismas. Eu nada perguntava pelas suas dores. Você ia e vinha com a tristeza à tira colo e eu continuava mergulhado na minha cegueira. Só a sua presença bastava. Eu assim sempre achei. Não era de falar muito, isso era conveniente. E eu pensava que pensava. E você já não estava mais ali. Só nesse momento é que percebi, que dessa vez não tinha volta. Você acordou e eu continuei dormindo. Mas bastou eu abrir um pouquinho o olho, para perceber que você tinha visto o dia raiar. Acordei tardiamente.
          Tenho que abrir a porta. Tenho que manter a janela escancarada. Tenho que saber da vida. Tenho que saber de tudo. Tenho que aprender um pouco de vida, de sonho, de esperança, de saudade... Quem sabe um dia você volta? Aí, de repente, eu vou ter coragem de dizer o que eu nunca tive coragem de segredar. Eu queria poder escrever alguma coisa bonita. Sei até que o mais simples a fará feliz. Se você voltar, vou falar de amor. Vou dizer qualquer coisa pra mostrar que você sempre existiu pra mim. Os nossos encontros serão cheios de vida. Você vai ver só! Vai ser tudo simples, mas especial!  

                                                   Fim                           
José Timotheo

sábado, 26 de novembro de 2011

Voa, Voa - no myspace

Olá amigos, acabei de liberar a música Voa, Voa, do compositor José Timotheo, no myspace. Que tal ouvir e deixar um comentário?
http://www.myspace.com/josetimotheo/music/songs/voa-voa-mp3-83532926

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Festival Serra Sons - Lumiar - Feriado da Proclamação da República

Não posso deixar de comentar o ocorrido na localidade de Lumiar - 5º Distrito de Nova Friburgo, nesse último feriado da Proclamação da República.
Marcado para ocorrer do dia 11 ao dia 15 um Festival de Música, com grandes nomes da MPB, o festival foi cancelado no seu segundo dia.
A apresentação de Lulu Santos foi um sucesso, na noite de sexta-feira, embora, apenas 1/2 campo de futebol tenha sido ocupado.
No sábado, o cancelamento do show de Zeca Baleiro, ocasionou já alguns problemas, como atrasos e shows com horários equivocados, no palco 1 e 2. Porém o show de Alceu Valença foi o ponto alto da noite.
Porém a surpresa veio na manhã de domingo, com o boato da não vinda de Flávio Venturinni.
Lá pelo meio-dia, a estrutura do show já se encontrava sendo desmontada. MOTIVO:  Falta de Pagamento!
O público que já se encontrava na localidade, aumentava, hora a hora, pois o grande show esperado ocorreria na segunda-feira, um encontro depois de 20 anos, do CLUBE DA ESQUINA.
O sentimento de todos no local, moradores, comerciantes, turistas, era de profunda tristeza. Os prejuízos foram sendo contabilizados, porém, a dor que se via nos rostos era a de não poder ouvir o grande Milton Nascimento, e seus amigos, nesse que seria um show histórico para a comunidade!
Todos da região sonharam com esse acontecimento, pois todos de uma forma ou de outra, trazem na memória, parte de sua própria história, embalada nas músicas dessa turma!
Que os artistas saibam que o povo desse lugar é honesto, trabalhador e acima de tudo Fãs.
Lembraremos para sempre desse show que não aconteceu!
Que a lição tenha sido aprendida, que não permitam que usem o nome de tão bela localidade para usurpar as pessoas. Que verifiquem os lastros das empresas que se dizem produtoras, assim como a idoneidade de seus proprietários.
E que Lumiar e toda a região, continue a receber seus visitantes da mesma maneira carinhosa e atenciosa de sempre.

Voa, Voa - letra da música

Vôa, Vôa
Autores: José Timotheo e Beto Pepê

O tempo corre
Nas patas do meu corcel
O tempo voa
Como as aves lá no céu
É a saudade
Apertando o coração
Espremendo a minh'alma
Contra a poeira do chão

Voa, voa corcel
Me leva prá
Bem longe daqui
Voa, voa corcel
Eu quero ela
De volta para mim

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Voa, Voa - a estória

                                         VOA, VOA   
                                 A estória


          A estrada aponta para outro rodeio. O ar está sempre no próximo. É ali aonde ele chega e respira. E a vida do peão vai sendo renovada a cada competição. Mas ela nunca está completa. Pode vencer mais uma, mas isso não quer dizer que ele já está realizado. A sua vida está sempre na próxima. Pode até perder, que isso não quer dizer derrota. Pode cair do cavalo, que isso não quer dizer que levou um tombo na vida. O seu modo de viver está atrelado à emoção. Todo mundo sabe que ganhar é bom demais! Entretanto vencer... Vencer os seus limites, mesmo sendo lançado à distância, é o gosto saboroso que ele guarda durante dias. O desafio de ficar em cima “daquele cavalo selvagem”, mesmo que seja durante alguns segundos, principalmente sendo aquele que ninguém consegue nem chegar perto, faz com que o prazer tome o lugar do sangue e corra velozmente pelas suas veias. É o êxtase inebriando a alma.  E o peão viaja no céu!
          Lá vai ele com o seu corcel, amigo inseparável, em busca de mais uma emoção. Mas ninguém sabe, que às vezes, ele com toda aquela alegria, com toda aquelas emoções acumuladas, ruminando suas lembranças, acaba tombando na saudade. E ele deixa escapulir algumas gotas de lágrimas. O seu amor está numa cidadezinha, guardada, envolta na esperança, esperando pelo seu retorno, enquanto ele continua correndo de um lado para o outro.  
          O peão está sempre pegando estradas sem fim. Tenta retornar depois do final do circuito, mas acaba se distanciando tanto, que ao tentar voltar, já está começando tudo de novo. E o desafio dos rodeios fala mais alto. Ele e a estrada acabam sendo uma coisa só. Mas a sua alma acaba se espremendo contra a poeira do caminho. O peão chora e a sua dor vai tatuando cada pedaço de estrada por onde passa. E o corcel dispara entre um pouso e outro, mas não consegue correr o suficiente para ultrapassar a dor do peão.
          Mais um rodeio se aproxima. Ele aproveita a ansiedade da chegada e esconde a solidão na sua mochila. Ele quer ganhar vida. Mas a sua amada está distante. A escolha é difícil. Ele não consegue domar o xucro que carrega dentro de si e adia mais uma vez o retorno. Então prefere colocá-la na garupa da saudade e entrar com ele na arena e tentar ficar o maior tempo possível em cima de outro “cavalo indomável”.
            Ele sai, de mais um rodeio, revigorado. Não se importa do tombo que levou, pois sabe que a sua alma está mergulhada em sonhos. E volta novamente para a estrada carregando o corpo cheio de poeira e o coração arrebentando de saudade. Entretanto uma dúvida pisa na esperança e faz com que ele vacile. Será que o sonho vai se abraçar a realidade? Muda de estrada e voa com o seu corcel para o coração da sua amada.   
Fim

domingo, 2 de outubro de 2011

Te Encher de OIhos - no myspace

Já se encontra liberada a música Te Encher de Olhos de José Timotheo, no myspace do compositor.
http://www.myspace.com/josetimotheo/music/songs/te-encher-olhos-mp3-83532992
Aproveitem e escutem as demais músicas do CD Refiz Estradas.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Te Encher de OIhos - letra da música

Te Encher de Olhos
Autor: José Timotheo

Olho para o céu
E o seu olhar
Brilha mais que estrelas e luar
Vou me transportando sem pensar
Viajante sou...eu vou voar
Vou roubar o céu
Vou te dar
Um cantinho azul
Vou te amar

Vou mergulhar bem fundo
Na sua paixão
Fecundar de amor
O seu coração
Vou penetrar sua alma
E meus sonhos te dar
Mas primeiro vou te encher de olhos
Pra você me enxergar
Vou roubar o céu
Vou te dar
Um cantinho azul
Pra te amar
Fim
Em breve estará disponível a música no myspace do compositor!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Te Encher de OIhos - a estória


TE ENCHER DE OLHOS             
                                (A estória)                          José Timotheo
                                                                        
          Cidade litorânea. Mar aberto. Um sol que salpicava de ouro até onde os olhos podiam alcançar. Estava ali só. Me embriagava de natureza. Mas o coração não saciava a sua sede de amor. E o mar insistia em sacudir a minha esperança. De vez em quando jogava com força as suas águas sobre os meus pés. Às vezes até tentava lavar o meu corpo, mas não conseguia afogar a minha saudade. E ficava ali, olhar e pensamento, perdido naquele mundo de água. Todas as manhãs lá estava eu à beira mar. Parecia que um imã gigante me arrastava até ali. Me sentava na areia até me debruçar no sonho. Essa necessidade de viajar na esperança se tornou uma constante. Era só fechar os olhos e lá vinha ela caminhando em minha direção. Devagar. Olhar escondido do sol. Pelo jeito era para mostrar que os seus olhos também brilhavam intensamente. Eram duas estrelas a iluminar o meu sonho.
           Quando à tardinha chegava, lá vinha ela de novo. Passava por mim sem me ver. O seu olhar parecia que atravessava o meu corpo sem pedir licença. Vazava até a minha alma. Mas não tinha importância. Eu era o único que vislumbrava todo aquele monumento. Nesse instante a emoção encharcava os meus olhos de lágrimas. Só bastava eu enxugar os olhos, para ela desaparecer. Como surgia, sumia num flash. Numa noite eu a tive mais perto. Vinha na minha direção. Os seus olhos luziam como de uma gata na escuridão. Eu sabia que era ela que vinha. O seu perfume era inconfundível. E ele chegou primeiro e me avisou da sua presença. Dessa vez ela chegou tão perto que quase nos esbarramos. Eu percebi que só eu a via. Chegou até a olhar na minha direção, mas o seu olhar tomou outro rumo. E a minha alma sangrou. Sem perceber a minha presença, continuou a sua caminhada. Foi em frente até sumir completamente do alcance da minha vista. Em compensação deixou um pedaço do seu perfume que ficou, durante algum tempo, circulando ao meu redor. Bebi aquele instante de prazer. Olhei para o céu e achei que os seus olhos brilhavam nas estrelas e nos raios do luar. Pensei em roubar um pedaço do céu para tê-la comigo. Amar! Amar! Fazer amor nesse pedacinho de azul. Sonhei! Como sonhei! Viajei! Como viajei! Depois dessa noite, ela não voltou mais. Caí na real. Mas chorei a perda de uma coisa que nunca tive. Assim mesmo chorei muito. E o mar, amigo inseparável, não desistiu de botar a esperança no meu colo e lavar a minha dor. Depois ainda banhou-me de sonhos e me colocou abraçado à saudade.
       
                                           fim 
Em breve, a letra da música, assim como sua liberação no myspace do compositor!         
          

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pensamento de Poeta II

Aprender a Sonhar
José Timotheo
O que o colégio me ensinou?
Até agora, nessa distante caminhada
Da minha existência, não sei
Com certeza pouco aprendi da minha lingua
E eu já sentia que ela tinha magia! Mas me ocultaram
Me ocultaram também que a gente pode sonhar
E dos números, quase nada sei deles
A poesia dos numerais, não me foi mostrada
Me apontaram uma matemática apenas calculista
A minha geografia era muito diferente
Meus continentes não eram os mesmos
Até o meu País que me fora apresentado
Não era igual. O meu já cabia dentro de toda Terra
Naqueles distantes dias, era uma questão
De ordem política e social
As histórias contadas não batiam
Com as que eu já havia ouvido entre dentes
Ou de algum bêbado desatento
Escrevi um pedaço de sonho, sem saber que estava sonhando
Entretanto alguém me disse que aquele caminho não me pertencia
Vaguei algum tempo sem direção
Na realidade parado em cima dos meus calcanhares
Mas um dia encontrei alguns amigos
(E eles já haviam encontrado o caminho do sonho)
Foi ao subir alguns degraus
Que eu nunca havia observado antes
Escalei lentamente degrau por degrau
(E não sabia que quem me dava à mão era a esperança)
Carregando o peso da insatisfação e da ignorância
Mas valeu a pena: lá encontrei os amigos
Que me tiraram a venda dos olhos
Que me apresentaram o mundo real e da fantasia
Lá estava Machado de Assis, Jose de Alencar e outros
As prateleiras estavam cheias de eternos amigos
Ai descobri o que é sonhar
E sonhando, descobri que eu existia
Fim

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Temporal - no myspace

Já está disponível, pra quem quiser ouvir a canção Temporal no myspace do compositor! Vamos lá, continuo esperando algum comentário! Copie o link abaixo ou clique ao lado na lista de músicas FREE.
http://www.myspace.com/josetimotheo

sábado, 3 de setembro de 2011

Temporal - letra da música

Temporal
Autor: José Timotheo

Quanto o tempo mora na serra
Quanto o tempo dorme na serra
Eu não sei dizer, não senhor

Quanto o tempo espreguiça na serra
Quanto o tempo repousa na serra
Eu não sei falar, pro senhor

Eu só sei quando o tempo foge da serra
A pedra e a lama escorregam da mão
A serra não corta mas deixa cicatriz
Quando mexem com a serra
Ela nos deixa infeliz

Cuidem bem da serra
Cuidem bem da Terra
Cuidem bem de vocês
Cuidem bem de mim

Aguardem em breve, a liberação da música no myspace do compositor!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Temporal - a história


TEMPORAL
(a história)
José Timotheo

          O mundo começava a desabar. A Serra escorregava das suas terras altas, como se desmaiasse. Era noite ou dia? Isso não importava muito! O estrago não tem luz, não tem cor... Ele tem dor. E muita dor. Até hoje tem centenas de gritos enterrados... A terra geme... De onde vêm? Ninguém sabe. Mas ele está ali... Está lá... Principalmente dentro de muitas cabeças. E ele vai fazer eco até que alguém desperte.
          A Serra não teve culpa. Ela chorou lama e pedra. Ela não teve mãos para interromper o que os homens arrancaram do seu coração. Ela ficou frágil e deixou o seu sangue escorrer dos montes. Ela é derrubada. Ela não derruba, ela despenca da ambição do homem.
          As cicatrizes estão vivas. O alerta continua vivo. A Serra não morreu e nem vai morrer. Mas o homem pode continuar morrendo. Plante a Serra dentro da sua consciência. Deixe-a florescer. Cuidem bem do ipê, jacarandá, bromélias, orquídeas, de tudo, de tudo, do todo, do seu coração.
          Subia a Serra no dia 10/01/2011. Parei na estrada Muri – Lumiar, em Nova Friburgo, RJ, nas imediações do Stuky. Uma melodia pipocou na minha cabeça. Veio junto uma letra. –“Está caindo um temporal. Não se pode subir a Serra. Eu nunca vi nada igual.” Ainda não chovia. Eu perdi a música e preferia ter perdido a letra. E que nada disso tivesse virado realidade.
           Vamos cuidar melhor da nossa Serra. Vamos cuidar melhor do nosso planeta. Estamos no mesmo barco. Essa nave que viaja solta e alegre por esse infinito e que não tem pouso. Ela vai continuar viajando. E a gente? Se não formos bons tripulantes, vamos ficar pelo caminho... Enterrados com nossos egoísmos e ambições. Precisamos cuidar da Terra. Precisamos ser generosos. Precisamos plantar amor. Precisamos ser Homens de bem. Deuses de nós mesmos.
Fim
Obs: Em Janeiro de 2011, um forte temporal atingiu as Serras do Estado do Rio de Janeiro, o que se viu foram cenas de desespero e muita dor. Parecia irreal aquelas montanhas preservadas, e não favelas, virem abaixo como sorvete. Como amante da natureza e da Mata Atlântica, vi tudo com muita tristeza, e como poeta que sou, respondi com música aquela situação. Acabamos por gravá-la em agosto desse ano, e a mesma será faixa bonus do CD Refiz Estradas. 
Apresento para vocês, a história (com h, pois é verdadeira), embora preferisse que a mesma estivesse apenas na minha imaginação. 
Dedico essa canção à todas as pessoas que sofreram alguma perda, que ajudaram e se envolveram com aquela tragédia, e que ela sirva de alerta, pois as chuvas virão novamente!!
 Em breve a letra da canção e a liberação da mesma no myspace do compositor.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pensamento de Poeta I

OBTUSO
José Timotheo
A gente se olha, se fala...às vezes se fere.
A gente se olha, se cala...às vezes se entende.
A gente se olha, se toca...às vezes se ama.
A gente não olha, não sente...e jamais se esquece.
O canto da boca, cuspindo desejos, escarna o silêncio.
O amor lampeja sem convicção (?) no alto da testa.
O eco responde, amassando no olhar sua indignação.
Estamos confusos...somos obtusos...
Onde está a razão?
A gente se olha e rasga com ânsia o interior.
Descortina a verdade que anda guardada sem explicação.
Faz brotar a paz, que, adormecida, sepulta o amor.
...e enterra a tristeza que vaga errônea pelo coraçao.
Fim
Escrito já tem algum tempo, esse poema foi publicado, tendo o mesmo sido premiado.
Em breve mais uma estória sobre música do CD Refiz Estradas de José Timotheo. Seguida da letra e posterior postagem no myspace do compositor, da música.





















quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Boi Fujão - no myspace

Já encontra-se liberada para ouvir a Música - Boi Fujão, no myspace do compositor:
http://www.myspace.com/josetimotheo/music
Em breve, novas poesias e pensamentos, e claro, mais estórias das músicas do CD Refiz Estradas.
As novas tiragens do CD Refiz Estradas virão com uma faixa bonus "Temporal", música feita pelo compositor José Timótheo, após as terríveis chuvas que atingiram a região serrana no Rio de Janeiro. A música foi gravada em Julho de 2011, nos estúdios Luperan em São Pedro da Serra - Nova Friburgo, por Martha Taruma e Rodrigo Garcia. Vocês poderão conferir aqui, a estória e a letra dessa canção, assim como sua liberação no myspace do compositor.




terça-feira, 9 de agosto de 2011

Boi Fujão - letra da música

Boi Fujão
Autor: José Timotheo

Ê! Boi
Ê! Boi
Esse some
"Inté no chão
Ê! Boi
Ê! Boi
É tinhoso
Assombração

Deixa a viola
Ô! Pião
Pega o laço
E o facão
Vamos pro mato pegar
Um boi fujão

Vamos sem medo de errar
Mesmo sendo um marruá
Acerta o laço na mão
Laça o fujão

Ê! Boi
Ê! Boi
Esse some
"Inté no chão
Ê! Boi
Ê! Boi
É tinhoso
Assombração

Aguardem, em breve liberação da música no myspace do compositor!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Boi Fujão - a estória


BOI FUJÃO
                                                                                A estória

          A fazenda do meu bisavô materno me traz muitas saudades. As lembranças andam a galope na minha cabeça. Parece que foi ontem. Elas ainda estão muito vivas. Hoje a fazenda nem existe mais. Dá até tristeza pensar nisso. Conseguiram transformar um lugar outrora bonito e agradável, onde a alegria galopava no lombo de cavalos belos e dóceis, num lugar deserto e sem vida.
         Morreram os donos e sepultaram com eles a esperança, a prosperidade e a alegria, que campeava em toda a terra. A bondade do meu bisavô era propagada pelos quatro cantos da cidade. Não se ouvia um boiadeiro gritar ou maltratar um gado. O único grito que se ouvia, soava como uma música: -“Ê boi! Ê boi!”- e com muita docilidade. Esse som ficou grudado dentro da minha saudade. Desde os meus dez anos de idade ele vagueia na minha cabeça. Nunca mais esqueci. O respeito pelos animais era de uma grandiosidade inimaginável. Qualquer animal que pisasse na propriedade era respeitado como qualquer ser humano que ali também chegasse. Bastava chamar o cavalo pelo nome que  ele se chegava. Era bonito de ver. Para uma criança então!
          Chegou um boi na fazenda, era um pouco mais do que um bezerro. Mas já era valente. E genioso pra cacete! Daqueles que derrubam peão até no pensamento. Ele não permitia que nenhum boiadeiro se aproximasse dele. Logo nos primeiros dias de sua chegada, pulou o cercado, onde estava sozinho, e foi arranjar encrenca com um touro zebu reprodutor. Boi muito respeitado, mas dócil. Os boiadeiros conseguiram afastá-lo e ele foi amarrado. O meu bisavô foi comunicado do fato. E lá foi ele carregando o seu sorriso de sempre. Cigarrinho de palha num canto da boca, seu chapéu de boiadeiro e sua determinação. Quando pisou no curral, receberam-no respeitosamente. A sua simpatia e a bondade que saia pelos poros, amansava qualquer fera. Ele achava o homem mais difícil de ser domado, mas conseguia. Pelo menos enquanto estava trabalhando na sua propriedade. Depois que saia para o mundo ele deixava na mão de Deus.
          Meu bisavô ficou olhando para o marruá, em silêncio, durante um bom tempo. E ele de vez em quando mirava o meu bisavô. E a peãozada roia as unhas. A expectativa era grande. Mesmo sabendo da capacidade dele, a ansiedade tomava conta de todos. De repente ele jogou um sorriso nos lábios e foi se aproximando do touro. Falou alguma coisa na sua orelha, acariciou-o por algum tempo e pediu que desamarrassem a suposta fera. Os peões ficaram preocupados. Eles conheciam a fama dele domar qualquer animal. Da facilidade de se comunicar com eles. Desataram todos os nós e saíram rapidamente. O touro não se mexeu. Só ficou no cercado ele e meu bisavô. Algumas pessoas diziam que ele era bruxo. Mas se era, era do bem. O touro estava deitado no chão. Com um movimento de mão, ele foi se levantando vagarosamente. Nem parecia a tal fera de instantes atrás. Caminhou lentamente em direção do meu bisavô. Cheirou-o. Esfregou-se nele. Depois ficou parado do seu lado. Meu bisavô foi falando alguma coisa, que ninguém entendia, e acariciava-o. Nesse contato ele foi observando que o animal tinha marcas em várias partes do corpo. Com certeza tinha sido muito maltratado. Tinham tentado amansá-lo usando de violência. Pediu para que abrissem a porteira. Os peões ficaram assustados. Obedeceram, mas subiram rapidamente na cerca. A passagem estava livre para o touro. O pasto estava à sua frente. Meu bisavô foi caminhando até a saída e ele foi acompanhando. Ele só apontou para o manto verde que cobria todo o morro e o boi saiu em disparada para a liberdade. Chegaram a questionar a atitude do meu bisavô, mas ele, com a sua paciência, explicou o porquê do animal ser tão arisco e violento. Como ele tinha sofrido tantos maus tratos, ninguém conseguia mantê-lo no curral. Ele entrava em pânico e fugia. Então ordenou para que não mexessem com ele. Se quisesse ficar no pasto, que fosse respeitada a sua vontade. E se um dia ele resolvesse acompanhar os outros animais, que deixassem a porteira aberta.
                  Os dias foram passando e o boi Fujão, nome dado pelos peões, se mantinha longe da manada. Tinha dia que ele se embrenhava no mato. Ficava por lá, de dois a três dias. Às vezes até mais. Pensavam até que ele tinha sumido. De repente lá estava ele de novo pastando. Isso já se tornara um hábito. Os boiadeiros já tinham até se acostumado com ele. Por sua vez, eu não tenho certeza se ele tinha se acostumado com eles também, ou simplesmente ignorava-os. Com o meu bisavô não! Só bastava ele se aproximar do pasto e lá vinha o Fujão. Era acarinhado. Depois fazia umas gracinhas para o meu bisavô e voltava saltitante para o pasto.
                Pela manhã eu ouvia os boiadeiros levando o gado, tocando berrante e gritando: -“Ê boi! Ê boi!”- e até hoje esse grito ecoa dentro de mim. A lembrança, sem cerimônia, deixa a saudade encher os meus olhos de lágrimas.
       
                                                Fim      
Em breve, a letra e a liberação da música no Myspace do compositor!          

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Ruga - no Myspace

Olá pessoal, já está liberada pra quem quiser curtir e ouvir a canção - A Ruga de José Timotheo, no Myspace do compositor.
http://www.myspace.com/josetimotheo
Vamos lá, estou aguardando os comentários!! 

terça-feira, 19 de julho de 2011

A Ruga - Letra da Música

A Ruga
Autor: José Timotheo

Estou no meio do sol
Só, no meio da rua
Caminho dentro do sol
Fujo pra lua

A seta da paixão feriu meu peito
Me jogou nos braços da ilusão
Não sei! Por que desci tão fundo
Eu ceguei meu próprio coração

Mas esse coração não me atende
Acende mais a chama da paixão
E se houver caminho para a fuga
A ruga surge à frente da razão

AGUARDEM amanhã a liberação da música A RUGA, no myspace do compositor!!

sábado, 16 de julho de 2011

A Ruga - a estória

                                       A  RUGA
                                       A estória

          O coração às vezes se engana e a gente entra de cabeça num amor. Sonha! Sonha! Estica esse sonho para o resto da vida. Isso só apenas numa troca de olhares e já bota a esperança, sem saber, no patamar do impossível. Esquecemos que o amor para ser delicioso, tem que ter o tempero idealizado pelos dois e juntos. Os dois têm que estar lado a lado, senão desanda. Não podemos deixar a paixão ser a dona da construção da nossa vida. O amor tem que estar carregando o estandarte.
           O encontro foi daqueles que acontece todos os dias, ou não, como diz Caetano Veloso, em qualquer lugar do mundo. Tipo, você passa pela rua e tropeça na sombra de uma deusa. Aí o coração dispara. Aconteceu e eu custei a acreditar. A química rolou na hora. Ali estava minha alma gêmea. Não podia me enganar. Eu sei que às vezes o coração tropeça na sua cegueira, mas nesse momento os olhos da minha alma não podiam se iludir. Era amor mesmo! E a alma avisou ao coração! A paixão estava fora de questão! Mas será que o coração obedece?
            Lá estava uma mulher desabrochando para o mundo. Devia ter uns dezessete anos. Olhava distraidamente para uma vitrine de uma loja de roupas femininas. A primeira coisa que me atraiu, foram os seus olhos refletidos num espelho que compunha a decoração da loja. Ela estava com o rosto colado ao vidro. A sua respiração deixava-o embaçado. Fiquei, sem perceber, quase colado ao seu corpo. A minha presença não fora notada de imediato. A minha proximidade era tanta, que tive a sensação de estar sentindo o calor do seu corpo. Com isso viajei num sonho e o coração me traiu. A paixão sobrepujou o amor e o desejo veio a galope. Mas um oi me fez despertar. Abri os olhos. Ou talvez ele não houvesse se fechado e eu não tinha me dado conta. Aquele par de olhos, que havia me encantado logo que  vi, brilhava para mim como um sol. E a sua boca fazia parceria, me deixando completamente fascinado. Eu repeti um oi, mas já estava tentando me apossar da sua alma. Entretanto, senti que ela já havia mergulhado muito mais rápido dentro de mim. Isso confirmou que a química tinha rolado entre nós. Trocamos algumas palavras. Eu gaguejava e ela também. Mas as palavras saiam cheias de emoção. Até aquele momento ainda não havia observado a sua vestimenta. Só no momento em que uma senhora pegou-a pelo braço bruscamente e saiu com ela aos trancos pela calçada. Falava rispidamente, mas não consegui entender nada. Era uma freira já bem idosa. Ai foi que eu notei que a menina era uma noviça. Mesmo arrastada ela ainda conseguiu olhar algumas vezes para mim. Eu fiquei preso no chão. Não esbocei qualquer reação. Eu só mirava aquele rostinho lindo se distanciando. Quando consegui despertar, ela já havia sumido. Procurei por muito tempo, mas foi em vão. Entretanto, antes de sumir, ela me deixou um sorriso lindo e um par de olhos negros luminosos que eu guardo na saudade. E é lá aonde nos encontramos: lugar seguro onde podemos nos amar.
                                                         Fim             José Timotheo
Aguarde em breve a letra da música e a liberação da cançãoi do Myspace do compositor!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pensamento de Poeta!


FILOSOFANDO COM O TEMPO
José Timotheo

Finquei pé no presente
E presente, pensei que estava
Mas me ausentei num instante
Pois lá, já não me encontrava
Pesquei-me numa fração de tempo
Sentando-me num passado fervente
Apreciando os passos passados
Que já viravam presente
Mas não me avexei e encarei o agora
Então me vi como um cometa no escuro
Arrastando a própria sombra
Indo arranhar o futuro
De repente, num repente qualquer
Me avistei um intruso
Tentando filosofar com o tempo
Me descobrindo obtuso
Destemperado, fiquei
Então quis saber do tempo
Se lembrança é saudade sem paixão?
E saudade, um punhal no coração?
Se foi por distração ou engano
Que passado, presente e futuro
Não foi uma escorregada do tempo passado
Num presente, largado
Ao buscar o futuro?
                                   Fim

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Outras Publicações...

Olá gente,
Inicialmente minha idéia era postar aqui apenas as estórias e as músicas do meu CD Refiz Estradas. Porém como esse mundo virtual é sempre muito dinâmico e pode-se dizer, que tem vida própria, vou começar aos poucos a publicar aqui também minhas poesias, pensamentos, interações de um pensante nesse planeta mutante!
Vou continuar com as músicas e suas estórias, porém, como meu acesso ao blog é superior no que diz respeito ao texto,  do que no myspace, onde libero para as pessoas curtirem o som., resolvi dar mais abertura a "palavra", ferramenta eterna de um romântico.
Aguardem, não vai demorar!!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sem Preconceito - no Myspace

Já está disponível no myspace o mp3 da música - Sem Preconceito. Nessa gravação, mais uma vez podemos ouvir a lindíssima voz e cavaco, de Felipe Cavaco, com back de Martha Taruma e afinadíssimos instrumentos de corda e percussão, por Rodrigo Garcia.
Espero que gostem de mais esse autentico samba!

Sem Preconceito - Letra da música

Sem Preconceito
Autor: José Timotheo

Deixa o samba rolar
Deixa o samba ferver
O samba é água, é comida
É o que faz a gente viver

Pode subir lá no morro
Pode pisar na avenida
Estar dentro do samba
É estar de bem com a vida
Samba é sentimento
É amor
É paixão
Samba é viajar no céu
Com o pé no chão

Pode pegar um estandarte
Sem saber dizer no pé
Samba não tem preconceito
Samba é Maria, é José
Samba é massa, é gente
Ele é do jeito que for
Pode chegar qualquer raça
Samba é o celeiro do amor

Deixa o samba rolar
Deixa o samba ferver
O samba é água, é comida
Ele é o alimento da vida

Ainda hoje estará disponível no myspace do compositor, a música para ouvirem!!
Clique no link abaixo para ouvir essa e outras canções do CD Refiz Estradas
http://www.myspace.com/josetimotheo

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sem Preconceito - a estória

SEM PRECONCEITO
                                                A estória
                                                                    José Timotheo

          Em qualquer canto um surdo ecoa. Bate compassado. Começa alimentar a alma. Aí o coração bate junto. É a marcação do samba começando. É o chamamento para o samba no pé. Nessa hora alma e corpo já estão enfeitados de sonhos. Vem branco, preto, amarelo... Não importa a cor, a raça, as esperanças e os sonhos, eles fazem parte da mesma festa. É pé no chão e cabeça no céu. Cada um faz a sua viagem pela história, no bojo da empolgação de várias raças. Mas tem uns que carregam o sonho o ano inteiro. Esse, vive vinte e quatro horas por dia bebendo a esperança de ver o seu sonho deslizar pela avenida, sob os aplausos da multidão. E esse sonho caminha um pouco mais à frente, vislumbrando o carnaval do ano seguinte, que já está quase pronto na sua cabeça e no seu coração. Isso não pára nunca. É o seu ar! É a sua comida! É a sua vida!
           Em algum momento ele chora porque a sua escola perdeu. Mas ele pensa: - “E daí?” – No fundo o seu coração diz que amanhã pode estar chorando, mas de emoção, quando a sua escola for campeã. A vitória está sempre à frente, a sua espera. Um dia ela chega. E tem que se preparar para isso. Então tem começar tudo de novo. É samba no pé e na cabeça. É a roda viva continuando. É a sua roda da vida: não pára nunca!
           O mundo vem, vê e entra na folia. De sorriso aberto, os verdadeiros donos do samba, dão às boas vindas para qualquer raça que venha saborear esse prato mágico, chamado samba. Podem se empanturrar! Eles degustam, aprovam e voltam no ano seguinte. Acabam sonhando como os nossos sambistas. E aprendem que o samba, é a maior nação do mundo, onde o preconceito jamais fez morada. Aqui ninguém escraviza o sonho e a esperança.
          O surdo vai fazendo a marcação. Vai agregando docemente na avenida uma legião de adoradores da saudade. Eles cantam e deslizam pela passarela do samba, com a certeza que logo, logo estarão com lágrimas nos olhos, saboreando uma doce lembrança, que desfilará nos trezentos e sessenta e cinco dias da sua vida, até a chegada da próxima festa.
           E lá vem o cavaquinho, o pandeiro, agogô, repique, surdo, tamborim e mais outros e outros instrumentos de percussão. Impávido, lá está o puxador de samba cantando, com a sua alma, a nossa vida. E cada escola conta um pedaço do Brasil de ontem e de hoje. Os retalhos da formação da nossa cultura estão ali para serem mostrados ao mundo. E é ali que expomos os momentos alegres e tristes da nossa história. E sem preconceito! E salve o samba!
                                                   fim
Aguarde em breve a letra e a liberação da música no myspace do compositor!!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sou Peão - no Myspace

Aproveitando ter acabado de colocar a letra da música Sou Peão, acabo de disponibilizar para todos a música SOU PEÃO, no myspace:
http://www.myspace.com/josetimotheo
Espero que ouçam e gostem.
Continuo aguardando os comentários! Será que toda essa gente que entra no Blog tem preguiça de escrever? Será que ninguém curte? Pode dizer que não gostou! As críticas são bem vindas também.
Tudo é melhor que esse SILÊNCIO VIRTUAL.
Até a próxima estória!!!

Sou Peão - Letra da Músical

Sou Peão
Autor: José Timotheo

Eu sou peão, meu bem
Eu monto o Raio
Eu sou peão, eu tombo
Mas não caio

Mal surge o dia
Vou pro campo cavalgar
Minha amada se levanta
Põe o café pra coar
Tomo um trago
Pra não perder tanto tempo
Solto à rédea
Abraço o vento
Laço o dia e vou cantar

Eu sou peão, meu bem
Eu monto o Raio
Eu sou peão, eu tombo
Mas não caio

Na invernada, penso o dia
"Eu mais o Raio"
Vou domando cada curva
Da mulher e do caminho
Trago a amada
Cavalgando na saudade
Prendo a rédea
Sem maldade
Laço a noite e vou amar

Eu sou peão, meu bem
Eu monto o Raio
Eu sou peão, eu tombo
Mas não caio

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sou Peão - a estória



         A fazenda do meu bisavô ficava no interior fluminense. Ela povoa a minha imaginação desde muito pequeno. Poucas vezes estive lá, mas dessas poucas vezes muitas coisas ficaram encravadas na minha cabeça. Tive sonhos juvenis, adolescente e adulto. Os acontecimentos vieram crescendo junto comigo. Me lembro que os animais eram dóceis. Não se via nenhuma forma de violência contra eles. Me bisavô não permitia em hipótese alguma. O peão que desobedecesse tinha que procurar outro pouso.
         Eu como filho de roceira me achava cheio de intimidade com os animais. Na minha primeira tentativa de montar num cavalo, foi um total desastre. Subi de um lado e caí do outro. Estabaquei feio no chão. As gargalhadas dos primos fizeram eco na fazenda. Alguns animais que pastavam próximos levantaram as suas cabeças. Me contaram isso depois. No mínimo para me sacanear. Mas na época acreditei. Ainda acrescentaram que eu atrapalhei os animais de pastarem. Fiquei impressionado.
          O cavalo que montei, ou melhor, tentei montar, chamavam-no de marinheiro. Ele  era o xodó do meu bisavô. Cavalinho educado tava ali! –“Só faltava falar!” – diziam. Com a minha queda ele nem se mexeu. Já na segunda tentativa ele deu uns dois ou três passos. E lá fui eu mais uma vez beijar a terra. E o danado do bicho parou imediatamente. Eu estava no meio das pernas dele. Dessa vez ninguém riu. Alguém correu e me tirou debaixo do animal. Agora, na terceira tentativa – essa foi a pior – caí de cabeça no chão. Mas eu tive muita sorte. O lugar onde cai tinha um acúmulo muito grande de bosta de boi e de cavalo. Ficava bem próxima a porteira principal da fazenda. Não sei o porquê deles não limparem aquilo ali! Hoje eu dou graças a Deus por aquele pedaço de terra ter ficado com tanto acúmulo de bosta. Nunca mais me arrisquei na montaria. Aquilo foi uma tremenda decepção pra mim. Mas o que se há de se fazer?  O sangue de roceiro que corre na minha veia, não quis dar às caras. Eu acho que o vexame foi por causa disso.
            O tempo foi passando. E a história foi mudando. Na minha cabeça, já chegando à adolescência, o fracasso deu lugar a um peão que nunca caia. Misturei a minha história às histórias que os boiadeiros contavam por lá. Umas de dor. Outras de amor. Os cavalos tinham outros nomes. Não me lembro muito bem! Entretanto vou arriscar alguns! Tipo ventania, trovão, corisco, pintado, vermelho... Sei lá! Deve ser por aí!
            Já adolescente, lá estava eu em cima num desses, voando pela fazenda. Com certeza me achava o melhor dos peões. No laço não tinha pra ninguém! Pra pegar um touro, só com a minha presença o bicho já se curvava! Como diziam, pegava o animal na unha! Viajava legal!
            As histórias que a gente ouve quando criança acabam fazendo parte das nossas histórias. Vamos crescendo e os fatos acabam se misturando às nossas recordações. Acabamos não tendo muita certeza se aconteceram ou não com a gente. Outras crianças também devem ter se apropriado de pedaços das histórias que ouvíamos em volta das fogueiras.
           Já adulto, laço na mão, partindo pra lida. O cavalo não era mais o marinheiro, já era Raio. O cavalo existia, mas não era esse nome. Não me lembro. Talvez Corisco. Eu só sei que ele não corria, voava! Preferi chamá-lo de Raio mesmo. Era bonito. Tinha um pelo sedoso. Branco como a neve. Ele brilhava ao sol! Era meu amigo e confidente. Conversávamos enquanto cavalgávamos. Contava as minhas alegrias. Desabafava as minhas tristezas. Ele me ouvia o dia inteiro.
           Corria campos e vales. Com o berrante em punho, tocava o gado para outras cercanias. Lá ia eu e Raio carregando a saudade com a gente. A minha eu trazia dentro da mochila. De quando em vez dava uma olhadinha. Lembrava dela passando o meu café, antes do sol nascer, e sorrindo pra mim. Já Raio eu não sabia aonde ele carregava a sua. Mas não importa muito. Vamos chamar de segredo. O importante era que ele corria comigo para eu levar o dia mais rápido. E eu sonhava com o meu amor. Acabava expulsando o dia para voltar voando. Queria mergulhar no seu colo, percorrer as suas curvas e embalar mais uma noite de paixão e amor.
    
                                                            Fim                         
José Timotheo   
Aguardem nos próximos dias a letra da música, e em seguida, sua liberação no myspace!
        

  

domingo, 24 de abril de 2011

Morena de Salvador - No Myspace

De presente de Páscoa, estou disponibilizando hoje o mp3 da música Morena de Salvador, para que todos curtam essa canção!
http://www.myspace.com/josetimotheo
E vamos lá, cadê os comentários?
Tem alguém nesse mundo virtual a fim de cantar minhas músicas? Gravá-las? Aprender a tocá-las?
Tenho pensando em depois, disponibilizar as cifras, pra que todos toquem corretamente, caso queiram!!
Que tal?
Feliz Páscoa!!

Letra da Música - Morena de Salvador

Morena de Salvador
Autor: José Timotheo

Olha lá
Morena de Salvador
Céu e Mar
Estão dentro da sua cor
Vou pra lá pedir
Senhor do Bonfim
Traz essa morena para mim

Vou ficar
Procurando uma estrada
Vou plantar
A saudade e mais nada
Sol e sal
Bronzeando o meu amor
Meu axé
Minha flor

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Morena de Salvador - A estória

           A tardinha já estava pegando fogo. De um fevereiro que parecia um braseiro. Não sei não, mas a temperatura devia passar dos quarenta graus! Uma multidão se espalhava pela orla esperando o trio elétrico. Qualquer um que passasse o mundo desabava atrás. Parecia uma onda gigante que tomava conta do asfalto. E ia se esticando até o carro sumir e só ficar o rastro de gente. E logo vinha outro, e trazia no seu bojo mais uma multidão. As cores se misturavam e pulavam com qualquer som que pintasse. Era gente do mundo todo que se misturava com a morenice da Bahia. Dava gosto de ver!
            Aquele carnaval estava escaldante. Nunca se tinha visto um carnaval mais quente do que aquele. Mas quem se importava com isso? O vento estava lá para lamber o ardor da pele; a cerveja pra refrescar a barriga e entortar a cabeça, e, a música, para embalar a alma. Eu não tinha tido coragem para entrar no meio dos foliões, preferi ficar curtindo a alegria de longe. Só via aparecer um trio atrás do outro. Era música para qualquer gosto. Eu estava recostado numa árvore há não sei quanto tempo.  Se alguém estivesse prestando atenção em mim, com certeza iria achar que estava segurando um porre. Ou talvez amparando a árvore para ela não tombar. Ia depender também do observador. Ele poderia estar bêbado. Mas por que alguém em pleno carnaval de Salvador iria se preocupar comigo?
             A lata de cerveja estava na minha mão, encoberta por algumas folhagens, já que estava além de recostado, também abraçado ao mirrado tronco. O mirrado não é pejorativo não. O arvoredo era jovem, mas, com certeza, forte. Para agüentar o meu peso, tinha que ser resistente.
             Um trio passou bem próximo, estrondando. Até o chão balançava. Eu tinha a sensação de estar sendo jogado para cima. Mas me agüentei firme no arvoredo. Ele arrastava uma multidão. Era muita gente dançando Axé. A turma parecia que tinha mola nos pés. Não ficava um parado. Eu aproveitei que o som me jogava para cima e ensaiei um pulo. Até que pulei, mas dei uma porrada num galho que estava um pouco acima da minha cabeça. Então misturou a pancada com as três latinhas de cerveja que eu tinha bebido, aí eu fiquei bem zureta. Não era muito álcool, entretanto foi potencializado pela porrada. Só não cai, porque a árvore me segurou. E o trio elétrico passou que eu nem prestei muita atenção. E a multidão continuava pulando. Mas o trio já ia longe.
               Pouco tempo passou e lá apareceu outro trio. Eu não tenho certeza se o pessoal dançava pela avenida com o som do trio que estava na frente ou do que vinha atrás. Já estava eu questionando uma coisa que não tinha a mínima importância. Eu não estava dançando, logo não devia me preocupar. Quem estava pulando não queria nem saber disso. Eles só queriam pular e pronto! Estava era bom! Ninguém perdia o passo! Até que resolvi dar uns passinhos, mas o arvoredo continuou me segurando. De longe devia ser uma cena cômica. Sorte que ninguém estava preocupado comigo. Não. Tinha uma pessoa que estava. Era um vendedor de cerveja. Um ambulante. Ele me ofereceu uma latinha, mas demonstrou preocupação, achando que eu estava de pileque. Dei minhas justificativas e acabei comprando mais duas. Ele me vendeu, mas não saiu muito convencido. Eu tive certeza que ele não engoliu a história da cabeçada no tronco. Mas me chamou de meu rei e saiu rindo da minha cara. –“Problema meu!” – pensei, mas não falei.
              De repente bateu um quase silêncio. Como poderia na Bahia haver silêncio no carnaval? Houve um espaço maior de um trio para o outro, por isso esse quase desaparecimento súbito do barulho e da multidão. Até pensei que estivesse acabando o carnaval. Mas na Bahia o carnaval não acaba nunca! E cinco latas não iriam me embriagar, ao ponto de encerrar os meus festejos! Era a primeira vez que eu ia ao carnaval baiano, logo, eu tinha que vê-lo de qualquer jeito! Eu não tinha o direito de fazer uma sacanagem dessas comigo!
              Enquanto pensava, um som forte foi se aproximando. Muitas vozes se espalhavam no ar. Parecia que estava todo mundo afinadinho com a cantora que pulava em cima do trio. Com seu vozeirão ela convidava todo mundo para cantar com ela. Esse tinha sido o que mais gente trazia no bojo. Era tanta gente, que acabaram ocupando o espaço que eu já estava me sentindo dono. Mas ninguém nem prestou atenção em mim. Eles só queriam mesmo era pular e cantar. O trio parou bem na minha frente. Os foliões já tinham tomado conta de todo o espaço. Aí mesmo é que eu tive que ficar abraçado à árvore.
              Em cima daquele monstro de caminhão, estava outra multidão. Não me lembro quem era a cantora. Deveria lembrar? Deixa pra lá! Também já não ouvia mais a música. Meus sentidos ficaram ligados em cima de uma morena, que parecia ser dançarina de Axé. Como dançava lindo! Fazia algumas coreografias com outros dançarinos. Fiquei fascinado. Meu coração disparou na hora. Tentei me desvencilhar da árvore e entrar no meio da multidão. A árvore até que me soltou. Senti que estava conspirando ao meu favor. Mas não consegui furar o paredão daquela massa humana. Enquanto eu lutava para furar o bloqueio, o trio voltou a se movimentar. Conclusão: praticamente não consegui sair de onde estava e infelizmente perdi o trio elétrico de vista. E para complicar mais a situação, outro trio chegou arrastando mais uma multidão. Aí mesmo é que o paredão engrossou mais e eu tive que me contentar em entrar na corrente humana e me deixar levar. E fui surfando na onda daquele mar de gente. Acabei saindo do asfalto e consegui chegar à areia da praia. Ali consegui escapar, mas não consegui mais encontrar o outro trio elétrico.
          O sol já ia alto. Eu perambulava por Salvador. Era um estranho no ninho. Não conhecia nada daquela cidade. Mas a esperança de encontrar a morena, me dava coragem e determinação na empreitada. Corria por ruas e ruelas. Eu sabia que era muita pretensão a minha, mas mesmo assim fui em frente. Andei feito um condenado por uma cidade meio deserta. Como eu poderia encontrar alguém naquela hora do dia, eu não sabia, já que a maioria estava dormindo. Entretanto, eu tinha que fazer alguma coisa. Perguntei aonde era a Igreja do Bom Fim. Depois da informação, parti para lá. Subi os degraus. A porta estava fechada. Ali mesmo na escadaria rezei para todos os santos. Fiz promessa e o diabo a quatro! Queria aquela morena. De tanto rezar, quase dormi no degrau. Estava na hora de voltar para o hotel. Estava precisando dormir um pouco. Mas achar o bendito hotel é que foi um martírio. Foi uma verdadeira “via-crucis” . Quando finalmente achei, mergulhei na cama do jeito que estava.
           A noitinha chegou e lá estava eu na mesma árvore. Acho até que ela me reconheceu. Parecia que estava de braços abertos a minha espera. Fiz o mesmo ritual do dia anterior. Abri logo uma geladinha e refresquei a minha ansiedade. Enquanto eu pensava na morena, passaram uns dois blocos. A orla já estava tomada de gente. Era folião do Brasil todo. E muito gringo também. E eu continuava lá no meu passinho. Estava até parecendo com esses gringos, sem qualquer intimidade com o carnaval. Mas aí ia uma diferença: eu não saia do ritmo.
            O cara do dia anterior, o vendedor de cerveja, passou, olhou pra mim e deu uma risadinha. Achei que era de deboche, mas não reclamei. Chamei-o e comprei umas latinhas. Ao sair o cara ainda teve a cara de pau de me sacanear. –“Aí meu rei! Não vai tomar outro porre não!” – Deixei pra lá! Carnaval em Salvador, não tem briga! Assim eu sempre soube. Aí eu sorri pra ele.
             Mas um bloco passou. E a morena nada! E passou até o carnaval.
E eu não consegui encontrá-la em lugar nenhum. Ela evaporou. Nem as rezas e as promessas adiantaram. Subi de novo as escadas da igreja. Alguém sugeriu que subisse de joelhos. Aí eu pulei fora. Só as rezas e as promessas já bastavam.
              No ano seguinte, lá estava eu. Fiz todo o ritual de novo e nada. A morena não saiu em trio elétrico algum. A árvore continuava lá. Agora estava mais alta e forte. Eu tive mais dificuldade em me apoiar nela. O vendedor era outro. Só me chamava de meu rei. –“Meu rei, vai outrazinha?” – Dessa vez quase que tomei um porre. E a morena não passou. Resolvi ficar de plantão sentado na rua. Mas de nada adiantou. Pensei em não voltar mais ao carnaval de Salvador. Pensei. Pensei. Mas preferi pegar carona na esperança e retornar no ano seguinte.

Galera, estarei postando em breve a música no myspace!! - 
http://www.myspace.com/josetimotheo
E estarei aguardando os comentários!!! Vejam se não me dão um chá de cadeira, tô querendo opinião da turma que lê, ouve e pensa!  (acho eu, que pensa! - rs.rs.rs.)
         
    

domingo, 17 de abril de 2011

Próxima Estória...

No decorrer dessa semana, espero poder postar aqui mais uma das estórias de minhas músicas, do CD Refiz Estradas. E em seguida, estarei disponibilizando no Myspace e no 4shared. Tenho visto com muita alegria o acesso ao blog, e de verdade, não esperava um retorno, tão rápido assim. Muitas pessoas tem baixado as músicas para ouvir, e isso me dá mais prazer ainda. Como disse Fernando Brant - ...Todo artista tem que ir aonde o povo está!... e hoje em dia, o Povo tá na rede!! E mesmo que às vezes me sinta ainda Um Peixe Fora D'Água, tô aqui. nadando!! Abraços e Aguardem!!!! Obs: Galera, continuo esperando os comentários!!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Dá um Tempo - No myspace

Oi galera,
Acabei de disponibilizar a música Dá Um Tempo, no myspace. Que tal ir lá ouvir e depois colocar uma mensagem pra que eu saiba se estou ou não agradando!!! (rs.rs.rs.).
Cliquem no Link abaixo e aproveitem:
http://www.myspace.com/josetimotheo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Letra da Música - Dá Um Tempo

DÁ UM TEMPO
Autor: José Timotheo

Eu não posso pensar em você
Dá um tempo
Eu não quero lembrar de você
Dá um tempo
Eu não posso, eu não quero sentir
A saudade a me comprimir
Entre a esperança, a lembrança e a dor
Dá um tempo

Dá um tempo pro meu coração
Dá um tempo pra nova canção
Dá um tempo pro tempo passar
Não insista que o dia raiou
Que a dor, o passado levou
Não insista
Dá um tempo

domingo, 3 de abril de 2011

Dá Um Tempo

                Fim de semana prolongado é uma festa! É uma tentação! Para quem gosta de acampar então, é irressistível! Psicologicamente eu sempre estava preparado para jogar uma mochila nas costas e pegar estrada. A nossa turma nem precisava combinar nada. Já estava tudo combinado desde o último acampamento. Não falhávamos um feriado sequer. A gente só parava para falar sobre a viagem, na hora de recolher o dinheiro para comprar as passagens. E comprávamos com antecedência. Em termos de comida e bebida, nem nos preocupávamos, já estava tudo registrado no subconsciente. Todo mundo sabia a quantidade que ia levar. Só isso!
Nosso grupo era mais ou menos fechado. Fixo mesmo eram seis. Raramente alguém faltava. E tinha mais quatro flutuantes. Era muito difícil conseguir reunir os dez, mas às vezes até que acontecia. Eu era figurinha carimbada: nunca faltei a um acampamento sequer. Diziam até que eu dormia com a mochila pronta. Era quase isso. Além desses dez, de vez em quando, aparecia algum convidado. Era sempre bem vindo.
Pintou um feriado gordo. Caiu numa quinta-feira. As passagens já estavam compradas para quarta-feira à noite. Lá fomos nós.
Na rodoviária tivemos a maior surpresa: cinco lindas gatas apareceram com um dos amigos. Fomos apresentados. Para surpresa nossa, elas iriam ficar com a gente. Soltamos foguetes na imaginação. O riso brotou espontâneo de cada um de nós. Era uma mulher mais bonita do que a outra. - "Vai ser uma festança!" - pensei na hora. - "Muita sacanagem vai rolar!" - sonhei e idealizei imediatamente. Entramos no ônibus. Cada um foi procurar a sua cadeira. Ficamos distantes delas. Não deu pra rolar nenhum papo. Só rolava uns olhares. Elas ficaram no fundo do ônibus e nós no meio. Teve uma hora que alguma coisa começou a me incomodar. Fiquei meio impaciente. Parecia que algo me forçava a olhar para trás. Olhei. Lá estava um par de olhos verdes fixados em mim. Ela sorriu. Eu então retribui. Mas parece que alguém ou alguma coisa nos dá um sinal lá de cima. Tenta nos avisar que alguma coisa ruim pode acontecer com a gente. Entretanto na maioria das vezes a gente não dá crédito. E foi isso que aconteceu. Veio direitinho no meu ouvido um sussurro. - "Eis o seu inferno!" - me arrepiei dos pés a cabeça, mas mesmo assim não levei em consideração. Estava hipnotizado por aqueles olhos verdes. E com certeza meu coração estava se lixando para o que poderia acontecer.
Chegamos ao nosso destino. Ela se aproximou com um sorriso enigmático. Não consegui entender. Hoje ainda me lembro. Se é sempre o se. Mas uma coisa é certa: se eu tivesse decifrado, poderia ter me livrado de muita coisa. Mas agora...
Não trocamos uma palavra sequer. Peguei a mochila dela, a minha já estava nas costas, e coloquei-a no ombro esquerdo. Com o braço direito já fui enlaçando-a. Ela não esboçou a mínima resistência. Pelo contrário, se encostou o máximo que pôde do meu corpo. Arrisquei um beijinho no rosto. Ela se virou e ofereceu os lábios. A mochila dela escorregou do meu braço e nos atracamos.
O beijo rolou muito bem. Ninguém entendeu nada. Nem eu. Mas não era para entender, era para sentir. E nós sentimos. Cada um foi pegando a sua mochila no bagageiro e em seguida tomamos o caminho da praia. Chegamos ao lugar de sempre. Já havia algumas barracas montadas. O nosso lugar era sempre respeitado. Como o dos outros, já conhecidos, também. Armamos o nosso acampamento bem rápido. Como era de praxe, ao terminar a montagem, tínhamos que comemorar. E para variar, lá estava uma panela
cheinha de caipirinha. A cachaça nunca era muito boa, mas o amigo que preparava era um milagreiro. Era a melhor caipírinha que a gente já tinha bebido. Tanto é que depois da segunda dose, todo mundo já tinha se arrumado. Ou quase todo mundo. Éramos seis e só tinha cinco mulheres. Mas só que um dos amigos tinha uma namorada na cidade. Quando ele viu que todo mundo já havia se arrumado, ele foi rapidinho buscar a sua namorada.
A noite já estava ficando curta. Fomos varando a madrugada sem perceber. Era bebendo e namorando. Cada um já havia arrumado o seu cantinho. Foi maravilhoso. Amanheci apaixonado. Nós não desgrudamos um só minuto. Tomamos banho de mar, de sol e de amor. Voltamos para a barraca. O café da manhã estava pronto. Um caldeirão de caipirinha gelada esperava todo mundo. O acompanhamento era ovo cozido. Menos mal, né? Deu pra forrar o estômago até a hora do almoço. Recomeçamos a bebericar. Depois pintou um violão. A cantoria atraiu algumas pessoas. Umas já velhas conhecidas. Outras não. Mas o importante que eram boa gente. Entretanto com  a chegada desse pessoal teve o início do inferno. A minha tigresa botou as garras de fora e uma língua afiada. Tudo começou quando uma velha amiga chegou e me beijou na testa. Juro que foi só isso! Aquele par de olhos verdes que havia me enfeitiçado, virou uma borra de sangue. Ela nem conversou. Partiu pra dentro da minha amiga, jogou a caipirinha no rosto dela e foi enchendo ela de porrada. Parecia enlouquecida. Berrava! Xingava! Puxava o cabelo! Tudo aconteceu tão rápido, que ficamos sem ação. Custamos a tirar a gata selvagem de cima da menina. Ai eu compliquei mais a situação. Foi um erro gravíssimo. Ao invés de segurar a minha gata, eu segurei a minha amiga, que estava com o rosto bem arranhado, um olho roxo e o nariz sangrando e coloquei-a no meu colo. Ai é que o bicho pegou mesmo. A fera se soltou e voou pra cima de nós dois. No meio do caminho pegou uma faca. Por sorte de todos nós, ela tropeçou e a faca caiu longe. A minha amiga se levantou e saiu numa disparada só. Rapidamente sumiu do alcance das nossas vistas. Deve estar correndo até hoje, pois nunca mais nós nos vimos. Já a minha namorada chorava e socava raivosamente a areia. Eu tive vontade de enchê-la de porrada, mas me contive. Entrei na barraca e fui arrumar a minha mochila. Não demorou muito e lá veio ela atrás de mim. Ainda
chorando, pediu desculpas. Prometeu nunca mais perder o controle. Ia controlar o ciúme. Eu só olhava. Preferi não falar nada. Não ia pagar pra ver. Mesmo amarrado nela, não ia arriscar. Botei a mochila nas costas, mas antes de sair olhei para a fera. Pra surpresa minha ali não estava mais uma selvagem. Aquele par de olhos verdes estava mais verdes do que nunca e quase me fez ficar.
Depois do feriado ela me telefonou. Resisti. O coração quase desmoronou, mas a razão segurou o tranco. Ela ainda telefonou outras vezes. Entretanto continuei resistindo a tentação daqueles olhos verdes.
AGUARDEM ainda essa semana: Letra e Liberação da música Dá Um Tempo!!!

terça-feira, 22 de março de 2011

À Procura da Nêga - disponível no Myspace

Gente, essa "Nêga" tá ficando poderosa! Acabou de ser postada também no Myspace! Muito chique. Entre e encontre minha página, e ouça a música À Procura da Nêga.
http://www.myspace.com/josetimotheo
Não esqueça de deixar seus comentários!
Divulgar para os amigos!
Tocar no carro, no trabalho...
Vale também aprender a letra e cantar no chuveiro!

domingo, 20 de março de 2011

À Procura da Nêga - disponível no 4shared para baixar!

Está disponível no 4shared para ouvir ou baixar, totalmente gratuito a música À Procura da Nêga.
Você pode clicar no nome da música na lista ao lado e será redirecionado ou cole o link abaixo no seu navegador e seja redirecionado para ouvir ou baixar a música À Procura da Nêga:

http://www.4shared.com/account/audio/InvxMbUr/a_procura_da_nega.html?&page=g

Ouça. Divulgue. Deixe seu comentário.


Obs: A música está armazenada no 4shared - Free.
Aguardem a próxima estória, da próxima música selecionada do CD Refiz Estradas de José Timotheo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Letra de "À PROCURA DA NÊGA" - Autor: José Timotheo

À PROCURA DA NÊGA

Eu subi lá no morro
Pra ver minha nêga
No meio do caminho
Eu me perdi. Eu me perdi
Eu não achei ela ali

Eu fui num terreiro pedir proteção
Corri pra igreja do Frei Damião
Num templo budista, num Maometista
E nas casas de oração
Me peguei com os santos e meu Orixá
Consultei um padre, pastor e babá
Pra arrancar o encosto
E trazer minha nêga de volta pra mim

Voltei lá no morro falei com João
Ele me mandou pro Pantaleão
Que coçou a cabeça. Deu tapa na mesa
E riu de montão
Ouvi um mugido, olhei para trás
Fiz cara de mau, mas sai sem mais mais
Corri as ruelas, desci a colina
E cai na real

Biografia

José Timotheo
Nasceu em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, no dia 14 de Fevereiro de 1951, formado em técnico em Eletrotécnica, pelo Colégio Industrial Henrique Lage, em Niterói. Estudou Astronomia por um período curto, na Universidade Federal Fluminense, tendo sido transferido, por força da extinção desse curso, para Engenharia Elétrica, na mesma Universidade.
Atuou na imprensa Fluminense como repórter, nos jornais: "O Dia" "A Tribuna", "Jornal de Icaraí" e "Correio de Alcântara". Foi  colaborador no jornal "Letras Fluminenses" e no Jornal "O Pasquim".
Foi agraciado pela "Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras" de Anápolis, Goiás, com uma menção honrosa, por sua participação no "Anuário de Poetas", de 1982, pelo poema "Obtuso", dentre outros, e pela "Academia de Letras de Uruguaiana", do Rio Grande do Sul, com uma menção honrosa, também pelo poema "Obtuso". Participou dos livros "Escritores do Brasil" de 1983, e do "Grão", Coletânia de prosa e verso, publicado em 1984, organizado
pelo Grupo Grão, de Niterói, RJ.
Como compositor, participou de vários festivais, de música do Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais, dentre eles: "Festival Fluminense da Canção, para o qual compôs o Hino, em parceria, Festival da Canção de Bom Jardim, Festival Gonçalense da Canção, Festival de Além Paraíba, Festival de Miracema, Festival Inter-Colegial do RJ, Festival da Imprensa de Niterói, Festival do Clube Vila Lage em São Gonçalo, Festival do CESSRJ em Niterói, e festivais dos diversos colégios de Niterói.

domingo, 13 de março de 2011

À PROCURA DA NÊGA - a esttória

A adolescência tentava se afastar de mim. Tentava. E tentava. Mas não dava adeus. Naquela altura da minha vida, para os meus pais,  a adolescência parecia mais um encosto. Nem exorcismo conseguia resolver. Eu fazia jogo duro. Eu resistia e não deixava ela ir embora. Eu era poeta, compositor, estudante de astronomia, repórter...Sonhador! Um grande sonhador! A paixão andava de braços dados comigo. Em cada esquina, uma simples troca de olhar e eu já me sentia apaixonado. Em qualquer rua da vida, um encontrão, lá estava eu morrendo de amores. Um desses encontrões, foi com uma mulata, como se dizia antigamente, de fechar o comércio. Nós nos chocamos e ela levou meu coração. Eu a perdi de vista. Fiquei completamente sem rumo. No dia seguinte, lá estava eu de prontidão no mesmo horário. Foi uma semana de ansiedade e decepção. A esperança já começava a se cansar. O sonho se abraçava ao sono. Ele fraquejava. Comecei a pensar numa nova paixão. Tinha que arranjar outro foco. Mulher é que não faltava. E como eu nunca fui preconceituoso, era só escolher. Podia vir até desbotada que eu ia cair dentro. Mas o destino quis que essa mulher fosse mulata. E ela voltou a aparecer no oitavo dia. E lá veio ela se equilibrando em cima de umas cadeiras maravilhosas. A espera pareceu uma eternidade, mas valeu a pena. O papo foi ligeiro e objetivo. E lá estava eu abraçado àquela criatura escultural. E beijei muito! Com poucos dias de namoro, já estava sentado na poltrona na casa dela. Conquistei a família. Garanti uma cadeira cativa. O lugar onde ela morava, era uma comunidade de gente simples, do outro lado da baia. Um morro na zona norte do Rio. Hoje para se entrar lá, ainda é complicado. Naquela época era só cumprimentar o pessoal. Dar um bom dia de coração. Uma boa tarde com muito respeito. Já estava com o passaporte garantido. Era gente simples e boa. E sem medo.
A minha paixão aumentava sem freio. A proporção não era a mesma em relação a ela. Eu sentia que esfriava, mas não queria acreditar. O nosso namoro...O nosso namoro? Depois de quatro meses, já ia para o quinto mês, eu acho que só eu namorava. Um dia alguém deixou um bilhete endereçado para mim. Era um bilhete curto, mas afiado do que navalha, que começava assim: "Cuidado com a sua cabocla! Fique de olho nela! Não deixe ela solta, não! Tá assim de gavião em cima dela! Abra o olho! Cuidado com a testa! Se bobear, o boi vai rugir!". Fiquei preocupado, mas como confiava na nêga, procurei não me encucar. Ela não ia me botar nenhuma galhada, não! Mas...Ai o bicho começou a pegar. No início era um bilhete por semana. Depois começou a ser dois, três...Ai veio o pior: ela começou a deixar uns bilhetinhos também. Tipo: " Vou trabalhar até mais tarde hoje" - "Estou na casa da minha prima, mas não demoro" - Só que esse "não demoro", levava uns dois dias. Mas eu não queria colocar minhoca na minha cabeça. Só que os nossos encontros foram  rareando. Entretanto a minha paixão cada vez aumentava mais. Em contra partida o meu ciúme foi crescendo mais do que a paixão. Eu já não tinha mais sossego. Eu era um poço de desconfiança. Os nossos encontros foram reduzidos a dois por mês. Nesses dois, era só briga. Eu chegava, discutia e ia embora.
Do asfalto até a casa da nêga, passei a carregar um fardo. Ouvia um mugido aqui, outro ali. A suspeita foi crescendo. Mas antes que tivesse certeza, tirei o time de campo. Fui me apaixonar em outras bandas. A dúvida pesa menos que a certeza. Mas o bom disso tudo, é que, muito tempo depois, acabou em samba.

Apresentação

Em dezembro de 2010, realizei um sonho que nem mesmo eu sabia que tinha. Gravei meu primeiro CD. Depois de anos e anos envolvido com a música, tendo participado de diversos festivais pelo Brasil, encontrei na cidade serrana de São Pedro da Serra - em Nova Friburgo, algumas pessoas que deram forma e vida a um CD com minhas composições, e graças a tecnologia e a capacidade do produtor Rodrigo Garcia, gravei com minha própria voz algumas das canções, e deixo claro, NÃO SOU CANTOR. Tive a colaboração de dois cantores, Felipe Cavaco e Martha Taruma, ambos deram um brilho especial a esse trabalho. No começo a intenção era apenas registrar as músicas para enviá-las a alguns nomes da MPB, mas acabei por optar em fazer um trabalho profissional, e o resultado me deu muito prazer.
Sempre fui curioso quanto as letras das músicas que ouvi e ouço. Então decidi contar sobre as letras que eu fiz. Deixo claro que o relato, aqui postado, não tem como base absoluta a verdade. Como escritor e compositor das mesmas, me sinto no direito de mais uma vez criar.
Convido a todos para entrar nessa viagem junto comigo, e espero atingir a curiosidade de muitos quanto ao meu trabalho.
Em breve poderão ouvir as músicas aqui citadas em meu myspace que estará sendo criado nos próximos dias.
Até lá, atiço a curiosidade de todos, postando aqui as estórias das letras de cada uma das músicas do CD Refiz Estradas.