Reflexão de Poeta - O Poeta e o Lápis

O Poeta e o Lápis

-  José Timotheo -

O poeta chora

Abraça a distância do mundo

Sorri à liberdade das letras

Canta os versos da paz

E chora

Chora a alegria na tristeza

A tristeza na alegria

Beijando os lábios do mundo

Com o lirismo no peito

E o lápis chora

Chora em cada lágrima do poeta

Chora em cada frase aberta

Chora em cada pensamento incompleto

Chora em cada reticência

E sorri

Sorri o sorriso do poeta

Sorri o silêncio do poeta

Sorri o ponto final

O poeta se levanta

E chora o sangue do lápis

Mesmo chorando é feliz

É feliz por deixar alegre a tristeza

E triste por deitar tristeza na alegria

Mas é feliz

É feliz por ser poeta

Reflexão de Poeta - Jardins

JARDINS  

-José Timotheo-

Jardins

Tenho-os todos

Mesmo no meio do asfalto

Brotam rosas

Eu as quero ali

Entre fusca e Mercedes

Margaridas abundam

Dentro da fumaça

De um Fiat cansado

Respiro alfazema

Nada me fará

Jogar poeira na alegria

Tenho o meu jardim

E coloco-o onde eu quiser

Reflexão de Poeta - Eu era

EU ERA

                                                                             José Timotheo

O sorriso

c

   a

      í

        a

 dos teus lábios em chamas

Marcava-me a surpresa

sulcava-me a interrogação

que balançava nos meus olhos

Teu choro

derramava menos lágrimas

que o teu sorriso

Teu jardim florido

tinha menos flores

que um campo estéril

                     nu no teu mistério

                   i

                b

            u

         s

Mas

Desbravei o teu ódio e o teu amor

A interrogação cresCEU

Ao acender a luz

eu era o fel das tuas palavras

eu era o sangue das duas lágrimas

 eu era o grito da tua alma

e eu c

            a

               í

D

   E

      C

         r

           e

              s

                c

                  i                            

 Morri