terça-feira, 22 de março de 2011

À Procura da Nêga - disponível no Myspace

Gente, essa "Nêga" tá ficando poderosa! Acabou de ser postada também no Myspace! Muito chique. Entre e encontre minha página, e ouça a música À Procura da Nêga.
http://www.myspace.com/josetimotheo
Não esqueça de deixar seus comentários!
Divulgar para os amigos!
Tocar no carro, no trabalho...
Vale também aprender a letra e cantar no chuveiro!

domingo, 20 de março de 2011

À Procura da Nêga - disponível no 4shared para baixar!

Está disponível no 4shared para ouvir ou baixar, totalmente gratuito a música À Procura da Nêga.
Você pode clicar no nome da música na lista ao lado e será redirecionado ou cole o link abaixo no seu navegador e seja redirecionado para ouvir ou baixar a música À Procura da Nêga:

http://www.4shared.com/account/audio/InvxMbUr/a_procura_da_nega.html?&page=g

Ouça. Divulgue. Deixe seu comentário.


Obs: A música está armazenada no 4shared - Free.
Aguardem a próxima estória, da próxima música selecionada do CD Refiz Estradas de José Timotheo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Letra de "À PROCURA DA NÊGA" - Autor: José Timotheo

À PROCURA DA NÊGA

Eu subi lá no morro
Pra ver minha nêga
No meio do caminho
Eu me perdi. Eu me perdi
Eu não achei ela ali

Eu fui num terreiro pedir proteção
Corri pra igreja do Frei Damião
Num templo budista, num Maometista
E nas casas de oração
Me peguei com os santos e meu Orixá
Consultei um padre, pastor e babá
Pra arrancar o encosto
E trazer minha nêga de volta pra mim

Voltei lá no morro falei com João
Ele me mandou pro Pantaleão
Que coçou a cabeça. Deu tapa na mesa
E riu de montão
Ouvi um mugido, olhei para trás
Fiz cara de mau, mas sai sem mais mais
Corri as ruelas, desci a colina
E cai na real

Biografia

José Timotheo
Nasceu em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, no dia 14 de Fevereiro de 1951, formado em técnico em Eletrotécnica, pelo Colégio Industrial Henrique Lage, em Niterói. Estudou Astronomia por um período curto, na Universidade Federal Fluminense, tendo sido transferido, por força da extinção desse curso, para Engenharia Elétrica, na mesma Universidade.
Atuou na imprensa Fluminense como repórter, nos jornais: "O Dia" "A Tribuna", "Jornal de Icaraí" e "Correio de Alcântara". Foi  colaborador no jornal "Letras Fluminenses" e no Jornal "O Pasquim".
Foi agraciado pela "Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras" de Anápolis, Goiás, com uma menção honrosa, por sua participação no "Anuário de Poetas", de 1982, pelo poema "Obtuso", dentre outros, e pela "Academia de Letras de Uruguaiana", do Rio Grande do Sul, com uma menção honrosa, também pelo poema "Obtuso". Participou dos livros "Escritores do Brasil" de 1983, e do "Grão", Coletânia de prosa e verso, publicado em 1984, organizado
pelo Grupo Grão, de Niterói, RJ.
Como compositor, participou de vários festivais, de música do Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais, dentre eles: "Festival Fluminense da Canção, para o qual compôs o Hino, em parceria, Festival da Canção de Bom Jardim, Festival Gonçalense da Canção, Festival de Além Paraíba, Festival de Miracema, Festival Inter-Colegial do RJ, Festival da Imprensa de Niterói, Festival do Clube Vila Lage em São Gonçalo, Festival do CESSRJ em Niterói, e festivais dos diversos colégios de Niterói.

domingo, 13 de março de 2011

À PROCURA DA NÊGA - a esttória

A adolescência tentava se afastar de mim. Tentava. E tentava. Mas não dava adeus. Naquela altura da minha vida, para os meus pais,  a adolescência parecia mais um encosto. Nem exorcismo conseguia resolver. Eu fazia jogo duro. Eu resistia e não deixava ela ir embora. Eu era poeta, compositor, estudante de astronomia, repórter...Sonhador! Um grande sonhador! A paixão andava de braços dados comigo. Em cada esquina, uma simples troca de olhar e eu já me sentia apaixonado. Em qualquer rua da vida, um encontrão, lá estava eu morrendo de amores. Um desses encontrões, foi com uma mulata, como se dizia antigamente, de fechar o comércio. Nós nos chocamos e ela levou meu coração. Eu a perdi de vista. Fiquei completamente sem rumo. No dia seguinte, lá estava eu de prontidão no mesmo horário. Foi uma semana de ansiedade e decepção. A esperança já começava a se cansar. O sonho se abraçava ao sono. Ele fraquejava. Comecei a pensar numa nova paixão. Tinha que arranjar outro foco. Mulher é que não faltava. E como eu nunca fui preconceituoso, era só escolher. Podia vir até desbotada que eu ia cair dentro. Mas o destino quis que essa mulher fosse mulata. E ela voltou a aparecer no oitavo dia. E lá veio ela se equilibrando em cima de umas cadeiras maravilhosas. A espera pareceu uma eternidade, mas valeu a pena. O papo foi ligeiro e objetivo. E lá estava eu abraçado àquela criatura escultural. E beijei muito! Com poucos dias de namoro, já estava sentado na poltrona na casa dela. Conquistei a família. Garanti uma cadeira cativa. O lugar onde ela morava, era uma comunidade de gente simples, do outro lado da baia. Um morro na zona norte do Rio. Hoje para se entrar lá, ainda é complicado. Naquela época era só cumprimentar o pessoal. Dar um bom dia de coração. Uma boa tarde com muito respeito. Já estava com o passaporte garantido. Era gente simples e boa. E sem medo.
A minha paixão aumentava sem freio. A proporção não era a mesma em relação a ela. Eu sentia que esfriava, mas não queria acreditar. O nosso namoro...O nosso namoro? Depois de quatro meses, já ia para o quinto mês, eu acho que só eu namorava. Um dia alguém deixou um bilhete endereçado para mim. Era um bilhete curto, mas afiado do que navalha, que começava assim: "Cuidado com a sua cabocla! Fique de olho nela! Não deixe ela solta, não! Tá assim de gavião em cima dela! Abra o olho! Cuidado com a testa! Se bobear, o boi vai rugir!". Fiquei preocupado, mas como confiava na nêga, procurei não me encucar. Ela não ia me botar nenhuma galhada, não! Mas...Ai o bicho começou a pegar. No início era um bilhete por semana. Depois começou a ser dois, três...Ai veio o pior: ela começou a deixar uns bilhetinhos também. Tipo: " Vou trabalhar até mais tarde hoje" - "Estou na casa da minha prima, mas não demoro" - Só que esse "não demoro", levava uns dois dias. Mas eu não queria colocar minhoca na minha cabeça. Só que os nossos encontros foram  rareando. Entretanto a minha paixão cada vez aumentava mais. Em contra partida o meu ciúme foi crescendo mais do que a paixão. Eu já não tinha mais sossego. Eu era um poço de desconfiança. Os nossos encontros foram reduzidos a dois por mês. Nesses dois, era só briga. Eu chegava, discutia e ia embora.
Do asfalto até a casa da nêga, passei a carregar um fardo. Ouvia um mugido aqui, outro ali. A suspeita foi crescendo. Mas antes que tivesse certeza, tirei o time de campo. Fui me apaixonar em outras bandas. A dúvida pesa menos que a certeza. Mas o bom disso tudo, é que, muito tempo depois, acabou em samba.

Apresentação

Em dezembro de 2010, realizei um sonho que nem mesmo eu sabia que tinha. Gravei meu primeiro CD. Depois de anos e anos envolvido com a música, tendo participado de diversos festivais pelo Brasil, encontrei na cidade serrana de São Pedro da Serra - em Nova Friburgo, algumas pessoas que deram forma e vida a um CD com minhas composições, e graças a tecnologia e a capacidade do produtor Rodrigo Garcia, gravei com minha própria voz algumas das canções, e deixo claro, NÃO SOU CANTOR. Tive a colaboração de dois cantores, Felipe Cavaco e Martha Taruma, ambos deram um brilho especial a esse trabalho. No começo a intenção era apenas registrar as músicas para enviá-las a alguns nomes da MPB, mas acabei por optar em fazer um trabalho profissional, e o resultado me deu muito prazer.
Sempre fui curioso quanto as letras das músicas que ouvi e ouço. Então decidi contar sobre as letras que eu fiz. Deixo claro que o relato, aqui postado, não tem como base absoluta a verdade. Como escritor e compositor das mesmas, me sinto no direito de mais uma vez criar.
Convido a todos para entrar nessa viagem junto comigo, e espero atingir a curiosidade de muitos quanto ao meu trabalho.
Em breve poderão ouvir as músicas aqui citadas em meu myspace que estará sendo criado nos próximos dias.
Até lá, atiço a curiosidade de todos, postando aqui as estórias das letras de cada uma das músicas do CD Refiz Estradas.