terça-feira, 30 de março de 2021

Nos Escaninhos do Coração - Parte 19

 


Continua...

           Um pequeno acampamento foi montado. Local já utilizado por Luiz, Bordélo e Karen. Luiz se dirigiu para André e Luiza e disse que ali era onde eles sempre paravam para se preparar física e psicologicamente, antes de travar uma luta com as águas. Depois falou alguma coisa ininteligível e apontou na direção de uma árvore no outro lado do rio. Mas o alvo, na verdade, não era o pé de ipê amarelo florido, mas sim uma cadeia de montanhas por detrás dele. E a mais alta delas, era o objetivo. Por ser, segundo Luiz, a mais difícil de ser escalada. Os olhos de Luiza e André brilharam com o que ele disse. Para eles, quanto maior o grau de dificuldade, melhor. Karen, que estava ao seu lado, mexendo na sua mochila, fez o seguinte comentário:

          - Ei Luiz! Se lembra da última vez que fomos lá? Bordélo deu de cara com uma onça pintada! E nós também, né?

          - Claro. Estoi a lembrar-me dela, todos los dias.

          Karen fez um silêncio proposital para ver se as suas palavras tinham surtido algum efeito. E causou, pois Luiza e André beberam as suas palavras e ficaram atentos esperando a continuação da história. Ela então deu prosseguimento.

          - Acho que foi o maior medo que senti na minha vida! Meu Deus! Pensei que aquele imenso felino fosse pegar a gente. Vocês nem podem imaginar o sufoco que passamos. Imagina três pessoas querendo subir numa única árvore. Era a única. Vocês vão conhecê-la amanhã. 

         - E vocês conseguiram subir? – perguntou Luiza.

         - Claro. Subimos e ficamos rezando para o bichano não ir atrás da gente.

        - E a onça não subiu? – interrompeu-a André.

         Karen respirou fundo, assoprou o ar, fez o sinal da cruz e disse:

         - Graças a Deus, não. Por sorte ela perdeu o interesse por nós. O que ela queria realmente, e encontrou, era o seu filhote.

        Os dois amigos caíram na gargalhada. Aí Karen os repreendeu:

      - Agora vocês estão rindo? Mas na hora quase se borraram! Luiza, os cavalheiros aí subiram na minha frente! Os corajosos! Você acredita?

       Dali pra frente, o papo rolou descontraído. André contou das suas experiências, juntamente com Luiza, como escalador de morros, como ele gostava de se chamar. E deixou claro que eles ainda eram aprendizes. E que estão sempre abertos para aprenderem com pessoas mais experientes. Confessaram que tinham pouco tempo de estrada, mas que nessa curta carreira, já tiveram enormes emoções.

       Bordélo, Luiz e Karen ouviam atentos às confissões de André. Depois de ele ter relatado todas as suas aventuras, com a confirmação de Luiza, Karen confessou que eles também eram três aventureiros. Eram novatos no montanhismo. E que há pouco tempo se arriscavam pelas montanhas do país.

          - Nossa experiência não ultrapassa quatro anos de estrada. Digo de montanhas!    - falou Bordélo deixando, no final da frase, um leve sorriso.

         Karen já tinha comentado que só atravessariam o rio no dia seguinte. Mas no caso seria para se prepararem melhor fisicamente. Um bom descanso seria fundamental. Só que Luiz, o que mais conhecia o movimento da natureza, principalmente os rios, comunicou à turma que mesmo que quisessem tomar o caminho da montanha, não ia ser possível, tendo em vista que observara que o nível do rio aumentara consideravelmente. Inclusive até a coloração da água mudara de cor. Naquele momento estava com um tom avermelhado. Era o indicativo que chovia torrencialmente em qualquer lugar rio acima. Depois apontou para o rio e mostrou que as pedras já estavam quase todas cobertas.

          - Por precaucion ficamos hoje porraqui. Até...  as águas baixarem. Ok? – falou Luiz com ar de seriedade.

          As barracas foram montadas em círculo. As cincos ficaram próximas uma das outras. Bordélo chamou André e saíram à cata de madeira. Depois fizeram uma fogueira no centro. Além de aquecer o local, servia também para espantar qualquer bicho que quisesse se aproximar. 

..............Continua semana que vem!

 

terça-feira, 23 de março de 2021

Nos Escaninhos do Coração - Parte 18

 


Continuando...

          Enquanto tentava encontrar uma forma de ir ao seu encontro, pensamentos diversos, das aventuras que curtiram juntos, invadiram a sua cabeça. As lembranças vinham para confortá-lo. A princípio, todas só de momentos alegres. Mas os pensamentos às vezes são cruéis com a gente. Dão-nos rasteiras e mais rasteiras. E não é que no meio dessa alegria, de momentos agradáveis, surgiu um de total sufoco?

         

HÁ UM ANO E MEIO ATRÁS...

 

         André tentou lembrar-se do nome do lugar que havia ido com Luiza. Mas não conseguiu. Como esquecemos, às vezes, coisas que nos fizeram tão mal. Pelo menos o estado lembrou-se: Espirito Santo.

        Uns meses antes saíram com alguns colegas para acampar em uma praia, no sul da Bahia. Lá conheceram algumas pessoas. Dentre essas haviam três que praticavam o mesmo esporte: montanhismo. Eram dois rapazes e uma menina. A afinidade foi recíproca. O entrosamento foi imediato. Pela conversa que rolou, André percebeu que os três tinham mais tempo de estrada. Luiza empolgada com o grupo perguntou se tinham alguma escalada à vista. Um deles, que parecia o líder, disse que sim. E que seria no Estado do Espirito Santo. Imediatamente se convidaram. E logicamente foram aceitos.

         André não conseguia lembrar-se dos nomes. Começou a puxar pela memória. - Um deles tinha um nome esquisito. – matutou. De repente falou: - Bordélo! Isso! Bordélo! – Sorriu por ter conseguido trazer à tona um nome tão estranho. Aí foi ficando fácil. Lembrou-se da menina. Principalmente dos seus olhos. Eram de um azul marcante. Brilhavam como as estrelas. O seu nome era Karen. De sorriso tímido, mas constante. O outro, o terceiro, parecia um índio. Falava bem enrolado. E era o que sempre pegava a dianteira. Aparentemente não era brasileiro. Mas não soube de onde era. Na época não perguntou. Só mais tarde foi saber de onde ele era. Mas o nome era Luiz. Os três eram pessoas da melhor qualidade.

          O tempo de convívio foi curto, mas de um bom entrosamento. O objetivo eles não alcançaram, que era o de escalar uma montanha. Mas a emoção... Emoção?  Também não. Puro desespero.

        A caminhada já durava mais de uma hora. Pararam próximos de um rio. Luiz reuniu o grupo e sugeriu que descansassem um pouco. Mas que só atravessariam, se houvesse segurança. Já tinha observado a formação de nuvens pesadas rio acima. Ele era conhecedor de longa data daquele rio. Então não podia facilitar. Algumas vezes já passara maus bocados tentando atravessá-lo. Quem não o conhecia, olhava aquela aparente calmaria e metia a cara. Aí sofria o diabo. A sua falsa tranquilidade reservava muitas surpresas. Na região era conhecido como traíra. Mas não era em homenagem ao peixe. Era pelo extremo perigo que se escondia por baixo daquelas águas cristalinas.

                Depois de muito rodar pela região, Luiz passou a conhecer os poucos pontos menos perigosos. Na realidade só tinha mesmo um único ponto que se poderia confiar. E ele distava dali, uns três quilômetros rio acima. E nesse ponto havia uma ponte. Mas como a escolha da montanha era muito distante dali, o melhor era enfrentar o perigo. E colher emoções. E era o que realmente interessava.

          André deu uma sondada no local e viu que, um pouco à frente, tinha uma queda considerável. Devia ter mais de dez metros de altura. Comentou com Luiz a respeito. Ele então deixou claro que ali ainda era o melhor lugar de travessia. Inclusive por ser mais raso. Todas aquelas pedras espalhadas antes da chegada da queda, funcionavam como uma pequena barragem. As pessoas tinham como se segurar. A correnteza diminuía. Mas deixou claro que mesmo assim não era fácil. O cuidado era fundamental. Nada de ser afoito. Porque a maioria das pedras era escorregadia. Então, atenção redobrada. Qualquer queda, além de causar alguns hematomas, poderia ser fatal.

....................Continua semana que vem!

 

terça-feira, 16 de março de 2021

Nos Escaninhos do Coração - Parte 17

 


Continua...

           Era isso ou ficar ali esperando pelo socorro, que, com certeza, não chegaria nunca. Ou ainda morrer. E morrer ele não queria de jeito nenhum. De repente os seus pensamentos foram interrompidos por um ruído. Alguma coisa se esfregava entre as folhagens. Ouvia, mas não conseguia ver nada, devido a posição que estava. Era um incômodo só. Ainda era dia, mas o local estava escuro. Como descobrir o que se arrastava no meio daquela folhagem? Podia ser qualquer coisa. Essa qualquer coisa, pensou, podia ser uma onça. Esqueceu-se até da dor no braço e nas costelas, porque podia sentir uma dor maior, como uma abocanhada de uma onça pintada. A princípio, depois de ver a altura que estava do chão, sentiu um alívio, mas depois se deu conta que tinha a copa de uma árvore, há poucos metros da sua cabeça. Se fosse uma onça, ela chegaria fácil, fácil até ele. Naquela hora, um tremor sacudiu todo o seu corpo. Fechou os olhos como se isso fosse protegê-lo do ataque do suposto felino. Mas como num passe de mágica, a mata mergulhou novamente no silêncio. Respirou, aliviado. Depois pensou: - Deve ter sido Deus.

               André, após o sufoco, voltou a raciocinar. Tinha que botar em prática a estratégia que idealizara. Queria chegar até a saliência da pedra e ali se segurar.

              - Eu vou conseguir – falou baixinho - pois ainda continuo balançando, sem precisar fazer nada.

               Era a mão invisível ajudando-o a se balançar.  Só que tinha perdido a noção dessa ajuda. Fruto da ansiedade, então querendo dar mais velocidade ao corpo, impulsionou-o com o braço quebrado. Aí sentiu uma dor tão forte, que quase desmaiou. Não apagou, mas perdeu completamente a noção de onde estava.

          O tempo foi passando, entretanto a dor não era proporcional ao tempo. De vez em quando um calafrio percorria o seu corpo. Começou a bater o queixo de tanto frio. Percebeu que estava com febre e febre alta.  Começou a tremer e falar coisas desconexas, até perder completamente a consciência.

          O dia partiu. A noite chegou e foi a mais silenciosa que já se viu.  Nada se movia ao redor. Nenhum sonzinho.  Tudo levava a crer que por ali já não existia mais vida. E esse quadro foi até os primeiros raios de sol invadir a madrugada sem pedir licença, e assim foi tomando conta do novo dia. Pegou em cheio o rosto de André, que apresentava uma face torcida, ainda carregada de dor e muito pálida.

          O sol mostrou-se por completo. Refletia sua luz com bastante intensidade na montanha. E já estava há mais de uma hora castigando o corpo sofrido de André. Se não fosse por uma respiração leve, acreditar-se-ia que aquele corpo fora abandonado pela vida. Mas a vida surpreende a todo momento. E não é que mais uma vez aconteceu? De repente André abriu os olhos, ainda de cabeça para baixo, balançou-a, e depois passou os dedos da mão esquerda nos olhos. Nesse momento não tinha nem um pinguinho de vento. Era uma calmaria só. Esfregou a barriga e fez uma careta. Ele estava com fome e sede. Desde o dia anterior não bebia água e nem comia nada. Se continuasse assim, tinha certeza, ia morrer. Principalmente a falta de água causaria o óbito rapidamente.

         Antes de tentar qualquer coisa fez uma varredura com o olhar pelas proximidades. Nada viu. Estava desanimado. Mas quem sabe chegasse alguma alma salvadora? Não. Não devia contar com a esperança. Isso era pura ilusão. A única pessoa que ele poderia contar seria consigo mesmo.  Tinha que se mexer. O único objetivo possível seria chegar até onde viu a saliência na pedra. Ali estava a saída. Como não tinha vento, forçaria o balanço. E assim fez. Deu um empurrão, com a mão esquerda, para fora. Só que não pensou, que ao empurrar o corpo para fora, ele voltaria. Aí não deu outra: foi uma porrada na parede rochosa, daquelas! Como conseguiu engolir o grito, não saberia dizer. Foi uma dor tão intensa que quase apagou novamente. Fechou os olhos para tentar relaxar. De repente sentiu a mesma coisa que sentira antes: um sopro no braço quebrado e nas costelas. Depois circulou por todo o seu corpo e parou na cabeça. E em seguida desapareceu. A sensação é que tinham derramado analgésico por todo o seu corpo. O alívio foi instantâneo. Abriu os olhos meio que assustado. Olhou para ver se tinha alguém pendurado do seu lado. Mas não tinha ninguém. Estava se sentindo confortável, mesmo de cabeça para baixo.

          A imagem de Luiza voltou bem viva à sua cabeça. O tempo estava passando e ainda não tinha feito nada para salvá-la. Lembrou-se do estado febril que o acometera no dia anterior. E que tinha sido a última coisa que se recordava. Naquele momento estava envolvido no silêncio novamente. Então achou melhor gritar pela amiga. E gritou o mais alto que pode. Mas o silêncio foi o que teve como resposta. Uma tristeza tão profunda o envolveu. Sem perceber começou a chorar. E um pensamento bem pessimista invadiu a sua cabeça:

          - Meu Deus! Será que Luiza morreu?  Não posso aceitar essa rasteira do destino! Ela não faria isso comigo!

          Ele confiava tanto nela, que não aceitava a hipótese dela morrer sem ele. Foi o que sempre pensou. Se ela morresse, ele morreria junto.

        Queria botar o seu pensamento em ordem. Descontrolar-se não lhe ajudaria em nada. E tentou colocar na sua cabeça que ela não partiria para o outro lado da vida, sem saber do grande amor que lhe devotava.  

 

terça-feira, 9 de março de 2021

Nos Escaninhos do Coração - Parte 16

 


Continuando...

De repente se meteu no meio das suas recordações, o velho amigo Toni. Amigo desde os tempos das fraldas. Tinham a mesma idade e foram vizinhos por muito tempo. Ele sempre desconfiou do amor de André por Luiza. Uma vez ou outra o incentivava a se declarar. Mas ele se esquivava e saía pela tangente. Nunca afirmou para Toni que realmente amava Luiza.

          André, Luiza e Toni eram carne e osso. Raramente não estavam juntos. Até que Toni foi morar em outra cidade muito distante e o laço foi rompido. Esse golpe do destino deixou-os bem entristecidos. Nessa época eles tinham em torno de dez anos.

           A distância foi enfraquecendo a amizade dos três, pois Toni fizera amizades novas e os velhos amigos foram engolidos pelo esquecimento. Mas André e Luiza continuaram colados, feito irmãos siameses, não se desgrudando nunca.

          Depois da partida de Toni, André se pegara várias vezes pensando na partida do amigo. E quando isso acontecia, batia uma insegurança tão grande que lhe deixava totalmente descontrolado. Esse medo extremo que invadia o seu coração era por pensar na hipótese de Luiza ir também morar em outra cidade. Isso ele não podia aceitar.  Então batia o pé e dizia para o seu medo:

          - Ela nunca se afastará de mim. Se ela se mudar, eu vou atrás. Não cruzarei os meus braços, nunca. Se ela for, eu vou junto!

          Ele se sentia parte do seu corpo. O seu amor era tão grande, que acabava não se arriscando em declarar-se.  Bastava só estar com ela. O medo deixou-o cego. E ele nunca percebera que também Luiza jamais se desgrudava dele. A sua razão de viver, era ele. Na verdade os dois sofriam do mesmo mal: medo. Com isso foram levando a vida juntos, mas separados. Um achava que conhecia o outro, mas ao coração os dois não tinham acesso.

        Apesar de a dor ter diminuído bastante, após o sopro que percorrera por todo o seu corpo, não podia se arriscar a exagerar nos movimentos, principalmente o braço direito quebrado e a costela, que não sabia se era uma, duas ou mais fraturadas.

         O vento continuava embalando-o. De vez em quando sentia uma pontada na costela, ou costelas, não conseguia identificar quantas estavam fraturadas, e nesses momentos fazia uma careta. Mas aguentava a dor sem demonstrar desespero. Na realidade, em relação ao início, agora era uma dor bem mais suave. Dava para respirar e sentir um alívio quase que imediato. E a cada respirada, pensava na amiga. E então procurava encontrar alguma saída para aquela situação. Mas de cabeça para baixo estava sendo muito difícil pensar em alguma coisa.

        O tempo foi passando e a dor fininha continuava e continuava também a falta de solução. Nada apontava para uma saída. Porém a determinação de salvar a amiga, não diminuíra em nada. Estava certo de que a solução viria com certeza, mas não cogitava no tempo que levaria, pois naquela hora não se poderia fazer qualquer programação de resgate. Ele só sabia que ia até onde ela estava e a salvaria. Simples assim. Simples assim?

        - O vento não está muito forte, mas continua sem dar um descanso, uma trégua. – pensava André. Mas ele não percebeu que o vento só estava em cima dele. Jogava-o, vagarosamente, de um lado para o outro. Era um ir e vir sem parar. Com o tempo teve a sensação de que alguém o embalava. Num flash passou pela sua cabeça a imagem da mãe balançando-o no berço. Logo duas lágrimas grossas despencaram dos seus olhos.

          O vai e vem que era constante, de repente se espaçou.  No período que voltava, lançava-o um pouco mais longe. André não percebeu isso, pois continuava pensando que a mãe o balançava. E o seu corpo continuava de um lado para o outro. Numa dessas vezes que foi para o lado em que estava Luiza, sem ele ter certeza, observou uma saliência na pedra. Pensou, depois de esboçar um sorriso:

           - Puxa! Se eu chegasse até lá conseguiria, mesmo com a mão esquerda, segurar-me naquele ressalto!    

          A distância não era muita. Mas do jeito que ele estava, qualquer centímetro tendia para o infinito. Entretanto cabia o sacrifício. E também não existia mais nenhuma alternativa possível. Era tentar ou tentar. Tinha que aproveitar o embalo do vento e se esforçar mais até chegar ao ponto que poderia ser um atalho para se aproximar de Luiza. Mentalmente pediu que Deus o ajudasse.

          André de repente percebeu que alguma coisa, além do vento, empurrava-o até bem próximo ao pequeno relevo no costão de granito.  Então pensou:

           - Se eu conseguisse dar uma mãozinha ao vento, lá chegaria. Estou bem perto. Só mais um pouquinho. O vento e mais alguma coisa? Seja lá o que for, tenho que fazer a minha parte. Vou chegar lá de qualquer jeito.

 

.............Continua semana que vem!