sábado, 29 de outubro de 2016

O SOCIALISTA BURGUÊS - ATACA DE MOTOCA

O SOCIALISTA BURGUÊS     
   - ATACA DE MOTOCA -
 José Timotheo

          Não sei se eu devo-me encucar com o comportamento do meu amigo, o socialista burguês. Eu tento achar que ele é um cara excêntrico. E um sujeito extremamente boa cuca. Porém posso até concordar com algumas pessoas, que dizem que ele é um tipo fanático. Entretanto têm outros que o acham um lunático. Eu quero acha-lo apenas um excêntrico contestador. Pode até ser uma pessoa fanática. Maluco, lunático, não. Um cara que sempre dá o contra, é certo. Já nasceu assim. Certa feita estava eu mirando o por do sol.  Sentado numa cadeira, bem próximo da água do mar, bebia com satisfação o arrebol. Questionava, abraçado a liberdade, o porquê do nada. Tentava jogar números, até o dia do sol se apagar. Há quantos bilhões de anos ainda estará ele vivo? Enquanto divagava, eis que sou sacudido à realidade. Quase morro de susto ou atropelado. Isso mesmo, atropelado em plena areia da praia. Acho que seria o primeiro caso de atropelamento, quase dentro d’água, por uma moto.  Por lancha, jet ski tem vários casos. Por moto, nunca soube. Não sei como ele conseguiu chegar até ali. Nem ele conseguiu me dizer, posteriormente, como tinha chegado até a beira do mar. E pra complicar o fato, - pasmem! - ele estava lendo. O que lia, não deu pra eu saber. Como conheço a peça, imagino que seja alguma coisa, tipo “Manual de guerrilha urbana”, “A cartilha de Che Guevara”, “O bê-á-bá de Mao”, “Como fazer o país crescer ou cair no buraco, do PT” e mais uma porção de coisas do gênero.  
           Ele ia e vinha ziguezagueando pela areia. Dirigia a moto, apenas com uma das mãos. Com a outra mão, lia alguma coisa que não sei até hoje o que era. Como pilotava? Acho que era com os pés. Não tenho certeza. Era coisa de artista circense. Antes de parar, fez inúmeras peripécias. Contei umas dez, num quase mergulho acrobático. Nesses momentos não sei onde colocou o livro. De repente caiu no mar. Sinceramente estava muito assustado para me preocupar com o destino do livro. Max que se ferrasse! E o cara não parava de fazer presepagens. Naquele instante, acabei torcendo para que ele se estabacasse na areia.  Só assim seria uma forma d’ele voltar à realidade. Com ele, às vezes só tratamento de choque. Mas eis que de repente ele para. Pisando no freio com brutalidade, empinou a moto, girou-a na roda traseira e pulou, caindo em pé na minha frente. Foi caindo e falando:
          - Ô cara! Saudações masoquistas!
          Pensei: - mais uma vez ele se equivocou. Está querendo dizer saudações Maxistas. Estou cansado de saber, nem me assusto mais, que de vez em quando ele se confunde. Isso só pode ser excesso de conhecimento. Ainda meio assustado, dei um sorriso amarelo e um alô. Ele me olhou de cima até embaixo. Sorriu e foi querendo saber logo, se eu estava ali fugindo do mundo. Logo, fugindo das questões sociais. E, por conseguinte, fugindo dos interesses do povo. Em poucas palavras, expliquei que não estava fugindo do mundo e, sim, meditando. E – continuei – para conseguir me desligar um pouco dos problemas do dia-a-dia e entender o mundo que nos cerca, questionava o porquê do nada. A princípio me olhou com um ar de espanto. Sacudiu o cabelo com uma das mãos, mas ainda mantendo o silêncio, coisa que era difícil pra ele. Ficar mudo é um uma missão quase que impossível. Um tipo de pessoa que consegue manter um diálogo com sigo mesmo é por que fala pelos cotovelos. É ou não é? De repente levantou o dedo em riste, pulou em cima da moto, acelerou e, empinando a dianteira, girou novamente a moto na roda traseira. Rodopiou algumas vezes. Em fração de segundos, parou a moto de frente pra mim. Deu um sorriso misto de deboche e pena, e disse:
           - Ô cara! Ô cara! Você me surpreende! Você não sabe que o nada não tem nada? Você tem que olhar o tudo! O tudo é que tem tudo! E o Max, é o tudo! Ele que é importante! Suas teorias são revolucionárias! Lembra quando ele botou o ovo em pé? Lembra quando ele descobriu a lei da relatividade? Ou será gravidade? Lembra não? Se liga, cara! Tens que pensar mais nas causas populares!
          Eu olhava para ele e não conseguia me reestruturar depois daquela miscelânea cultural. Já que eu não falava nada, ele manobrou a moto, isso rapidamente, sentou-se de costas para o guidão e saiu em disparada.  A vinte metros à frente, ao frear a moto, voou espetacularmente por cima do guidão. Num mergulho sensacional, esfregou o peito na areia e se vestiu de uma espuma amarelada, que a onda do mar deixou ao estourar na beira da praia. Vi a cena e não tive reação. Parado eu estava, parado continuei. Com a rapidez que ele caiu, se levantou. Do jeito que estava cheio de areia e espuma, ficou irreconhecível. Depois de constatar que ele estava bem, disfarcei e ri, com o rosto virado para o outro lado. Rapidamente quando dei conta, ele já estava do meu lado. Me olhou nos olhos e falou:
          - Cara. Olha essa espuma. Acho que descobri de onde vem à espuma do champanhe. Com certeza não foi do Afeganistão. Foi daqui de Niterói, mesmo. Eu só não sei como eles tiram o sal dela. Prova só. É sal puro.
          Terminou de falar, repetiu o olhar anterior, misturado com um sorriso de falsa modéstia, e saiu em disparada. Não sei como ele subiu tão rápido em cima da moto. Só não cantou o pneu, porque estava na areia molhada. Mas em compensação me deu um banho de areia. Passei a mão no rosto e tentei tirar o que pude dos olhos. Depois fui até a água e lavei o rosto. Olhei para ver se via o cara, mas nem sinal dele. Voltei e sentei no mesmo lugar para ver o por do sol. Só que à tarde já ia embora e eu não tinha mais por do sol para mirar. E muito menos arrebol para me embriagar.  Fiquei olhando para não sei o quê, com cara de babaca e com um nó na cuca.
                                                fim

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Numa Eleição, em um País Democrata - Num País do Faz de Conta - Parte 2

Continua...


O silêncio abraçou o tribunal. Não tinha um olhar sequer que não estivesse na minha direção. Estavam ansiosos em ouvir a minha decisão. Custei mas levantei. Parecia que a minha bunda estava colada no banco de réu. Tentei dizer alguma coisa, porém a emoção emudecia-me. O Senhor Juiz, bem ansioso, mandou-me falar. Tentei mais uma vez e nada. Aí pigarreei e acabei tomando coragem, e disse: - “Senhor Juiz. Agradeço a oportunidade de escolha. O Senhor deixou claro, com esse gesto tão grandioso, que estamos num país de democracia justa. Um estado democrático de direito. E, por conseguinte, numa nação em que o cidadão está livre para escolher o seu destino. O Senhor me desculpe, mas estou emocionado, com tanta justiça. Então vou anunciar a minha decisão.”
Naquele momento o juiz desceu e ficou bem em frente a mim. Em fração de segundos, já estava rodeado pelos jurados e demais presentes. Até um vendedor ambulante, aproveitando a distração dos policiais, entrou no ambiente e tentou vender algumas guloseimas. A festa estava armada.
Depois de analisar as duas alternativas, eu olhei no olho do juiz e fiz a minha escolha: -“Primeira alternativa.!” – falei quase gritando. Aí foi um zum, zum, zum geral. O juiz parecia que não estava acreditando na minha escolha. Falou que eu ainda podia mudar. Eu disse que não. Então me perguntou por quê. Calmamente respondi: - “Senhor, eu acredito piamente que seja mais fácil levar um traficante para o caminho do bem, do que limpar o senado.”
O falatório foi geral. Estavam todos indignados comigo. Esperei voltar o silêncio e prossegui: - “Senhor, vai ser uma perda de tempo. Não vai haver vassoura ou esfregão que limpe tanta sujeira”.
Ele voltou para a sua mesa. Chamou os jurados e ficaram conversando. Passados cinco minutos me chamaram. Levantei-me e caminhei até eles. Não estava calmo, confesso. Pensei que iriam me forçar a pegar a segunda opção.  Já estava até pensando em suicídio. Não iria suportar aquele tipo de tortura. Mas eis que o juiz manda que  eu me aproxime.
Porém antes dispensa os jurados. Caminhei até a sua mesa. Postei-me bem à sua frente. Ele gesticulou. Rapidamente dois policiais ficaram do meu lado. Senti um calafrio percorrer o meu corpo. Boa coisa não era. Ele falou pausadamente: -“Meu filho. Resolvi mudar a sua pena. Como você rejeitou a nossa sugestão, não confiando na justiça, a sua pena agora será cumulativa. Além da sujeira do senado, vais limpar a câmara dos deputados.” - Quase entrei em desespero. Não tinha saída. A minha vida estava encerrada ali. Entretanto uma pessoa se aproximou e pediu licença para falar com o Juiz. Conversaram por algum tempo. Olhava o semblante de cada um. A seriedade era grande. A preocupação aumentou. Enquanto conversavam, de vez em quando o juiz olhava para mim. Cada olhar era um arrepio que me deixava desconfortável. Resolvi enterrar a cabeça no chão. Passados alguns minutos, fui chamado novamente. O Juiz me disse que eu tinha mais duas opções. Disse que realmente as penas impostas eram severas.  Que o meu caso tinha sido revisto. Então me apresentaria outra alternativa. Mas antes de apresenta-la, cochichou alguma coisa com o visitante, que até aquele momento eu não sabia quem era.  Depois virou-se para mim e falou baixinho: - “Quer fazer uma delação premiada?” – Olhei para o magistrado e respondi: -“Delação? Mas vou delatar quem?” – Ele disse:- “Qualquer um.” – “Qualquer um, quem?” – perguntei. - Ele então me olhou, com um olhar de falsa piedade, balançou a cabeça negativamente e falou mais uma vez: - “Você poderia se livrar...” Mas, virando para o lado, segredou alguma coisa com o visitante. Esse deu um sorriso e me apresentou uma ficha de filiação partidária. Esfreguei os olhos e vi uma estrela vermelha na ficha de filiação. Caí na hora desmaiado. Foi um golpe muito forte. Acordei horas depois num hospital psiquiátrico. Continuo, hoje, em tratamento vigiado. Tento vislumbrar um futuro. Mas só vem à cabeça a eleição, a qual eu esqueci-me de participar. E tento não externar meus pensamentos. Falo baixinho pro meu travesseiro: por que sou obrigado a votar, se estou numa democracia? Não tenho resposta e durmo.
                                                         fim

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Numa Eleição, em um País Democrata - Num País do Faz de Conta - Parte 1

NUMA ELEIÇÃO, EM UM PAÍS DEMOCRATA
 NUM PAÍS DO FAZ DE CONTA -

- José Timotheo -


Senhor Juiz, eu sou culpado. Pode me condenar.
Posso relatar o que aconteceu? Então eu vou contar o que houve. Eu me pré-julgo. Posso confessar que passou de mero esquecimento. E eu sei que o esquecimento merece pena máxima. Mas de antemão posso adiantar que não suportarei a punição. Prefiro a pena capital. Mas, continuando... As eleições se aproximavam. A preocupação batia à minha porta. E consciente da minha obrigação, como bom cidadão e cumpridor dos meus deveres, iniciei uma procura minuciosa de um candidato que atendesse aos anseios da população. Coloquei adesivos nos postes e até anunciei nas redes sociais pedindo ajuda para a escolha de um candidato ficha limpa para o referendo de 2016. Prometi até um valor em dinheiro, no “procura-se”.
Na véspera das eleições, levantei cedo. Até aquele momento ainda não tinha chegado nenhuma indicação para um voto que não agredisse a minha consciência. Senhor Juiz, vou confessar aqui para o Senhor e para todos os jurados, que esse problema de coluna que me faz quase beijar o chão vem do acúmulo de escolhas equivocadas de candidatos nesses anos todos que me debruço nas urnas. São muitos votos errados em cima dos ombros. Vou segredar para o Senhor: penso e  repenso e ainda não consegui encontrar um candidato certo. Minto,  encontrei apenas um. Mas esse não foi eleito. E não vou dizer o nome dele, tendo em vista que ele pode morrer de vergonha por ter sido candidato alguma vez na vida. Continuando... Mas tinha esperança de encontrar alguém que fosse digno do meu voto. O dia correu e eu não consegui nenhuma indicação. Resolvi pesquisar nome por nome. Quase queimei o meu computador. Encontrei de tudo nas fichas dos candidatos, menos a indicação de moral ilibada. Sinceramente não vi ninguém com honestidade suficiente para exercer um cargo público. Quase chorei. Pior que eu sentia que de cada fotografia recebia um riso de deboche. Parecia que via uma sacola no ombro de cada um. Imaginava-as, depois de quatro anos, bem gordas. E depois os via conversando nos bastidores sobre o povo.
-“ Ingênuos! Estou gastando milhões, mais do que eu vou receber em quatro anos de mandato, em troca de nada. Ingênuos! Quero essa grana toda, triplicada!”  Vou confessar que tive vontade de invadir a minha imaginação e falar umas verdades para eles. Mas desisti e resolvi fazer uma investigação mais profunda. Podia ter pulado algum candidato. Quem sabe alguém podia encontrá-lo para mim? Já pela manhã, no dia da eleição, levantei-me com a cabeça explodindo de dor. Tomei alguns comprimidos para aliviar a enxaqueca. Quando consegui controlar a dor, já tinha passado do horário de votação. Eu tinha esquecido! Sou um cidadão que sempre cumpre com os seus deveres cívicos. Somos um país democrático e, por conseguinte, somos obrigados a votar. Então eu não me perdoo por ter esquecido a minha obrigação. E por sermos um país de democracia plena, serei punido por não cumprir com os meus deveres. Logo estou aqui esperando pela minha condenação. Calei-me. O silêncio tomou conta do tribunal. O juiz impávido olhava para o teto. Não sei o que ele procurava lá. Acabei olhando também. Tinha um espelho no teto onde ele se via. Arrumava a toga, mexia nos cabelos... Estava elegante. Desisti de olhar para o alto, só me via com uma roupa de condenado. Voltei o meu olhar para o júri. Cada jurado entregava algum papel dobrado para um senhor. Pensei rapidamente: é a minha condenação. Depois lembrei-me que não tive ninguém para me defender. E para acusação, tinha sido eu mesmo. Eu não sei se naquele momento eu queria ser salvo, mesmo se pudesse. Minha preocupação era a pena máxima.
O juiz já estava com a sentença na mão. Bateu o martelo com força pedindo silêncio. Mas o único barulho era o martelo e a sentença. Abriu o envelope. Leu e sorriu. Os jurados aplaudiram. Com um gesto, parecendo que regia uma orquestra, ficaram todos em silêncio. Levantou-se e proferiu a minha pena. –“O senhor, por um ato de rebeldia, contra a nação brasileira, será punido com a pena máxima. Mas – depois de um Oh!!!, numa breve interrupção, voltou a falar. – como somos justos, daremos duas alternativas de cumprimento da pena. Primeira: o condenado fara serviço comunitário, numa comunidade da sua escolha, tentando trazer para o bom caminho a escória da sociedade que vive única e exclusivamente do tráfico de drogas. A outra, segunda: o condenado prestará serviço comunitário no senado federal. Cuidará única e exclusivamente da limpeza de todo o senado. Sendo essa escolha a mais tranquila, pois sendo lá um antro, digo o lugar das pessoas mais honestas desse país.”
            ...Continua semana que vem...

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Pequena História III - O Socialista Burguês - Um encontro num semáforo - Parte 2

Continuando...
          O meu amigo, o socialista burguês, - ele não sabe que é assim que eu o chamo – se diz, também, conhecedor profundo de Platão. Uma vez ameaçou dizer que jogou bola de gude com o filósofo. Então mudei rapidamente o rumo da conversa.  Ele me olhou sério, mas não fez qualquer objeção à interrupção. Quando voltou a falar, após alguns minutos de reflexão, - acho que era - citou o nome dele, o de Platão e o de Max, como sendo um trio de filósofos do século XXI. Naquele momento, após esticar um olhar enigmático para o céu, concluiu, dizendo, que ele e seus dois amigos, estavam finalizando a teoria da relatividade. Não quis contestar, mas perguntei se Albert Ainstein não fazia parte do grupo. Olhou-me com desdém e disse:
          - Aquele garoto franzino, linguarudo, que estuda num CIEP, em Caxias? Ele é muito distraído! Não tem o mínimo de atenção! O que adiantou ele ter feito um cursinho com Sócrates?
          Por falar algumas coisas desse tipo, muita gente o tem como maluco. Mas não é bem assim. Só é uma pessoa meio confusa.  O meu amigo gosta mesmo é de filosofar. Deve ser por isso que se confunde. E piora um pouco mais quando entra no mundo de Jacques Lacam. Aí nem Freud explica. Segundo ele, nem Fred explica. No meio de todas essas confusões, tenho que parar e tentar analisar os fatos. Aí, vou confessar que também tenho lá as minhas dúvidas sobre a sua sanidade. Principalmente quando discorre sobre algum assunto, misturando os seus pensamentos aos de Max e Platão, e afirmando - melhor dizendo, jurando por Deus - que era de um deles. Estrambótico esse meu amigo! Mesmo assim eu o acho um cara inteligente, apesar das misturas de fatos, gente, filosofias... Uma vez me garantiu que sabia também sobre Sartre. Jean Paul Sartre? – perguntei-lhe. Sorriu, conferiu se Max ainda estava debaixo do sovaco, e me disse:
           - Claro! Você conhece? Se não conhece, eu te apresento! É aquele cara de bigodinho pequenininho! Sabia que ele nasceu em Portugal? Ou morreu lá?! Se não me engano ele fez a guerra civil americana. Ou a revolução francesa?! Tem até uma frase, muito conhecida, sua: - Olho no olho e dente no dente.
          Juro por Deus que muitas das vezes fico meio assustado com essas suas colocações. Mas acabo aceitando-as. Levo em consideração a infinita quantidade de livros, por ele degustados. Isso só podia dar em miscelânea cultural. É ou não é?
          De repente o sinal ficou verde pra mim. Não tive ação de dar partida no carro. Parecia que estava congelado. Imediatamente o semáforo dos pedestres ficou vermelho. Subitamente cruzou entre os carros, impávido! Gesticulava e falava algo! Talvez falasse com Max! Ou - quem sabe? – parabenizava o cara que inventou o semáforo apenas pela sua luzinha vermelha!
          Meu amigo sumiu na primeira esquina. Fiquei parado mais algum tempo, boquiaberto. Liguei o carro e atravessei lentamente, o sinal. Nesse momento estava no amarelo. Fui em frente, mastigando reflexões acerca do porquê do verde e do vermelho no semáforo.
                                                    fim