Continuando...
O seu olhar não perdia um movimento sequer do amigo. Quando ele parava, pensava que fosse falar alguma coisa, então automaticamente levantava-se e ficava atento, mas voltava a sentar-se, decepcionado, quando o Dr. Walter voltava a caminhar, mergulhado no seu mutismo. E o tempo foi passando angustiante para ele. Estava prestes a explodir. Não sabia mais o que fazer. Mas por outro lado, tinha que se controlar, porque a curiosidade falava mais alto. Mas até onde?
- E aí Dyllon, escutou mais alguma coisa?
- Ainda não sei o que é. Falam, falam, mas não dizem nada de interessante. O Dr. Walter está querendo revelar alguma coisa, mas está postergando. E isso está deixando o outro médico muito ansioso. Vejo o Dr. Walter andando sem parar.
- Dyllon.
- O que foi? – perguntou sem olhar para Natasha.
- Estou pensando numa coisa. Estou aqui com você e estamos lá do lado de fora. Você falou que pode me tirar daqui. Mas até agora eu não sei como. Eu entrei nessa sala, mas meu corpo ficou do lado de fora. Não entrei com ele. Foi só o meu espírito que entrou?
- Espírito? E existe?
- Dyllon! O que é aquilo lá? Não é o meu corpo? Eu estou aqui e só você vê. Só pode ser o espírito. Nâo estou entendendo.
- Natasha, não leva em conta. Falei sem pensar. Claro que existe o espírito. Assim como é chamado pelos homens, claro! Já pensou que o que existe realmente é como nós estamos? Aquilo lá, um dia some.
- Ué, então vamos para o outro lado, como estamos aqui?
Dyllon, finalmente olhou para Natasha. Mas o seu olhar, deixou claro, que ele estava muito longe dali. Do nada, eles brilharam de um jeito, que assustou-a, mas imediatamente, após o susto, uma paz, que desconhecia, tomou conta de todo o seu ser. Ainda maravilhada, observou que dos olhos do amigo misterioso saiam luzes coloridas, e ela sorria sem perceber. Em seguida, a cabine do controlador do sistema de segurança, virou um arco íris. Ele se mexeu irrequieto, mas depois passou as mãos pela cabeça, da testa até a nuca, e respirou profundamente, imediatamente entrou num sono profundo. Natasha viu aquilo tudo, parecendo não acreditar no que acontecia na frente dos seus olhos. Para completar o seu estado de extase, uma luz brilhante, de uma claridade absurda, entrou pelo centro da cabeça de Willian, e uma outra luz esverdeada, ficou circulando em torno dele. Ela acreditava que estava dentro de um sonho. Pegou a mão de Dyllon, sem saber o que falar. Estava emocionada. Ele olhou-a, com um sorriso angelical, passou a mão na sua cabeça e abraçou-a paternalmente. Depois falou:
- Natasha, eles estão me chamando. Disseram que está na hora.
- Hora de quê, Dyllon? – perguntou Natasha, ansiosa.
- Não sei, Natasha. Mas senti que tenho ainda um tempinho para ficar por aqui. Vão me esperar.
- Quem são eles, Dyllon?
- Não sei, minha querida. Só vi uma luz e ouvi uma voz. Foi a primeira vez. Mas você vai comigo.
- Claro! Eu quero sair daqui! Vou para qualquer lugar! Do seu lado eu sei que estou segura! Mas sozinha, tenho medo!
Dr. Walter finalmente resolveu sentar-se. Puxou a cadeira e colocou-a bem próxima do amigo. Depois colocou as mãos em cima dos ombros do Dr. Ferguson e, calmamente, começou a falar.
.....Continua Semana que vem!
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