terça-feira, 23 de julho de 2024

Uma Luz e Nada Mais - Parte 13

 


Continuando...

            Mas Dyllon, e se for um medicamento que não pode ser interrompido? – falou preocupada a enfermeira.

           - Vamos interromper e observar o que pode acontecer. Em dois dias, de repente, se me sentir mal, volto a tomar o medicamento. Agora vamos tentar resolver outras questões em relação ao contato com o rapaz, as câmeras e... por enquanto é só isso.

           - Tudo bem. Dyllon, como vou falar com o funcionário? Já encontrou alguma solução?

             - Sim. Tem um jeito. Você tem que descobrir o horário da troca de turno.

            - Isso eu sei. – ela interrompeu bruscamente Dyllon.

            - Calma, Natasha. Você está ansiosa. Sabendo o horário da troca de turno, já é meio caminho andado. Então eu pensei o seguinte: na hora que ele sair da sala, você já deve estar no corredor a caminho daqui. Quando passar por ele, você entrega um bilhete.

             Natasha ficou olhando para Dyllon, que havia feito uma pausa, sem saber se podia interrompe-lo. Ele sorriu e mandou-a fazer a pergunta que quisesse.

            - Escuta só Dyllon... – ficou em silêncio, por alguns segundos pensando - Escrever o quê nesse bilhete?

            - Diz que precisa falar com ele. Só que não sabe como fazer, já que é proibida de falar com outras pessoas da base. – me parece que isso aqui é uma base da marinha, ou do exército, ou sei lá do quê – E se ele saberia como resolver essa questão. Simples assim.

            - Simples assim? E você me diz que é simples assim. Dyllan e se ele entregar o bilhete para os doutores?

            - Natasha, temos que arriscar. O tempo voa. Vamos fazer o seguinte: esperamos dois dias para saber o que vai acontecer comigo sem o medicamento. É tempo para amadurecer a ideia. Depois voltamos ao assunto. Se bem que não vejo outro jeito de buscar informações. A única saída é o rapaz. Vê se passa por ele hoje.

           - Hoje não dá. Ele só passa aqui no corredor na saída do plantão. Vou tentar amanhã de manhã. Vou rezar bastante! Bastante!

           Dyllon deixou escapar um sorriso. Natasha acabou sorrindo junto, demonstrando um pouco de descontração. Depois mostrou o comprimido e em seguida colocou-o no bolso do jaleco. Virou-se, após um aceno de mão, e se dirigiu para a porta. Mas antes que encostasse a mão na maçaneta, Dyllon chamou por ela.

            - Natasha, antes de sair eu quero te fazer uma pergunta.

            Ela voltou e encostou as duas mãos no braço dele e, deixando cair um sorriso, esperou que ele falasse.

            - Me diz uma coisa: começaram a me dar os comprimidos depois que acordei, certo? Antes eu tomava alguma coisa?

            - Eu aplicava uma injeção diariamente. Deve ser do mesmo princípio ativo. Você tomava soro também. Ele já vinha misturado com alguma coisa que eu não sei o que era. Se eu pudesse sair daqui, levaria esse comprimido para fazer uma análise. Não sei para o que serve.

            - Não se preocupe, Natasha, nós vamos descobrir para o que serve em pouco tempo, assim espero. Vamos aguardar com paciência.

             No dia seguinte, às sete horas da manhã, Natasha saiu do seu quarto e se dirigiu para a enfermaria onde estava o misterioso Dyllon. Ela ia sempre às oito horas, mas escolheu ir mais cedo, para coincidir com a troca de turno dos funcionários, que controlavam todo o sistema de segurança da base.

            Natasha caminhava devagar pelo corredor tentando aparentar calma, mas que na verdade estava longe de existir. Nem foi tomar o seu café da manhâ, habitual. Realmente não estava sentindo fome. Pensou em deixar para depois do encontro com rapaz.

 .....Continua Semana que vem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário