terça-feira, 16 de julho de 2024

Uma Luz e Nada Mais - Parte 12

 


Continuando...

            Depois de algum tempo de cabeça baixa, o Dr. Ferguson, parecia que pensara bastante, levantou a cabeça e falou para o colega:

              - Walter, – engoliu alguma saliva e permaneceu em silêncio por algum tempo, pensando, pensando. - nós falamos que todos foram eliminados, certo? Mas não foram. O Dyllon é prova disso.

              - Mas, Ferguson, pelo jeito ele não era dali. – interrompeu, sem saber se o amigo iria continuar ou não - Ele foi encontrado dentro daquele cilindro, que não sabemos até hoje do que é feito e que nada consegue quebrar, e trajando uma roupa que não era do tipo usado pelos moradores. Não é vidro, mas é transparente. Um metal transparente? Não sabemos. É um material desconhecido.Por isso é que foi mantido vivo nesses vinte anos. Precisamos saber o que o isolou e o protegeu da irradiação, na hora do teste da ogiva.  Aquela luz brilhante, vista a quilômetros, que cobriu toda área... Que luz era aquela? E o material que o protegeu? Temos que continuar pesquisando, mesmo não andando um centímetro sequer, nesses vinte anos, na elucidação desse mistério.  

              - Amigo, - pela primeira vez tratou o colega como amigo – será que ele vai falar? Tenho minhas dúvidas. A ideia de ele ser extraterreno, eu já não alimento mais. Você falou que ele não era dali e eu concordo, mas a ser extraterreno é outra coisa. Se fosse, quem protegeu-o da irradiação tinha-o levado. Concorda? – o amigo balançou a cabeça - Então, a minha teoria é que algum ser, sei lá, estava passando por ali e o isolou da irradiação.

              - Mas Ferguson, o que não encaixa é o fato dos ETs terem protegidos toda a comunidade, sem precisar encapsula-los, enquanto o nosso “hóspede” foi descoberto, nas proximidades, dentro de um cilindro. Todos os moradores foram encontrados vivos, como se nada tivesse acontecido, falando e andando normalmente. Já esse aí – apontando a ermo – ficou dormindo vinte anos e tendo um tipo de sangue que desconhecemos. Você se lembra que vimos os exames realizados em alguns dos sobreviventes e não houve nenhuma alteração sanguínea neles?

            - Correto. É uma incógnita essa pessoa. Será que ele não foi protegido a tempo e foi contaminado pela irradiação?

            - Mas ele não foi contaminado. – lembrou-o o Dr. Walter.

            - É Walter, é isso mesmo. Apaga o que falei. Mas eu suspeito que alguém – um ET – tenha conseguido limpá-lo a tempo de toda irradiação. Lembra que o cilindro, segundo Dr. Frank,  estava hermeticamente fechado, assim a princípio acharam, e que de repente abriu-se como num passe de mágica? Se fosse gente deles, com certeza o levariam. Depois de vinte anos ele acordou, agora podemos esperar mais um pouco para que ele fale.

          - Ferguson, você é um otimista! Sempre foi um otimista! Não sou um  otimista do seu quilate. Ferguson, ele tinha que acordar e falar. Só isso. Mas  não aconteceu. Descofio que vai demorar. Põe os pés no chão, meu amigo. Nós não podemos prever nada. E, antes que me esqueça, nós não vimos o que ocorreu há vinte anos atrás. Só viemos para cá, dez anos depois. O que sabemos, foi o que nos contaram.

               - Walter, acho que esses dez anos aqui enfurnado, me deixaram com a memória prejudicada. Sinto que estou aqui desde sempre.

               - Eu também me sinto esgotado. O dinheiro todo que ganhei e continuo ganhando, vamos ficar ricos, parece que não está compensando. Estamos enterrados vivos. O pouco que saímos, não está compensando essa eternidade que é aqui embaixo. Ferguson, não sei como vai acabar tudo isso. Será que estaremos vivos para ver o nosso hóspede falar? Vale a pena tudo isso?

            Dr. Ferguson apenas olhava o amigo, sem conseguir responder os questionamentos elencados.

              Com a explicação de Natasha, Dyllon ficou deveras abatido. Mas depois de mastigar o silêncio, sorriu e como se tivesse encontrado uma solução simples, e encontrou a mais óbvia: parar de tomar o medicamento.

            - Natasha de hoje em diante não vou mais tomar o remédio, o comprimido branco. Não sei para o quê ele serve. Vou pagar para ver, com a interrupção. Mas o outro, que é apenas para me manter vivo, esse continuo. Um para o almoço e o outro para jantar. 

.......Continua Semana que vem!

 

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