domingo, 17 de dezembro de 2017

Reflexão Natalina!!

SÓ FALTAVA ESSA: PAPAI NOEL É CHINÊS   
José Timotheo



          Mais um ano. Mais um Natal. Mais um Ano Novo. Mais um carnaval. E assim vai. Vão passando os dias. Vai passando a nossa esperança. E ela parece elástica. Como elástico parece o nosso saco. E o de Papai Noel também!

          O otimismo em primeiro lugar! – dizia um vizinho. No dia seguinte estava aos berros, pois tinha completado dois meses sem salário. O otimismo tinha ido para o brejo.

         Mais um mês ! – dizia um cara num bar tomando uma pinga. Um amigo que estava ao  lado, consolava-o: não fique assim não. Lá em casa a coisa está pior. E nem por isso estou reclamando. Somos eu e a mulher professores. O outro deixou até um sorriso fugir, e segredou: - é, amigo, a educação é analfabeta! Ela votou mal!

        E o Natal não tem nada com isso. Papai Noel nem tem pé grande. Somente saco. E o que fazer? Acho que vamos voltar aos tempos da criatividade. Era um carrinho feito pelo pai, não Noel, com pedaços de madeira. As rodinhas eram de rolimã. Outro tipo de carrinho também caía bem: um cabo de vassoura, para o corpo do veículo, um pedaço na parte de baixo, preso por um parafuso ou prego, com duas tampas de leite em pó fazendo de rodas; na parte superior, fazendo o papel de volante, também preso com prego ou parafuso, outro pedaço de madeira. Depois se colocava dois barbantes, um de cada lado da madeira, que ficavam amarrados da parte superior até a inferior. A criançada saía na maior alegria. Para as meninas, normalmente era feito uma boneca de pano. E roupas também. Tudo feito em casa.

          A vassoura está cara. A madeira está pela hora da morte. O tecido, nem se fala. O negócio é ir de papai Noel chinês mesmo. Pode estar sem dinheiro, mas um carrinho chinês dá pra comprar. A gente sabe que no dia seguinte do Natal, o carrinho começa a soltar as rodinhas. Mas pelo menos o Natal passou.

        Papai Noel é chinês. Mas tem gente que duvida. Constatei isso ao montar uma árvore de natal. Peguei as bolinhas e fui pendurando uma aqui, outra ali, espalhando tudo que eu podia. No fundo de uma caixa achei um papai Noel. Comecei a procurar um lugar para pendurá-lo. Achei entre duas bolas, que não eram as minhas, e pendurei-o. Fiquei um tempão olhando bem na cara do Papai Noel. Não é que ele tinha os olhinhos rasgados!  Isso mesmo! Olhinhos rasgados! E eu que sempre acreditei que o Noel era da Lapônia! Realmente estamos em outros tempos!

           Desejo de coração ao povo brasileiro, em especial ao Fluminense, um Feliz Natal. Apesar de ter um pé atrás com a esperança. E mais um Feliz Ano Novo. Batemos tanto nessa tecla, que um dia vamos ter uns Natais e muitos Anos Novos felizes. E que tenhamos braços suficientes para darmos um abraço fraterno no mundo.

          Que todos fiquem felizes com os seus presentes. Mas ao abri-los, cuidado: pode vir um chinês de brinde.  É a globalização!



                                                        fim

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