quarta-feira, 26 de julho de 2017

Um Anjo na Boleia - Última Parte

E chegamos a última parte...
    - Quim, mas não tinha defunto nenhum!
    - Não tinha... Mas você não sabia que não tinha! Você tinha certeza que o defunto estava lá atrás, só eu que não sabia! Em outra enrolada dessa, você não me joga mais!
    - Tá bom, Quim! Tá bom! Até parece que você não gostou de ter ajudado aquela família! Até parece!
    - Não estou falando disso! Você me entendeu! Oh! Tem mais uma coisinha: já passou da hora da gente voltar pra vida real! Vamos pra normalidade! Vamos voltar a pisar o chão!
    - Tá certo! Tá certo! Pisa aí!
   O caminhão vai se movimentando normalmente. A velocidade que pedia para aquela estrada, não podia exceder os 40 km. Mas Quim ia com um sorriso nos lábios. Toni observou a descontração que tinha se apossado do irmão e comentou:
    - O que é deu em você? Está alegre!
    - De repente me deu vontade de sorrir. Não é estranho isso? Mas eu me lembrei daquela família. Deve ter sido isso. Toni eu estava me lembrando de uma coisa.
    - O que é? Não me venha com história!
    - Que história o quê! Estou pensando aqui comigo, que o que nós fizemos até agora, não podia caber dentro desse dia.
   - Como assim!   
    - Pensa bem. Nós chegamos naBR, às cinco da matina. Aconteceu coisa pra cacete.  Até refém daqueles bandidos, nós ficamos. Pegamos essa estrada secundária, que não se pode passar dos 40 km. Olha o seu relógio, aí! Que horas tem?
- Aqui está marcando 2 e 40  da tarde.
     - E você acha Toni, que em, mais ou menos, 9 horas dava pra fazer tudo que fizemos, e ainda estar voltando para a rodovia? Eu acho que não! Quanto tempo, ficamos nas mãos daqueles bandidos? Foi muito tempo, não foi?
     - Foi mesmo, Quim. Realmente, você está certo.
     - Então, o que fazer? Eu pergunto e respondo. Não podemos falar disso com ninguém. Com certeza vão chamar a gente de mentirosos e malucos. Vamos entregar a carga conforme combinado e se pintar algum transporte, a gente pega. Depois vamos até em casa, de onde estamos sumidos há muito tempo. Toni olha só que paisagem desoladora! Eu não me lembro de ter visto um lugar tão seco e feio como esse! Como esse pessoal consegue sobreviver numa região dessas? Sabe Toni, chega de paranormalidade!
     - Essa turma vive de teimoso! E chega de fantasma! Vamos embora! Toca aí, Quim! Isso que vivemos, foi só um sonho! Acelera, mano! Estou doido pra chegar numa churrascaria e encarar aquela boa picanha! Vamos embora e sem reclamações!
    - E eu reclamo? Para com isso, Toni!

fim


Obs. Essa obra é de ficção. Qualquer semelhança com a história, nomes dos personagens, é pura coincidência.










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