Continuando...
O casal de namorados apenas ouvia o que eles diziam. Nenhum dos dois quis fazer qualquer questionamento, para não atrapalhar a possível chegada do socorro. Sentaram-se no chão, próximos aos dois, enquanto, por uma nesga no mato, olhavam as criaturas flutuarem a pouco mais de cinco metros do chão, a menos de cem metros de onde estavam, tentando encontrar sinal dos fugitivos. Natasha, mesmo confiando nos amigos, principalmente em Dyllon, não parava de esfregar as mãos em sinal de nervosismo. O namorado, viu o jeito que ela estava, não falou nada para tentar tranquiliza-la, porque também tremia dos pés a cabeça, apenas abraçou-a e puxou-a para junto de si.
Dyllon sentou-se no chão e cruzou as pernas, seguido do soldado Oliveira. De repente começaram a flutuar, ficando a poucos metros do chão. Em poucos minutos veio a resposta: uma luz intensa surgiu do nada, e aos poucos foi tomando a forma de um disco achatado. Depois foi se esticando até tomar todo o espaço em que estavam as criaturas máquinas. Em seguida foi circulando-as até fechar o circulo. E, como num passe de mágica, sugou-a todas de uma só vez. Em seguida, voltou à forma original.
De dentro dessa luz, de uma claridade intensa, saiu uma esfera prateada, que circulava em alta velocidade por cima da região onde estava a base, marcando, com raios de luz azulada, uma extensão com mais de 10 mil metros quadrado. Cada ponto luminoso, como uma broca, perfurava o solo com uma facilidade impressionante. Imediatamente, desses pontos, começaram a sair pessoas que eram sugadas para o interior dessa esfera. Natasha e o namorado não acreditavam no que viam. Estavam boquiabertos com toda aquela magia. Principalmente para Natasha, que nunca acreditara em vida extraterrena.
- Zé Antônio, você está vendo isso? Só pode ser um sonho! Ou pesadelo? Olha os dois ali flutuando, enquanto acontece isso tudo! Isso é bizarro! Você acredita nisso?
O rapaz olhava para a namorada com os olhos de pavor. Segurava o braço dela sem conseguir responder qualquer pergunta que ela lhe fizera. Natasha continuava olhando para o que acontecia a alguns metros dali, mas esperava alguma resposta do namorado. Com a demora, ela olhou para ele e levou um grande susto.
- O que é isso, Zé Antônio? Você parece em estado de choque! Você está apertando o meu braço com muita força! Para com isso!
Já que o namorado não esboçava qualquer reação, Natasha, como único recurso, deu-lhe um tapa no rosto, sonoro. Imediatamente Zé Antônio deu sinal que voltara ao normal. Primeiro largou o braço da namorada e depois passou a mão no rosto, onde estava vermelho e possivelmente doendo.
- O que houve, Natasha? Que mão pesada!
- Foi o único jeito. Puxa, se fosse contar com você, eu estaria em maus lençóis! O que houve com você? O silêncio vem acompanhando você há muito tempo. Não percebeu, até agora, o que está acontecendo? Pelo jeito não viu nada e nem me ouviu.
- Natasha... – fez uma pausa e engoliu um pouco de saliva – Isso tudo para mim e um pesadelo só. Você já estava mais acostumada com o que Dyllon vem fazendo na sua presença, há muito tempo. Já eu... Desculpe. Acho que você é quem vem me protegendo. – sorriu meio envergonhado.
- Tudo bem. Acho que não corremos perigo. Dyllon e o soldado nos protegerão e, também, se não estou enganada, essa estranha luz e aquela esfera. Olha só como está sugando várias pessoas de dentro da base. O que será que vai acontecer com elas?
- Nem desconfio, Natasha. Só os nossos amigos é que poderão nos responder. Até quando vão ficar flutuando?
- Como vou saber? Vamos esperar. Só isso que nos resta: esperar. Esperar e continuar vendo uma coisa que só vai ser para nós mesmos, com certeza. Você acredita se contarmos isso para alguém ela vai acreditar?
O namorado de Natasha balançou a cabeça em sinal de negação, fazendo um bico estranho. Depois apontou para o ovoide que continuava a sugar pessoas do subterrâneo da base. Natasha nunca imaginou que poderia ter tanta gente trabalhando ali. Vivia num mundo tão pequeno: um corredor, com um pouco mais de dez metros, o seu quarto, o quarto de Dyllon e a setor de vigilância, que não dava para ver quem estava lá dentro e... era só. As pessoas, eram as mesmas: os dois médicos, Dyllon e depois o namorado. Dois anos de quase mudez total, só falando quando os médicos perguntavam alguma coisa. E só foi falar mesmo, quando o amigo acordou, depois de vinte anos dormindo. Esse foi o mundo que viveu por três anos.
Continua na Semana que vem!
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