Continuando...
Dos olhos de Dyllon foram saindo raios de luz multicoloridos, até que envolveram as várias imagens, que se espalhavam no espelho, até que só ficasse uma, a que Dyllon sabia que era a melhor.
Natasha e o namorado pareciam que tinham acordado naquele instante. Era nítido, nas suas feições, que não tinham noção de onde estavam. Dyllon sorriu ao perceber o estado de desorientação de ambos. Não avaliara que isso pudesse acontecer.
- O que houve com vocês? – falou assustado, Dyllon. – Não consegui perceber que vocês tinham ficado afetados. Tenho que tirar essas substâncias do meu organismo. Mas consegui encontrar, de todas as pessoas que habitam em mim, a minha parte mais forte.
- Puxa Dyllon! Estou tonta! O quê você fez? – falou Natasha, enquanto balançava a cachola, parecendo que arrumava tudo lá dentro.
- Não me faça pergunta que, no momento, não posso responder. Minha cabeça também está desarrumada. Vamos seguir, a princípio, a ideia do seu namorado. Mas antes, vou dar uma olhada do outro lado. Alguma coisa está acontecendo lá, que eu ainda não consegui perceber. E nem ver.
Dyllon foi até a porta e meteu a cabeça, atravessando-a. Entretanto parou e não passou todo o corpo. O que estava vendo, assustou-o.
O soldado Oliveira, dormia o sono dos justos. De repente abriu os olhos assustados. Se apalpou, para ter certeza se estava vivo. Alguma coisa tinha o despertado. Estava de barriga para cima, como sempre gostava de dormir. Só que não se lembrava de ter se deitado ali em cima na guarita. Olhou para o lado e viu a sua arma a poucos centímetros da sua mão. Como aconteceu aquilo? Nunca tinha dormido em serviço. Se levantou assustado. Olhou para baixo e não viu ninguém. Estava um deserto só. Lembrou-se que tinha ido até a enfermaria e conversado com os dois soldados, que estavam acamados. Cadê eles? Se perguntou. Olhou para o lugar onde vira as pessoas que, segundo informaram, estavam mortas por radiação. Mas não tinha ninguém. Só a luz permanecia ali, cobrindo toda a área, como uma sentinela. Mas estava parada.
O soldado esticou o uniforme com a mão, pensando no sargento, que sempre gostava dele impecável. Porém percebeu que havia alguns amassados. Passou a mão novamente até achar que voltara ao normal. Pegou a arma e colocou no ombro e ficou por ali até acabar o seu turno. Tinha quase certeza que só sobrara ele. A dúvida era somente sobre os outros dois soldados que estavam na enfermaria. Não lembrava se eles tinham saído junto com ele. Olhou para o relógio e viu que tinha parado. Ficou meio aborrecido. Não sabia quem seria o próximo a ficar de sentinela. De repente não tinha mais ninguém. Resolveu descer e ir até a enfermaria.
Foi descendo a escada, sem tirar o olho da luz. Estava completamente vidrado. Aparentemente não sentiu medo em momento algum. Pisava com firmeza cada degrau, não titubeando em momento algum, até pisar o chão firme, mas sem desviar os olhos daquela claridade misteriosa. Foi assim até entrar na enfermaria a procura dos dois amigos, que para a sua tristeza tinham desaparecido. Agora era só ele.
Estava sentado na dúvida, sem saber o que fazer da sua vida. Enfrentar aquela floresta imensa e perigosa, não ia de jeito nenhum se arriscar a ser devorado por alguma animal selvagem. E ficar aqui sozinho? Concluiu que também não deixava de correr risco, mas podia sobreviver até que chegasse alguém para resgatá-lo. Em algum momento viriam substituir a tropa, aí levariam-no dali. Só não sabia como ia explicar o que tinha acontecido com todo o pelotão. Só sobrou ele. Tentou até imaginar o que acontecera com os dois últimos. O mais obvio: fugiram para a floresta. - pensou.
....Continua Semana que vem!

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