terça-feira, 8 de julho de 2025

Uma Luz e Nada Mais - Parte 63

 


Continuando...

                Enquanto Natasha gritava com o médico, não escutou quando as presilhas se soltaram. Mas o rapaz viu na hora que aconteceu.  Tocou no ombro de Natasha, chamando a sua atenção. Nesse momento ela já sacudia o Dr. Walter pelo jaleco. Precisou que o namorado se colocasse entre ela e o médico para que ela parasse.

                    - Calma Natasha! Para com isso! As presilhas já se soltaram sozinhas!

                    Ela conseguiu parar de sacudir o médico e, voltando ao normal, ainda pediu desculpas para o Dr. Walter, que parecia não estar presente, pois não esboçou qualquer reação.

                    Natasha constatou que o amigo estava solto. Alisou os seus cabelos e olhou para o namorado. E demonstrando um pouco de desânimo disse:

                     - Zé Antônio, vamos ter que leva-lo daqui. É um pouco pesado, você aguenta? – o rapaz balançou a cabeça afirmativamente – Como ele fez isso? Não está totalmente dormindo. Vamos levantá-lo. Mas antes, amarre os dois médicos, por precaução. Dê uma olhada para ver se estão com algum microfone.

                      - Não tem nada. – disse o rapaz, depois de revista-los dos pés a cabeça. – Você sabe comandar bem!

                      Natasha sorriu e beijou levemente o rosto do rapaz. Depois deu a volta na cama e juntamente com ele, colocou Dyllon sentado, pegando um em cada axila. Em seguida, ela retornou para a frente da cama e os dois puxaram Dyllon, para coloca-lo numa cadeira. Mas – surpresa – o estranho paciente ficou em pé, porém continuando com os olhos fechados. Sem saber o que dizer, um olhava para o outro boquiaberto.

                      Pegaram Dyllon pelo braço e ainda mais surpresos ficaram, quando ele começou a caminhar praticamente sozinho, apenas amparado pelas mãos dos dois. Parecia um robô caminhando.

                       De olhos fechados, Dyllon foi até a porta. Antes de abri-la e transpô-la, parou e olhou para  trás. Mirou os dois médicos, que estavam amarrados do lado da cadeira e amordaçados, mantendo ainda os olhos fechados, e sorriu. De repente atravessou as duas portas, como num flash, deixando Natasha e o namorado sem ação.

                        - O que foi isso? – perguntou José Antônio para Natasha.

                        - Isso? – fez uma pausa – Isso é o modo Dyllon de ser. – engolindo em seco - Ainda não me acostumei com esse relâmpago. Vamos sair.

                        Ao chegarem do lado de fora, Dyllon estava em pé, encostado na parede.

                        - Vamos Dyllon! – disse Natasha.

                        Ele mal se mexeu. Parecia que estava colado na parede. Natasha pegou-o pela mão com delicadeza. Aí veio mais um susto: ele simplesmente escalou a parede de costas, como se tivesse andando em um lugar plano. Seguiu pelo teto, de cabeça para baixo, até descer no final do corredor, encostado à porta que dava acesso para outro setor da base.

                        Natasha e o rapaz pareciam em estado de choque. Miravam o misterioso Dyllon sem saber o que fazer. Mas Dyllon, finalmente, abriu os olhos e sorriu para os dois, chamando-os com um gesto de mão. Natasha e o namorado custaram a sair do lugar onde estavam. Com muito custo, ainda em estado de total espanto, se arrastaram até o misterioso ser.

                        - Que caras são essas? – disse Dyllon sorridente.

                        - De susto. – falou Natasha, ainda sem se recuperar totalmente do acontecido. – O que foi isso, Dyllon?

                        - Aqueles médicos medíocres pensaram que iam passar a perna em mim, assim tão facilmente! – fez uma pausa - Mas não é que  conseguiram me fazer pensar que estavam enlouquecendo. Não sei como foi isso. 

                       - Dyllon, pode ter sido o Dr. Frank. Eu o vi pouco, mas me pareceu uma pessoa envolvida com o demo. – disse Natasha.

                       - Estranho. Como não consegui perceber isso? Mas agora vou confessar: eles conseguiram injetar um pouco do sedativo. Eu dormi, sem vigiar. Acreditei que não aconteceria nada. A outra seringa era para induzir o coma. Eles não aplicaram logo essa substância, pois acharam que eu podia acordar antes deles injetarem todo o liquido. O sedativo era mais fácil. Eu ia dormir, aí eles fariam o serviço tranquilamente.

                     - Mas como você está agora, Dyllon? – perguntou Natasha, preocupada.

                     - Calminho. Calminho. – risos – Mas a substância que injetaram na minha veia, está prejudicando um pouco o meu desempenho. Me sinto  um pouquinho lerdo. Mas vou melhorar.

                     - Dyllon, temos que sair daqui. Acho perigoso ficarmos mais tempo nesse lugar. Vamos embora. Vamos Dyllon. – disse chorosa, Natasha.

 .......Continua na Semana que vem!

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