Continuando...
Dyllon ficou pensativo. Só tinha idealizado esse plano, para tirar Natasha dali. Tinha quase certeza que ia embora para longe do planeta Terra. Outra saída para a amiga, não tinha pensado. E agora ainda tinha o rapaz, que parecia com disposição de ir para qualquer lugar que Natasha fosse. Com ela, iria para qualquer outro lugar no cosmo. Ele sentia isso, mas não tinha certeza de nada. De repente ia ficar na Terra mesmo. Mas aonde?
“Estou querendo saber a minha origem. Essa coisa, que em certos momentos tenho certeza e logo depois pousa a dúvida, está fazendo muita confusão na minha cabeça. Procuro esconder às dúvidas, para não deixa-los perdidos. Entretanto sei que sou uma pessoa diferente e isso conta a meu favor. Tenho limitações, mas tenho alguns poderes, que homem nenhum tem. Por que não sei o simples, no caso o meu nome? Por que não sei se sou daqui ou de outro planeta? Se tenho família... Gostaria ter uma imagem da minha mãe. Ou filho, se tiver. Vejo mãe, vejo filho te todo mundo. Será que não sou humano? De repente sou um androide. E como tal, não fui gerado no ventre de uma mulher. Sou um sem pai nem mãe? Então vou lembrar do que?
Pelas minhas características, sou homem. Tenho tudo que um homem tem. Acho que androide não tem sexo. Não faz sexo. Não tem desejo. É apenas uma inteligência artificial? Eu sou de carne e osso. Então não sou androide. Sou apenas... Apenas o quê?
Tenho que tirar essas questões da minha cabeça. Sou daqui mesmo. Análise rápida: quem tem preocupações? O ser humano, é óbvio. Então, se sou uma pessoa que se preocupa, logo sou homem. Mas por que de vez em quando uma dúvida pousa para me trazer confusão? Acho que estou precisando de um psicólogo. Viu só, isso é coisa de ser humano!
Vejo muito mais longe do que um homem, isso é fato. Esses cientistas da base nunca conseguiram pescar o meu pensamento. Já eu, leio livremente o que pensam. Fui algumas vezes, pelo pensamento do Dr. Ferguson, ao seu filho. Estive na sua cabeceira e fiz o que tinha que fazer. Ou melhor, o que me era permitido. Agora não sei por quem. Quem me deixou fazer esse tipo de coisa? Será que um dia vou saber?
Percebo claramente os sinais, os chamamentos, mas não sei de onde vem. O rapaz perguntou se sou de outro planeta. Não sei bem o que responder, mas a certeza flutua livremente na ponta da minha língua. É só dizer sim, sou extraterreno. Mas não tenho nave nenhuma. Até agora não vi nenhuma. Todo extraterreno tem uma nave a sua espera. Onde está a minha? O único fato diferente é o sonho de um lugar que não parecia em nada com a Terra. Aquela ave estranha não sai da minha cabeça. E aquelas pessoas quase transparentes? Elas não tinham fisionomias ou tinham? Não me lembro.
Ao sair daqui, vou levar os dois. Para onde? Vou apostar nas coisas que acontecem sem eu planejar. Acredito que ao amanhecer terei uma solução. O caminho vai se abrir na minha frente. Não sei se todo o caminho, mas pelo menos a porta de saída vai se abrir. Mas para mim não precisa de porta aberta, eu passo por dentro dela. O problema são os dois. Tenho que arranjar uma solução até o amanhecer. Eu consegui levar Natasha para outro lugar, mas o corpo ficou no corredor. Vou ter que transportar os dois com corpo e alma.
Já é noite. Vou aguardar os médicos substitutos. Sinto que virão sozinhos. Tenho que ficar atento. Não consegui, até agora, escutar nada sobre eles. O que pretendem fazer comigo? Também não sei. Só não posso dormir. Acredito que posso controlar o sono. Mas nunca tive motivo para precisar ficar desperto. Vou dar uma olhada na hora, lá na cabine de controle do sistema de câmeras. “
Dyllon saiu do quarto e olhou o corredor vazio. Sentiu um mal estar, que causou um arrepio nos braços. Achou aquilo muito estranho, mas não conseguiu saber o motivo. Entrou na cabine e ficou atrás do funcionário Willian. O relógio ficava acima do painel de controle de todo o monitoramento daquele andar da base. O relógio marcava sete horas e trinta minutos. Faltava pouco tempo para Natasha ir até a enfermaria. Não se demorou muito. Em frações de segundos já estava no seu quarto. Se deitou e ficou a espera da enfermeira, com as presilhas, que o prendia a cama, abertas.
....Continua Semana que vem!
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