Continuando...
Os três caminharam em direção ao apartamento de Natasha, em silêncio. A porta se abriu antes de Natasha colocar a chave. Ela, sorriu, já estava acostumada com esses “truques” do amigo, mas o rapaz, apresentou uma cara de espanto. Dyllon bateu mais uma vez no seu ombro e sorriu amigavelmente. Entraram, ainda em silêncio. Cada um procurou um lugar para sentar. Como só tinha uma cadeira, Dyllon pegou-a para si, deixando a cama para os dois sentarem-se. José Antônio aproveitou e ficou colado em Natasha, naquele momento era o seu porto seguro. Ela sorriu e abraçou-o.
- Você está tenso, Zé Antônio. Pode relaxar, ele é nosso amigo. – se virou para Dyllon – O que foi aquilo, Dyllon? Que mágica foi aquela?
- Natasha, já disse que não sou mágico! Aquela pessoa, coitada, tão disforme, é a enfermeira.
- É a Carla! – o rapaz interrompeu Dyllon.
- Isso mesmo. É a enfermeira Carla. Ela foi assassinada. Depois de usarem os seus serviços, foi descartada. Rapaz, conta o que você descobriu.
José Antônio, já mais relaxado, começou a relatar a sua investigação. Mas deixando claro que, o que descobriu, foi depois de muita procura. Já estava quase desistindo quando chegou até o seu computador o retrato da enfermeira.
- Comecei a minha procura com alguns amigos que não tem o hábito de usar a internet. Aqueles amigos de bar. Paralelamente fui para a rede social. Faço parte de alguns grupos no WhatsApp, no Facebook e no Instagram. Pedi para me mandarem qualquer informação da enfermeira. Passei o nome completo e pedi para me mandarem fotos. Eu me lembrava da fisionomia dela, então poderia identifica-la sem dificuldade.
Os dias foram passando, e eu com medo de não dar tempo de encontra-la, mesmo chegando diariamente várias fotos de mulheres com esse nome e sobrenome. Só que a Carla que queríamos, não vinha. Me entristecia um pouquinho, mas não deixava de acreditar que eu ia encontrá-la. Fiquei surpreso com a quantidade de pessoas com o mesmo nome e sobrenome. Isso é incrível. Nunca imaginei. Procurei não me deixar abater, e apostei na esperança. Os dias foram passando e, quando achei que a procura fora em vão, apareceu a fotografia dela. Não tive dúvida.
Já estava quase regressando para o trabalho. Tinha só dois dias para descobrir o endereço dela. Um amigo, no meu grupo do WhatsApp, que fazia parte de outros grupos, foi quem conseguiu. Acreditei que isso foi milagre.
- Não. Foi determinação e perseverança. – interrompeu-o, Dyllon.
-Então, – recomeçou José Antônio – esse amigo me conseguiu o endereço dela, com um ex namorado. E eu, com o endereço na mão, corri atrás. Corri mesmo, porque ela morava longe do centro de São Paulo.
Encontrei a casa e os pais dela, mas ela não estava. Me contaram, rapidamente, que ela chegara, há três anos atrás, com uma quantidade grande de dinheiro e colocou em cima da mesa. Disse que o seu contrato tinha encerrado. Aquilo era a indenização. Pouco tempo ficou com eles. Saiu dizendo que ia fazer uma viagem a procura de emprego. Se despediu, abraçando-os efusivamente. A mãe disse que sentiu um aperto no coração. A filha saíra, deixando a mala no mesmo lugar ao entrar, e saiu sem nada na mão. Foram os dois até a janela para vê-la partir. Do lado de fora tinha um homem alto, de óculos escuros e envolto numa capa preta, que abriu a porta do carro, também preto, para que ela entrasse. Depois disso, nunca mais teve notícias da filha. Acreditam que, como ela ficou cinco anos sem dar notícias, ficaria mais cinco, novamente, sem saberem do seu paradeiro. É isso.
.....Continua Semana que vem!
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