terça-feira, 6 de maio de 2025

Uma Luz e Nada Mais - Parte 54

 


 Continuando...

                   O misterioso paciente ria, parecendo se divertir com o ocorrido. Natasha olhava-o e continuava com a cara de decepção, mas com certeza aliviada por não ter conseguido injetar o tal liquido perigoso no amigo. Só que não sabia como levar os médicos a acreditarem que Dyllon estava sendo inoculado  com a substância que o levaria a dormir para sempre.

                   - Qual o motivo da preocupação, Natasha? Puxa vida! Mais uma vez vou repetir: não sou ilusionista! Não sou mágico! Você cismou com isso. Continua não acreditando em mim.  O que acontece comigo, é espontâneo. O que você não entende, acha que é fantasia. Realmente não é fácil de entender, eu até desculpo-a por isso. Eu também – sorriu – não compreendo isso direito também. Mas acredito. – fez uma pequena pausa -  Natasha, escuta só: eles virão todos os dias com a injeção preparada para você me aplicar. Aja normalmente. Na hora, você vai até pensar que aplicou e eles também, vai repetir a mesma coisa de hoje. Isso vai acontecer, mais algumas vezes, até irmos embora desse buraco.  

                   - Está bem, Dyllon. Não vou duvidar mais. Você tem previsão de quando vamos sair daqui? Temos que fugir!

                   - Não. Primeiro você vai encontrar José Antônio. Dentro de dois dias. Tem que ser na saíde dele do plantão. Ele vai dizer o que descobriu. Não foi muita coisa, mas é o bastante.

                   - Você sabe então o que ele descobriu, não é?

                    - Natasha, não sei os detalhes. O importante é o relato dele. Vamos esperar?

                   Às cinco da manhã, Natasha já andava pelo quarto ansiosa. À noite foi mal dormida. Rolou pela cama, com o sono sendo interrompido em sobre saltos. Pesadelos horríveis sacudiu-a quase a noite toda, fazendo-a levantar-se, algumas vezes, para lavar o rosto banhado de suor.  Ela queria encontrar logo o namorado para acabar com aquela agonia.

                  Voltar para a cama, nem pensar. Mesmo sendo muito cedo, não queria se arriscar a enfiar-se em novos pesadelos. Até Dyllon apareceu. Ele saía da base, deixando-a para trás. Via apenas, ao longe, o seu aceno de mão e um sorriso estritente que ecoava dentro do seu cérebro. E para completar, o seu namorado abandonando-a a própria sorte, nas mãos dos dois médicos. Isso era demais para ela.  

                  Sete da manhã, levou uma eternidade para chegar. E os dez minutos restantes? Esses seriam estar queimando nas chamas do inferno, sem direito a atestado de óbito. Pensava Natasha, já roendo a última unha das mãos.

                   Natasha já tinha tomado banho, e já estava arrumada. Mas antes de abrir a porta para dar uma olhadela, resolveu escovar mais uma vez os dentes. Se olhou no espelho e percebeu que havia algumas rugas na região da testa. Esses vincos demonstravam a sua preocupação. Sabia que tinha que relaxar para ficar com o rosto liso. Não podia se apresentar assim para o namorado. Então procurou respirar algumas vezes para tentar melhorar os batimentos cardíacos, que naquele momento estava acelerado. Olhou para o despertador e viu que faltavam cinco minutos para sair do quarto. Olhou de novo para o seu rosto e percebeu alguma melhora. Então continuou a fazer o exercício de respiração.

                     Ela abriu a porta, já era sete e dez, bem devagar. Olhou de um lado para o outro -  isso já estava se transformando num ritual - e ainda não tinha aparecido José Antônio. Olhou para a câmera e viu que já estava desligada. Respirou aliviada. Só faltava ele aparecer. Mas foram os médicos que saíram da sala de reunião. Ficou surpresa e assustada, porque não era normal esse horário já estarem de pé, ainda mais saíndo da sala de reunião. Olhou de novo para a câmera e viu que estava ligada.

                - Natasha. – chamou-a o Dr. Walter.

                - Pois não. – respondeu, meio assustada.

                - Algum problema, Natasha? – perguntou o Dr. Ferguson.

                - Não. – fez uma pausa - Só tive uma noite mal dormida. Agora, estava indo para o meu desjejum.

                - Vamos visitar o nosso estranho paciente. Depois você vai tomar o seu café matinal. Vamos.

,,,,,Continua na Semana que vem!

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