terça-feira, 27 de maio de 2025

Uma Luz e Nada Mais - Parte 57

 


Continuando...

                             

                            - Meu Deus! – exclamou Natasha, com pesar.

                            - Natasha, eles a mataram. Não precisamos esperar dois anos para irmos embora. José Antônio pode ir conosco. Se ele quiser, já que não corre risco de vida... Não corria, agora corre. Já está envolvido comigo e agora, realmente, corre risco. Cheguei a falar para Nathália que você corria risco de vida. Parece que previ o futuro.

                            - Não entendi. – disse José Antônio.

                            - Zé, é um projeto secreto. E quem está envolvido nesse projeto, tem risco de vida. No caso não sou só eu, os médicos também.

                            - Acabei não falando sobre eles. Não consegui descobrir nada a respeito deles. Os nomes dos médicos são fictícios. Nem fichas têm. A ficha de Carla já tinha sumido, mas o meu amigo lembrava do nome completo. Só não se recordava do endereço. Por isso a demora na investigação.

                  - E agora, Dyllon? – perguntou Natasha.

                  - E agora? Vamos embora. Eles continuam me chamando. Acredito que já está na hora de partirmos. Vai conosco, rapaz? Natasha não pode ficar, porque corre risco de vida. E agora você também.

                  - Então vou, claro! Mas para onde?

                  - Não sei. Desconfio que vamos sair da Terra.

                  - Vamos para outro planeta? Você não é daqui?  - perguntou o rapaz assustado.                

                  Dyllon ficou pensativo. Algumas imagens invadiram a sua mente. Era de um lugar bonito, que já estivera(?) Bem diferente daqui. Pessoas que não conseguia identificar, quase translúcidas. Um pássaro, que vira antes, que continuava a voar dentro da sua cabeça. Mas ainda não conseguia identifica-lo. Veio a pergunta novamente: ele era daquele lugar? Não sabia se passou a ser, depois que dormiu por vinte anos. Era da Terra, antes de dormir?

                  Ele ficou olhando para o rapaz sem saber o que dizer. O silêncio começou a incomodar até a ele mesmo. Como responder uma pergunta que, aparentemente, não tinha resposta? Ouvia ou sentia um chamado, mas não conseguia identificar esse chamamento. Não sabia se brotava dele mesmo, ou se vinha, talvez por telepatia, de alguém que não sabia onde poderia estar. A sensação era, não tinha dúvida, da certeza de que, quando saísse dali, ia ao encontro do chamado, que mesmo não sabendo o caminho, não ia perde-lo. Mas que caminho era esse? Não ia conseguir identificar, para dizer para aquelas duas pessoas que olhava-o, absortas, esperando que dissesse alguma coisa. De repente sorriu e balançou a cabeça. Caminhou pelo quarto e foi ao banheiro, e lavou o rosto. Olhou-se no espelho e se assustou. Viu claramente os dois médicos em desespero, correndo por um corredor comprido e sendo perseguidos por algumas pessoas armadas. Não conseguiu descobrir o motivo ou motivos da perseguição. Suspeitou que ele teria sido o causador do desequilíbrio dos médicos. Não conseguiu entender porque ainda tinha limitações em algumas coisas. Dessa vez, apenas viu a cena.

               - Natasha, acabei de ver os médicos sendo perseguidos por pessoas armadas. – falou Dyllon, logo ao sair do banheiro, com uma expressão marcada pela preocupação.

               - Você sabe o motivo?

               - Não. Apenas os vi correndo desesperados. Não consegui descobrir a causa. Será que eu os levei à loucura?

               - Você tem certeza que enlouqueceram? De repente descobriram que podem ser mortos, também. Quem sabe não descobriram que os outros médicos foram executados, como foi a enfermeira Carla. Meu Deus! Eu posso ser também executada!

               - Calma, Natasha. Já falei pra você que isso não vai acontecer. Vou tirá-la daqui viva. Vamos sair nós três. Isso se o rapaz quiser nos acompanhar.

 ,,,,Continua Semana que vem!

terça-feira, 20 de maio de 2025

Uma Luz e Nada Mais - Parte 56

 


Continuando...

                     Os três caminharam em direção ao apartamento de Natasha, em silêncio. A porta se abriu antes de Natasha colocar a chave. Ela, sorriu, já estava acostumada com esses “truques” do amigo, mas o rapaz, apresentou uma cara de espanto. Dyllon bateu mais uma vez no seu ombro e sorriu amigavelmente. Entraram, ainda em silêncio. Cada um procurou um lugar para sentar. Como só tinha uma cadeira, Dyllon pegou-a para si, deixando a cama para os dois sentarem-se. José Antônio aproveitou e ficou colado em Natasha, naquele momento era o seu porto seguro. Ela sorriu e abraçou-o.

                   - Você está tenso, Zé Antônio. Pode relaxar, ele é nosso amigo. – se virou para Dyllon – O que foi aquilo, Dyllon? Que mágica foi aquela?

                   - Natasha, já disse que não sou mágico! Aquela pessoa, coitada, tão disforme, é a enfermeira.

                   - É a Carla! – o rapaz interrompeu Dyllon.

                   - Isso mesmo. É a enfermeira Carla. Ela foi assassinada. Depois de usarem os seus serviços, foi descartada. Rapaz, conta o que você descobriu.

                   José Antônio, já mais relaxado, começou a relatar a sua investigação. Mas deixando claro que, o que descobriu, foi depois de muita procura. Já estava quase desistindo quando chegou até o seu computador o retrato da enfermeira.

                    - Comecei a minha procura com alguns amigos que não tem o hábito de usar a internet. Aqueles amigos de bar. Paralelamente fui para a rede social. Faço parte de alguns grupos no WhatsApp, no Facebook e no Instagram. Pedi para me mandarem qualquer informação da enfermeira. Passei o nome completo e pedi para me mandarem fotos. Eu me lembrava da fisionomia dela, então poderia identifica-la sem dificuldade.

                    Os dias foram passando, e eu com medo de não dar tempo de encontra-la, mesmo chegando diariamente várias fotos de mulheres com esse nome e sobrenome. Só que a Carla que queríamos, não vinha. Me entristecia um pouquinho, mas não deixava de acreditar que eu ia encontrá-la. Fiquei surpreso com a quantidade de pessoas com o mesmo nome e sobrenome. Isso é incrível. Nunca imaginei. Procurei não me deixar abater, e apostei na esperança. Os dias foram passando e, quando achei que a procura fora em vão, apareceu a fotografia dela. Não tive dúvida.

                         Já estava quase regressando para o trabalho. Tinha só dois dias para descobrir o endereço dela. Um amigo, no meu grupo do WhatsApp, que fazia parte de outros grupos, foi quem conseguiu. Acreditei que isso foi milagre.

                         - Não. Foi determinação e perseverança. – interrompeu-o, Dyllon.

                         -Então, – recomeçou José Antônio – esse amigo me conseguiu o endereço dela,  com um ex namorado. E eu, com o endereço na mão, corri atrás. Corri mesmo, porque ela morava longe do centro de São Paulo.

                          Encontrei a casa e os pais dela, mas ela não estava. Me contaram, rapidamente, que ela chegara, há três anos atrás, com uma quantidade grande de dinheiro e colocou em cima da mesa. Disse que o seu contrato tinha encerrado. Aquilo era a indenização. Pouco tempo ficou com eles. Saiu dizendo que ia fazer uma viagem a procura de emprego. Se despediu, abraçando-os efusivamente. A mãe disse que sentiu um aperto no coração. A filha saíra, deixando a mala no mesmo lugar ao entrar, e saiu sem nada na mão. Foram os dois até a janela para vê-la partir. Do lado de fora tinha um homem alto, de óculos escuros e envolto numa capa preta, que abriu a porta do carro, também preto, para que ela entrasse. Depois disso, nunca mais teve notícias da filha. Acreditam que, como ela ficou cinco anos sem dar notícias, ficaria mais cinco, novamente, sem saberem do seu paradeiro. É isso.

 .....Continua Semana que vem!