terça-feira, 15 de abril de 2025

Uma Luz e Nada Mais - Parte 51

 


Continuando...

                Olhou para a porta do quarto de Dyllon e rumou para lá. Abriu com tranquilidade as duas portas, coisa que já tinha perdido a conta de quantas vezes fizera, nesses três anos, e entrou lentamente. Dyllon, sentado na cama, olhou-a e sorriu amigavelmente. Desceu e abriu os braços, convidando-a para um abraço. Ela se chegou e ele abraçou-a apertado, encostando o seu coração no dela. Natasha retribuiu, emocionada, enquanto ele falava no seu ouvido.

               - Que susto, hein!  

               - Você viu tudo?

               - É claro. Não precisei intervir, pois você conseguiu se safar bem, com os médicos. Mas só dei uma mãozinha, Natasha, quando você saiu muito eufórica. Aí eu me adiantei e coloquei uma venda nos olhos do rapaz da cabine de vigilância. Esse não é amigo de José Antônio. É uma pessoa amargurada, na verdade sem amigos.

                - Então eu corri risco, não é? – falou Natasha, preocupada.

                - Correu. Com certeza ele avisaria aos médicos sobre o seu comportamento. Mas mesmo correndo esse perigo, você ia se sair bem. Qual o problema de uma pessoa pular? Só iam ficar curiosos. De repente iam pensar que eu levantara, falara e etc, etc. Iam perguntar sobre isso.

                 - Você acredita nisso? – disse com um sorriso, deixando transparecer uma pontinha de dúvida.

                 - Natasha, você ainda não acredita em tudo que eu falo e faço, não é?

                 - Nâo é isso. – fez uma pausa – Tem momentos que penso que estou sonhando. Essas coisas que você faz, me deixa confusa.

                 - Mas... Pode confiar. Agora você se coloca no meu lugar: dormi vinte anos, não me lembro disso, e só sei porque que me disseram. Não sei quem sou. Pode isso? Me colocaram um nome: Dyllon. Diga-se de passagem, muito feio. Então te pergunto: eu existo ou não? Isso é um sonho ou pesadelo? Então, na dúvida, vamos acreditar que somos alguém de carne e osso. E vamos sair daqui. Sem demora, hein! Mais uma coisa: o rapaz tem notícias. Amanhã ele não vai poder falar com você ainda, mas quando sair do plantão, no dia seguinte, vocês vão poder conversar.

                - Você já sabe o que ele vai falar comigo?

                - Sei, mas não vou dizer nada. Vamos deixar para ele te contar tudo.

                - Dyllon, hoje os médicos vêem aqui, às 22 horas.

                - Eu sei. Escutei tudo. Não vou tomar o medicamento. Ele não é para acelerar o meu metabolismo, é para induzir o coma novamente.

                Ela ficou olhando para ele espantada. Duvidara dele a alguns minutos atrás e agora estava ouvindo-o relatar o que se passara no escritório dos médicos. Já vira mais de uma vez o que ele era capaz de realizar, inclusive já participara ativamente no teste de invisibilidade. Até aquele momento achava que tinha sido apenas um mágico atuando. E um mágico dos bons, mas já estava na hora riscar a dúvida e dar veracidade aos fatos.

 ....Continua Semana que vem!

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