Continuando...
Olhou para a porta do quarto de Dyllon e rumou para lá. Abriu com tranquilidade as duas portas, coisa que já tinha perdido a conta de quantas vezes fizera, nesses três anos, e entrou lentamente. Dyllon, sentado na cama, olhou-a e sorriu amigavelmente. Desceu e abriu os braços, convidando-a para um abraço. Ela se chegou e ele abraçou-a apertado, encostando o seu coração no dela. Natasha retribuiu, emocionada, enquanto ele falava no seu ouvido.
- Que susto, hein!
- Você viu tudo?
- É claro. Não precisei intervir, pois você conseguiu se safar bem, com os médicos. Mas só dei uma mãozinha, Natasha, quando você saiu muito eufórica. Aí eu me adiantei e coloquei uma venda nos olhos do rapaz da cabine de vigilância. Esse não é amigo de José Antônio. É uma pessoa amargurada, na verdade sem amigos.
- Então eu corri risco, não é? – falou Natasha, preocupada.
- Correu. Com certeza ele avisaria aos médicos sobre o seu comportamento. Mas mesmo correndo esse perigo, você ia se sair bem. Qual o problema de uma pessoa pular? Só iam ficar curiosos. De repente iam pensar que eu levantara, falara e etc, etc. Iam perguntar sobre isso.
- Você acredita nisso? – disse com um sorriso, deixando transparecer uma pontinha de dúvida.
- Natasha, você ainda não acredita em tudo que eu falo e faço, não é?
- Nâo é isso. – fez uma pausa – Tem momentos que penso que estou sonhando. Essas coisas que você faz, me deixa confusa.
- Mas... Pode confiar. Agora você se coloca no meu lugar: dormi vinte anos, não me lembro disso, e só sei porque que me disseram. Não sei quem sou. Pode isso? Me colocaram um nome: Dyllon. Diga-se de passagem, muito feio. Então te pergunto: eu existo ou não? Isso é um sonho ou pesadelo? Então, na dúvida, vamos acreditar que somos alguém de carne e osso. E vamos sair daqui. Sem demora, hein! Mais uma coisa: o rapaz tem notícias. Amanhã ele não vai poder falar com você ainda, mas quando sair do plantão, no dia seguinte, vocês vão poder conversar.
- Você já sabe o que ele vai falar comigo?
- Sei, mas não vou dizer nada. Vamos deixar para ele te contar tudo.
- Dyllon, hoje os médicos vêem aqui, às 22 horas.
- Eu sei. Escutei tudo. Não vou tomar o medicamento. Ele não é para acelerar o meu metabolismo, é para induzir o coma novamente.
Ela ficou olhando para ele espantada. Duvidara dele a alguns minutos atrás e agora estava ouvindo-o relatar o que se passara no escritório dos médicos. Já vira mais de uma vez o que ele era capaz de realizar, inclusive já participara ativamente no teste de invisibilidade. Até aquele momento achava que tinha sido apenas um mágico atuando. E um mágico dos bons, mas já estava na hora riscar a dúvida e dar veracidade aos fatos.
....Continua Semana que vem!
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