terça-feira, 1 de abril de 2025

Uma Luz e Nada Mais - Parte 49

 


 Continuando...

              Depois das suas conjeturas, lembrou-se de alguns amigos que poderiam ajuda-lo. De repente algum deles tivesse alguma amiga com o nome de Carla. Se tivesse, ia pedir que mandasse uma foto dela. Não acreditava em acaso, mas vai que uma dessas conhecidas fosse a que ele procurava? Ele tinha quase certeza que ela era de São Paulo. O estado era grande, mas com o advento da internet, até a Terra ficara pequena. Qualquer país, agora, parece que fica logo ali na esquina. – E agora, mãos à obra! – falou tão baixo, para que só ele pudesse escutar, com medo que as paredes ouvissem.

               “Bom dia, Natasha!” Desejou Dyllon, para a sua amiga, que mal acabara de chegar. Bom dia, Dyllon! Respondeu ela, com um sorriso cheio de curiosidade.

              - O que houve Dyllon? Me parece, pelo seu jeito, que você está muito contente hoje. Acertei?

              - Essa não é bem uma felicidade absoluta, minha querida enfermeira.   respondeu Dyllon, tentando demonstrar mais seriedade, que alegria.   

              - Sem um sorriso? Aí tem. Mas, mesmo com essa seriedade, você está escondendo um risinho, que eu estou vendo. Vamos, me conta... Estou curiosa. Estou ficando tensa. Olha só, – balançando as mãos – estou ficando super nervosa! Não acredita?

              Dyllon fez um pequeno suspense, para se divertir com a ansiedade da amiga, mesmo ela tentando disfarçar, fazendo-o acreditar que estava brincando. Ele sabia, e achava engraçado, do sofrimento dela. Para ele não existia esse tipo de coisa. Era uma perda de tempo, sofrer por uma coisa que nem sabia o que era. Sorriu e balançou a cabeça, num gesto que tentava dizer que era estranho essa curiosidade sem tamanho.

               - Natasha, fica calma. Não consigo entender o que se passa com você. Mas... deixa pra lá. A minha, vou dizer meia alegria, é que José Antônio já chegou. Mas você só vai poder vê-lo amanhã. E...

               Natasha deu um grito de alegria, surpreendendo Dyllon. A sua emoção estourou, como uma onda ao se chocar contra um paredão rochoso. O estranho Dyllon ficou sem palavras. Esperou que aquela explosão de alegria abrandasse. Mas Natasha parecia que não ia terminar de comemorar a chegada de José Antônio. Pulou na enfermaria, como criança comemorando um presente prometido. Ele acabou soltando uma tremenda gargalhada. Era, para o momento, o que lhe restava.

                A enfermeira saiu do quarto, transbordando de emoção, e foi para o corredor, com a ilusão que fosse encontrar o namorado. Acabou esquecendo que era outra pessoa que estava no controle do sistema. Quando percebeu, com a sua euforia saltitante, já estava no meio do corredor. Para abrandar, continuou até o seu quarto e entrou. Achou que os pulos que dera em frente das câmeras, não fosse dar em nada.  Mas procurou ficar alguns minutos dentro do seu “dormitório”. Aproveitou para ir ao banheiro e lavar um pouco o rosto, para tirar qualquer resquício de suor, já que não podia usar qualquer tipo de cosmético no rosto e nem em parte nenhuma do corpo.

                Depois de quase dez minutos no seu quarto, ela saiu, com a intenção de voltar ao quarto de Dyllon. Entretanto, mal fechando a porta atrás de si, os dois médicos já estavam a sua espera, na porta da enfermaria.

                 Caminhou meio insegura até onde eles estavam. A princípio pensou que fossem abrir a porta para ela entrar, mas ledo engano, eles apontaram a sala que se reuniam. Aí Natasha tremeu dos pés à cabeça. Como um relâmpago o seu cérebro procurou algum momento, naqueles três anos, que tivesse entrado naquela sala. E não encontrou. A tensão tomara conta dela. Não conseguiu dizer uma palavra sequer. Apenas, com muito esforço, caminhou até a porta da sala de reunião dos médicos.

.....Continua na Semana que vem!

 

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