terça-feira, 8 de abril de 2025

Uma Luz e Nada Mais - Parte 50

 


Continuando...

                   O Dr. Ferguson abriu a porta gentilmente e apontou para Natasha entrar. Em seguida entrou o Dr. Walter e o amigo, que fechou a porta atrás de si. Natasha olhava assustada para os dois. Suspeitou na hora que a pessoa que controlava  o sistema de segurança, delatou-a para os médicos. Acreditava que ali chegara o seu fim. Para onde a levariam depois de interroga-la? Essa pergunta muda trouxe uma transformação facial, notada imediatamente pelos médicos. O Dr. Ferguson não entendeu aquela súbita transformação na enfermeira. Mas sorriu, parece que com o objetivo de fazê-la relaxar.

                 - Natasha, qual a razão desse nervosismo? Está escondendo alguma coisa de nós? Tem alguma novidade, a respeito de Dyllon, que queira nos dizer?

                 Ela apenas balançou a cabeça, num sinal de negação. Mesmo sem falar nada, ela conseguiu perceber que o assunto não era sobre ela pular em frente às câmeras. Qual seria? Nem imaginava. Tentou relaxar mais e esperar para saber do que se tratava.

                  Dessa vez quem falou foi o Dr. Walter. Mas antes apontou uma cadeira convidando a enfermeira a se sentar.

                 - Natasha, eu e o Dr. Ferguson, depois de longa pesquisa resolvemos acrescentar mais um medicamento para Dyllon. O medicamento foi desenvolvido pelo Dr. Ferguson, com o intuito de acelerar o metabolismo desse nosso estranho paciente. Como uma pessoa dorme vinte anos, acorda e... – fez uma pausa - só abre os olhos? Está na hora de ele, no mínimo, falar. Vamos começar o novo tratamento a partir de hoje. Começamos à noite. Iniciaremos com 1 ml da substância... Vai ser um pouco antes de ele dormi. Às 22 horas estaremos na enfermaria.

                    Ela suspirou fundo, mas continuou muda. Estava aliviada por saber que continuaria viva. Mas, não sabia porquê, ficou preocupada com esse novo tratamento. Aguardava, em silêncio, ser dispensada. Entretanto o  Dr. Ferguson, que olhava para ela seriamente, fez com que novamente a tensão brotasse mais intensa. Ele esperou, olhando-a insistentemente, que ela saísse daquele silêncio, constrangedor. Mas parece que agravara ainda mais o quadro. O Dr. Walter, então, interveio.

               - Menina, o que houve? Percebo que você não está bem. Eu acabei de expor uma mudança no tratamento do nosso estranho paciente e você nada disse a respeito. Sinto você um pouco tensa. Pode falar.

               Depois de algum tempo silenciosa, Natasha finalmente falou:

               - Dr., eu não sei o que aconteceu. – fez um breve silêncio – Acho que levantei assim. Acho... O senhor entende?

               - Você está naquele dia... – fez uma pausa – Se não melhorar, nos procura.

               - Sim senhor. Não é sempre que acontece isso, mas vou superar. Agradeço. Às 22 horas estarei na enfermaria. Vou para lá agora, para ver como está o nosso paciente.

               - Pode ir. – disse o Dr. Walter.

              Ela saiu respirando mais aliviada. Abriu a porta, mas ainda meio trêmula, e saiu o mais rápido possível que pode, com o cuidado de não levantar suspeitas. Depois se encostou na porta, por fora, e respirou o máximo que pode. Fez isso algumas vezes, até que sentiu que o coração voltou a bater compassado.

 .....Continua na Semana que vem!

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