terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Uma Luz e Nada Mais - Parte 38

 


Continuando...

            - Obrigado, minha enfermeira predileta, pela preocupação. Cheguei a conclusão de que ninguém pode me fazer mal. E nem permitirei que façam a você. Depois que você conversar com o rapaz do controle de segurança...

             - José Antônio. – interrompeu-o Natasha, com um sorriso disfarçado. E Dyllon percebeu.

             - Eu vi os seus olhos sorrindo, quando falou no rapaz. Estou com ciúmes.

             - O que é isso, Dyllon? Eu amo você também!

             - Você vai ficar com nós dois?

             - Não é isso, não. Puxa! O amor que eu tenho por você, é diferente. É um tipo de amor que nunca vai acabar. É do tipo mãe e filha ou filho. É um amor para a eternidade. Já com ele, pode até acabar um dia. Sei lá, Dyllon! Não vai ficar triste comigo, vai?

             - Claro que não vou ficar triste. Ali tem carne com carne e... deixa pra lá. Pensei que você fosse sair daqui comigo. Não sei para onde vou, mas sei que vão estar lá. Eles estão me chamando e já devem estar me esperando.

             - Estranho. Você escuta alguém te chamando? Escuta mesmo uma voz?

             - Não é uma voz. É alguma coisa que vibra dentro da minha cabeça. É apenas um chamamento... – fez uma interrupção - Só isso. E... já ia esquecendo. Tem uma luz grandiosa. Um imenso farol. Ilumina uma grande área dentro de uma mata. Eu vejo isso. Ainda não sei aonde é, mas acho que na hora que eu pensar que vou sair, estarão me esperando.

             -  Se estão te chamando, tem alguma voz. Eles dizem quem são, Dyllon?

             - É estranho esse chamamento. Ainda não sei explicar. Natasha, não sei quem são. Não consigo ver ninguém, apenas a luz. E essa luz, pega uma grande área. Mas vejo também pontos separados de pequenas luzes. São luzes com tonalidades diferentes.

             - Tem cores diferentes?

             - Sim, Natasha. O branco forte que iluminada tudo, é diferente dos pontos luminosos. Tem branco, normal; tem azul e verde. Não tenho certeza se realmente é isso. Tem hora que uma tonalidade de azul, parece  que é verde. Ah! Natasha, deixa isso para lá! O importante é que tenho que ir com eles. E gostaria que você fosse comigo.

              Natasha emudeceu. Pensou no José Antônio, pensou na sua mãe e nos seus irmãos. E nos seus amigos? Concluiu que nunca os tivera. Não se lembrou de ninguém que pudesse chamar de amigo. Fez força, mas não apareceu nenhum na tela do seu pensamento. Uma tristeza relâmpago passou pelos seus olhos, percebida por Dyllon, mas que não quis se intrometer.

               Ela analisando a sua vida, percebeu que foi muito rápida sua trajetória até aquele momento. Concluiu, com os olhos cheios de lágrimas, que não tivera quase nada importante para ser lembrado, desde o seu nascimento. Então colocou na balança as poucas coisas relevantes e ficou matutando sobre esse pacote com poucas coisas importantes. Como nunca percebeu que as suas realizações foram tão insignificantes? Pensou tristonha. Nunca tinha parado para pensar que tivera uma vida tão sem graça. E a sua única realização de destaque, ela estava perdendo, enterrada ali naquela base, que nem sabia onde ficava. Então se deu conta que ainda era muito nova para perder a vida com poucas vitórias. De repente surgiu claro na sua mente, um desfecho trágico para a sua vida, caso Dyllon fosse embora. Quem poderia salvá-la, senão ele? Ia ser uma presa fácil para aqueles assassinos. Só tinha uma opção clara. Mas não queria ir embora sem antes falar com José Antônio.

                - Natasha, ouvi quase tudo que você pensou. Tentei não ouví-la, mas foi uma missão quase impossível. Estou contente que tenha escolhido vir comigo.

               - Mas eu não escolhi ainda! 

.....Continua Semana que vem!

 

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