terça-feira, 24 de agosto de 2021

Nos Escaninhos do Coração - Parte 40 - Penúltimo Capítulo

 


Continuando...

          Naquele momento se sentiu revigorado. Agora era tudo ou nada para chegar até a sua amada. Ficou tão focado nesse objetivo que nem se lembrou da perna, braço e das costelas quebradas.  O foco era um só: chegar até quem era a razão da sua vida. E essa certeza foi num crescente tal que sem perceber começou a rolar o corpo pela pedreira áspera e irregular, até conseguir se aproximar mais um pouco de Luiza. Cada centímetro conquistado era um alívio para a sua alma apaixonada. O impossível já estava ficando no passado. A esperança agora era, mais do que nunca, a sua aliada.

          Luiza estava logo ali. Mas de repente essa pequena distância, foi se tornando difícil, pois naquele momento a dor voltou com toda a força. E essa dor era tão forte, que teve a sensação de que o esforço em chegar até ali, fora em vão.  Procurou se acalmar para que a dor sossegasse. Não podia deixar a esperança ir embora. Fechou os olhos e pediu socorro a Deus. Como por encanto sentiu um vento morno percorrer todo o seu corpo novamente. Parecia que alguém soprava cada local ferido. E em frações de segundo a dor evaporou. Abriu os olhos e não acreditou no que aconteceu. Com a mão que estava sã, apalpou o braço quebrado. Para a sua surpresa não sentiu dor alguma. Depois apertou as costelas e foi a mesma coisa. Com o toque percebeu que a região estava completamente dormente. Parecia que estava anestesiada. Isso acontecia com toda parte que machucara. Discretamente olhou para o céu e agradeceu o milagre.

          Luiza continuava imóvel, quase ao alcance do seu amado. André, depois de agradecer, olhou na direção dela e percebeu que a sua corda estava bem próxima dele. Não sabia como isso tinha acontecido. Mas foi providencial. – Deve ter sido o vento. – pensou. Agora era só se balançar e, com certeza, chegaria até ela. Mas seria um gesto de risco, pois não conseguiria amortecer a pancada que daria de encontro à pedra. Entretanto esse era o jeito mais rápido de lá chegar.  

          Antes de se lançar, gritou por ela. Chamou-a algumas vezes, mas nada dela dar sinal de vida. Com lágrimas nos olhos, olhava-a com tristeza e ternura. De repente um sorriso aflorou dos seus lábios. Tinha certeza que vira Luiza se mexer. Uma chama acendeu nos seus olhos. A esperança estava mais viva do que nunca. Não pensou duas vezes e se lançou no espaço, gritando:

          - Meu Deus! Ela está viva! Está viva!

          O seu corpo descreveu um semicírculo, se chocou violentamente contra a pedreira, mas ele pegou a corda. Com o choque ficou meio atordoado e sentiu um gosto ruim na boca. Tossiu e uma golfada de sangue escorreu pela parede rochosa.  Passou a mão pela boca para tentar limpá-la, mas o nariz também sangrava muito. Apertou as narinas para tentar estancar o sangue, porém a dor que sentiu foi quase insuportável. Devia ter quebrado o nariz, concluiu. Procurou se acalmar. Ainda estava um pouco zonzo. Agora que estava a um palmo da sua amada, não podia fraquejar e sim mostrar-se forte. Com essa força que brotava, foi se aplumando.  

............Termina semana que vem!!!

 

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