terça-feira, 1 de junho de 2021

Nos Escaninhos do Coração - Parte 28

 


Continuando...

        Bordélo mesmo desanimado aceitou o que o amigo disse. Desceu da pedra e foi em direção à mata, mas sem esperança de que Karen lá estivesse. De repente parou e, inexplicavelmente, lhe veio forte intuição de que se ela estivesse viva, estaria na cachoeira. A sua visão fora dela viva. Com novo ânimo então, convenceu a todos a voltarem para lá.

          Já na cachoeira, os quatro decidiram que iriam descer até a base para tentar encontrar a amiga viva ou morta. Então Luiz, o que mais conhecia o local, ia procurar o jeito mais fácil e seguro para descerem. Ficou pensativo, vasculhando a sua memória. Sorriu levemente e disse:

          - Já sei por onde vamos descer sem perigo nenhum. Venham comigo.

           Luiz entrou na mata que margeava o rio, seguido pelos amigos. Ele sabia que somente em um ponto poderiam descer, mesmo assim correndo risco. Mas tinha esperança de que iam conseguir. Caminhou demonstrando segurança até certo ponto.  Quando ele parou, os amigos trocaram olhares. André se adiantou e perguntou a Luiz:

          - Amigo, você tem certeza de que é por aqui mesmo? Como vamos descer? E essa correnteza?

          - Calma. É por aqui mesmo. Encostado do barranco, tem uma laje que vai até a base da cachoeira. A água não vai passar da cintura. Nós vamos descer com corda. Vamos ficar seguros, vai por mim.

           Luiz pegou uma corda que estava na mochila, foi até uma árvore próxima e amarrou-a. Como a corda era bem comprida, trouxe as duas pontas. Ele foi o primeiro a descer. Tinha sobra de corda suficiente para que todos se amarrassem. Desceram todos com segurança.

            Realmente a água não passou da cintura de ninguém. A laje era firme e não estava escorregadia. Luiz comentou que no período de estiagem, a água não chega até ali. Fica bem distante.

           Mesmo parecendo seguro o local, andavam com cuidado. Na verdade, os quatro aventureiros carregavam mais medo do que esperança. A sensação era a de que iam ser engolidos a qualquer instante, mesmo estando amarrados.

                       A cada passo, o barulho da queda d’água aumentava. Se alguém gritasse, o grito pareceria um sussurro. De repente Luiza parou, fazendo com que todos parassem também. Era curiosa ao extremo e muito boa observadora. Começou a olhar todos os pontos próximos onde a água batia. Passou pela sua cabeça que se a amiga tivesse caído ali, não poderia ter sobrevivido. A quantidade de pedras era muita. Mas mesmo assim não queria desistir e continuou na sua observação. Depois de esmiuçar cada pedacinho daquele lado da cachoeira, esticou o olhar queda acima. De repente algo no topo chamou a sua atenção. Teve a impressão de que alguma coisa escura balançava no meio da água. Luiza então comentou com os amigos. Mas ninguém conseguiu identificar o que poderia ser aquilo. André que trouxera a sua mochila, pegou o seu binóculo. Olhou e identificou o que era. Então comunicou que se tratava de uma corda de fixação de barraca. Luiz rapidamente tirou o binóculo da mão dele e confirmou o que ele dissera.

.............Continua na próxima semana!

 

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