quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

A História de Helô - Parte 62


Continuando...

Helô, trabalho para melhorar-me e, com o pouquinho que já melhorei, consegui autorização para chegar até aqui, falar com você e você ainda me ver. Acho até que subi um degrau na escada rumo à perfeição! E foi um só, e o primeiro, pois estava pisando no chão!
         Helô olhava a Madre sem acreditar naquilo que estava ouvindo, olhos esbugalhados, parecendo assustada. Por um momento esqueceu a irmã Amélia, que estava ali deitada, isto é, o seu corpo, pois seu espírito já estava adormecido no colo de uma entidade da equipe da Madre Maria de Lourdes.
          Helô sentia-se um pouco decepcionada. O quadro que sempre desenhou era de uma santa conduzindo a sua vida. O seu anjo da guarda de prontidão. De repente estava sonhando? Nada acontecia de verdade? E agora para completar, apareceu uma escada. Quantos degraus tinha essa escada? Estava cheia de interrogações.
         A Madre então foi ao seu socorro, para tentar esclarecê-la.
         - Oh, minha filha! Para quê tantas perguntas? Dúvidas! Incertezas! Desilusões! Verdades! Mentiras! A vida é feita disso tudo e mais uma porção de coisas! Muitas coisas que nos ensinaram desde o berço, como verdades absolutas, não são bem assim, pois quando desencarnamos constatamos que se trata de uma grande mentira e outras, que nos disseram serem mentiras, são verdades. Pesa, na matéria, as informações de religiões diversas. A maioria não acredita em reencarnação. A vida na Terra, não é fácil. Quantas mortes eu já vivi e só nessa última eu fui entender isso! Entretanto, pra simplificar, podemos abraçar como verdade absoluta, “fazer o bem, sem olhar para quem.” Feche os olhos e seja caridoso.
          Agora vamos falar da escada. Minha filha, os degraus dessa escada perdem-se no infinito.   
          - Puxa, Madre! É isso mesmo? E onde eu fico?
          - Não se preocupe! Temos muito tempo para andar pela estrada da criação! A gente anda, descansa, depois vai um pouquinho mais e assim o ser humano continua pelas longas estradas das vidas. É um passo de cada vez, nada mais. Irmos além sem condições e conhecimentos, Deus não quer. Ele quer que aprendamos em cada passo. Que nos tornemos pessoas melhores em cada vinda, para irmos sempre um pouquinho melhor. Minha filha, faça o bem sempre, perdoa sempre, comece pela  Madre Joana.
          - Madre, a senhora esqueceu que foi ela a culpada pela morte da irmã Amélia?
          - Escuta...
           Helô nem deixou que a Madre falasse alguma coisa, interrompendo-a bruscamente:
         - E a senhora não fez nada para impedir que a matassem! Não intendi nada até agora! Com todos esses seus poderes e nada fez? Por quê? Por quê?  
         - Fique serena, minha filha. Não deixe a emoção negativa ocupar o lugar da luz no seu coração. Tudo na nossa vida tem uma assinatura de Deus. Só ele permite ou não a intervenção do plano espiritual na vida de cada um. O que foi escrito antes da reencarnação só pode ser mudado com o livre arbítrio de cada personagem envolvido.
          Helô, tem espírito que escolhe uma vida com alto grau de sofrimento, para poder ressarcir débitos e mais débitos acumulados em várias encarnações. Ele acredita piamente que pode remover, em apenas uma encarnação, toda a sujeira acumulada por séculos e mais séculos de reencarnações. Aí vem e não consegue limpar quase nada da sujeira que tinha acumulado. Às vezes, na realidade, nem tenta. O que faz é pegar um tapete, levantá-lo e tentar esconder tudo debaixo dele. Você pensa que é fácil consertar os erros? Não é não! Se a gente entendesse que o fácil é não cometê-los, aí veríamos o nosso planeta perto de virar um paraíso! Mas só vamos entender isso, depois de muito sofrimento.
           Quando voltamos, nos é mostrado onde erramos nessa última oportunidade, mas que nunca é a derradeira. As chances são infinitas. As oportunidades não têm fim. Deus acredita infinitamente nos seus filhos. A gente cai e tem sempre uma mão amiga para nos ajudar a levantar. Por todo o caminho tem sempre alguém para nos amparar, mas só que a maioria das vezes nós mesmos recusamos esse socorro benéfico. Preferimos nos afundar nos pântanos que nós mesmos criamos. Voltando ao início, agora, nem todos tem a oportunidade de ter alguém para mostrar onde errou. Minha filha, isso acontece porque a maioria ainda está surda, cega e não consegue captar a presença de um irmão que poderia ajudá-lo, orientá-lo numa nova chance de reparação. Mas veja só Helô, como tudo é muito difícil! Mesmo os irmãos que conseguem ouvir as orientações e se acham esclarecidos o suficiente para sanarem seus erros, no linguajar de vocês, quebram a cara. Conheciam os pontos que erraram e quando voltam para uma nova oportunidade, nada acontece. O fracasso é quase total. Após o desencarne, prometem então mundos e fundos para a próxima reencarnação. Alguns radicalizam, pedem uma carga altíssima de provações. Aparentemente, já que tiveram nas encarnações anteriores cargas mais leves que um chumaço de algodão e falharam, vão desistir no primeiro dia na Terra? E o que acontece? Alguns deles conseguem quitar todos os débitos, sem praticamente precisarem passar por tanta dor que pediram. Às vezes nem sofrem quase nada. Sabe por quê?
          Helô com olhos e ouvidos atentos, só balançava a cabeça dizendo que não. A Madre então continuou.
          - Minha filha, eu lhe falei que devemos fazer o bem sempre. Fazer o bem sem olhar a quem, não foi isso? Então tem irmão que vem para resgatar todos os seus débitos e às vezes consegue sem sofrer muito. Isso pelo fato dele fazer tanto bem, tanto bem que vai acumulando bônus e mais bônus, até quase quitar as suas dívidas. São irmãos que tomam para si obras grandiosas, como a de ajuda humanitária. Entregam-se com tanto afinco e amor nessas obras que a mão que teriam que perder, é trocada por apenas uma unha.
          - Mas isso é muito difícil, não é?
          - É, mas não é impossível. Já falei à beça e eu ia falar de Amélia e Joana, que não é seu nome verdadeiro.
          - Não é?
          - Mirna é o seu nome. Joana era a Madre que vinha para cá. Eles sumiram com ela. A verdadeira Madre foi morta. Então Mirna ficou com todos os seus documentos e assumiu o seu lugar. Muito triste isso tudo.
         - Isso é inacreditável. Vai ser difícil alguém acreditar.
         - Mas a verdade sempre vence. Tudo vai vir à tona. Tudo vai ser descoberto.
          - Tomara, Madre! Tomara!
          - Então, Helô, voltando para o caso de Amélia e Joana, Mirna, as duas já são velhas conhecidas. Elas se perseguem há muitos e muitos anos e o perdão é uma palavra que as duas sempre desconheceram, mas parece que nesta encarnação, pelo menos Amélia conseguiu entender. Tanto que, hoje antes de morrer, ela conseguiu perdoar a sua rival de tantos séculos, mas Mirna ainda está muito distante de um gesto dessa magnitude, por isso ela vai ter que ser freada e isso é para o seu próprio benefício. 
....................Continua semana que vem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário