terça-feira, 17 de setembro de 2024

Uma Luz e Nada Mais - Parte 21

 


Continuando...

            Dyllon, agora eu sei qual é a minha dúvida. Você passa até por dentro da parede, mas eu não. Você fica invisível, mas eu não. As câmeras não pegam você, mas a mim pegam. E tem mais: amanhã é o dia para falar com o rapaz da cabine de segurança. Que eu nem sei ainda o nome.

            - Eu agora sei. É José Antônio.

            - Como é que você sabe?

            - Escutei agora. Ele está nesse momento conversando com o chefe, de nome Juan. É um espanhol.

            - Caramba! Você escuta muito! Estão aqui fora?

            - Não, Natasha, eles estão tomando café em uma sala, depois daquela porta do final do corredor. Essa porta só é aberta com um cartão e uma senha individual. 

           - Mas eu passo por ela para ir ao restaurante. Tenho cartão e senha. Pelo menos isso, Dyllon, eu posso fazer. Além desse lugar, aqui, restrito que circulo diariamente, claro.

            - É? Então...

            Dyllon interrompeu o que estava dizendo e ficou pensativo. Depois se encaminhou para a sua cama e se deitou.  Natasha não entendeu e quando ia falar, ele pediu para que ficasse em silêncio.  De repente ela viu quando as presilhas, primeiro as dos pés e depois as das mãos, se fecharam. E por último a do pescoço. Natasha não entendeu. Dyllon olhou para ela e falou baixinho:

            - Natasha, fica sentada na sua poltrona em silêncio. Os médicos estão vindo. Estão saindo da sala agora. Vou ficar apenas de olho aberto. Não fale comigo. Ok?

            Realmente em poucos minutos os dois médicos entraram na sala. Natasha levantou-se na mesma hora. Mas eles nem sequer se dignaram a cumprimenta-la. Passaram como se ela não estivesse ali e foram direto ao leito onde estava o misterioso Dyllon. O Dr. Fergusson ficou nos pés da cama, e o Dr. Walter foi fazer um exame de rotina, apenas medindo a pressão arterial, pulsação e olhando dentro dos olhos de Dyllon, com uma lanterninha. Terminou rapidamente e em seguida sentou-se numa cadeira, no outro canto da sala, lado oposto da porta. Olhou para o colega e depois, aí sim, se dirigiu para a enfermeira.

             - Natasha, você tem dado a medicação diária?

             Natasha apenas balançou a cabeça afirmativamente.

             - Estamos pensando em prescrever mais um medicamento, mesmo que aparentemente a saúde dele esteja ótima. Já que o quadro dele não muda, temos que tentar mais alguns recursos para tentar acelerar o metabolismo do seu organismo para que volte à normalidade. Esperar mais vinte anos para ele se movimentar e falar? Isso é inviável. Vamos tentar novo tratamento. Você não notou nada diferente?

             - Não Doutor Walter. Ele continua do mesmo jeito de sempre, apenas mantém esses olhos abertos. A boca, eu é que tenho que abrir, para dar água e os medicamentos. Até que ele engole bem. Além disso, mais nada.

            - Ele pisca normalmente?

            Natasha ficou pensativa. Estava com medo de falar qualquer coisa que comprometesse Dyllon. Mas o Dr. Walter, estranhamente, ficou com o olhar perdido no nada e simplesmente demonstrou estar satisfeito com a resposta não dada por ela.  Dyllon, sem ninguém perceber, sorriu. 

             - Obrigado Natasha, pela explicação. Então o quadro é o mesmo. Mais vinte anos? Acho que não estarei mais aqui. Como uma pessoa fica vinte anos em coma, depois desse tempo todo apenas abre os olhos e... mais nada. Já tivemos alguns casos na medicina, que as pessoas ficaram até mais de vinte anos em coma, entretanto do nada voltaram ao normal. Mas esse nosso paciente, é um caso completamente diferente. Nem sabemos a origem dele. Não é da Terra. Assim concluímos. Mas de onde ele veio? O planeta de origem deve ser bem parecido com o nosso. – disse Dr. Fergusson.

.......Continua Semana que vem!

 

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