terça-feira, 4 de maio de 2021

Nos Escaninhos do Coração - Parte 24

 


Continuando...

         Ele olhou para os amigos, passou as mãos nos olhos, já que estavam cobertos de sangue, e justificou o seu ato:

         - Amigos eu não conseguia ficar sossegado. Tinha que procurar por Karen. E o único lugar que pensei em começar a procurar foi aqui. Só que, nem sei explicar, tropecei, acho, e bati com o rosto e a cabeça em alguma pedra. Depois não sei o que aconteceu. Mas não se preocupem comigo, eu estou bem. É só lavar o rosto, que volto a ficar bem. A cabeça parece que está com um caroço. Só dói um pouco. Não é nada demais.

           Realmente a princípio parecia que não era nada demais, entretanto ao ser colocado de pé, sentiu-se zonzo e quase caiu. Só não foi ao chão porque André estava atento e segurou-o. Bordélo percebeu que o amigo precisava de cuidados. Como ele já estava seguro por André, sugeriu que o levassem novamente para a sua barraca.

           Luiz foi acomodado na barraca de Bordélo, aos cuidados de Luiza, enquanto André foi buscar sua maleta de primeiros socorros. Quando voltou já o encontrou ressonando, com a cabeça no colo dela. Mas quando começou a limpar os ferimentos do seu rosto, ele acordou. André pediu para que ele não se mexesse e que não precisava se preocupar porque os ferimentos não eram profundos. Ele deu um leve sorriso e fechou os olhos.

           Bordélo assistia tudo com um ar de preocupação, que não era pelos ferimentos, mas sim pela tonteira que ele tivera. Então comentou com o amigo:

           - Você não acha preocupante essa tonteira que ele teve?

           - Meu amigo, isso que ele sentiu, deve ter sido em consequência da pancada que levou na cabeça. Vamos observar mais um pouco, mas penso que não precisamos nos preocupar. No momento ele só precisa é de um bom descanso.   

          - Está bem. Agora, André, temos que tratar do sumiço de Karen.

          - Está certo. Mas vamos conversar lá fora.

          Luiz rapidamente pegou no sono. Os três então, André, Luiza e Bordélo foram para o lado de fora. Estavam preocupadíssimos com o sumiço de Karen. Mas não sabiam por onde começar a procura-la. Depois de muita conversa, chegaram a um consenso: mesmo naquela escuridão, não cruzariam os braços de jeito nenhum. Então cada um pegou a sua lanterna para iniciar a procura da amiga. Partiram de onde estiveram montadas as barracas de Luiz e Karen.

           - Quem não tivesse visto as barracas aqui montadas, poderia dizer, com certeza, que nunca houve barraca nesse lugar, comentou Luiza despretensiosamente.

             Eles olhavam para o chão sem acreditar no que poderia ter acontecido à Karen. Naquele momento a água já tinha recuado mais de metro. Dava para ver o solo completamente liso, sem nenhum vestígio.  A enxurrada varrera tudo. Bordélo, com a cara desolada, sugeriu que começassem por onde encontraram Luiz. Os dois concordaram prontamente. Ele então seguiu na frente, já que a sua lanterna era mais potente. Os dois vieram logo atrás, mas cada um mantendo um afastamento em torno de um metro. Cada um, com a sua lanterna, procurava iluminar cada pontinho da mata, onde a água passara.

........Continua na semana que vem!

 

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