terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O Caso dos Olhos Azuis - Parte Final

Continuando...
           Na redação do jornal, na manhã seguinte do trágico dia, PC, Souza e Lucinha conversam sobre o caso dos olhos azuis. Souza então procura saber alguma coisa a respeito do caso, com o amigo.
          - PC, a polícia já conseguiu localizar algum comparsa de Leo?   
          - Não chefe. Parece que sumiram todos num passe de mágica. O delegado está atento. Mas perdido. Não tem outra saída, a não ser esperar. Será que as mortes vão recomeçar?
         - Espero que não. Esperamos que não. Não é Souza?
         - É Lucinha. Vamos torcer para que tenha terminado juntamente com Leo.
           PC começa a rabiscar alguma coisa num folha de papel. Ele demonstrava ansiedade. Era visível que não estava querendo terminar a conversa ali. Tinha que escrever sobre o caso. Estava de frente pra tela do computador. Mas só tinha o título: O CASO DOS OLHOS AZUIS.  Tinha que entregar a matéria, mas precisava conversar com Souza. Olhou para o amigo e disse:
          - Souza. Meu irmão. Continuo ainda sem entender isso tudo. Tem momento que não se consegue fazer uma analise das reações do homem. Sai ano, entra ano, convivendo diariamente com o crime, ainda não consigo acreditar que as pessoas possam matar. Possam morrer. Sabia que Leo tinha câncer nas vistas? Alguém me falou. E não tinha cura. Por que será que as pessoas matam por estarem condenadas a morrer? Não saem da minha cabeça aqueles olhos azuis. Olha só que coisa estranha: na festa só tinha sido convidado pessoas com olhos castanhos ou verdes. O único de olho azul era ele. E o único louco. O único não. Ele era o mais louco. Tinha gente doida à beça lá. Na verdade todos nós somos um pouco louco, né? Chefe, por que será que ele se juntou a essa turma? Por dinheiro, com certeza, não foi. Deve ter sido apenas por ódio?
          - PC! Essas perguntas são dificílimas de serem respondidas! O único que poderia responder está morto! Ou, talvez, nem ele!
         - Mas se a polícia pegar alguém da gang, de repente tem a resposta.
         - PC, o chefe está certo. O cara era completamente doido. O maluco faz coisa que até Deus duvida.
        - Mas Lucinha, os outros não são doidos. Quando conheci Leo, ele não era maluco. Era uma das pessoas mais equilibradas que já tinha conhecido. Ele ficou doido com a doença.
        - É! Pode ser! Quantas pessoas vão dormir de um jeito e quando acordam estão doentes! Meu Deus!
       - Tem que se benzer mesmo! Vai que você...
       - Vira essa boca pra lá! Vira essa boca pra lá, PC!
          E a vida na cidade continua de morte, para quem trabalha no jornalismo policial. Os repórteres vão carregando diariamente a tragédia humana. O que fazer se o homem é trágico?
          Os repórteres PC e Lucinha vão saindo da redação para mais um dia de ronda policial. Vermelho já está com o motor do carro ligado. Mas Lucinha volta na redação para pegar a sua bolsa. PC fica impaciente com a demora da amiga. Quando ela retorna, ele reclama:
          - Pô Lucinha! A gente já estava quase indo embora sem você! Deu um tremendo castigo em Vermelho, no Marcão e no seu amigo aqui! Diga-se de passagem, o melhor repórter da cidade! É ou não é? Vamos rápido, menina! Entra logo! Temos que fazer a cobertura da prisão do ex-governador!
          Lucinha vai entrando no carro e faz careta pra PC, que já está com um sorriso na boca. Vermelho olha para trás, pede para ela colocar o cinto de segurança e sai em disparada.
                                         
                                                   fim    

OBS. Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a história, nomes dos personagens, é pura coincidência.
           




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