terça-feira, 5 de agosto de 2025

Uma Luz e Nada Mais - Parte 67

 


Continuando...

                O soldado continuava de mãos postas, em oração profunda. De repente começou a flutuar e foi se deslocando até onde estava o foco de luz que cobria toda a área que fora isolada devido a radiação. Ele penetrou, então, nessa luz e sumiu. Imediatamente esse foco começou a girar rapidamente e, a cada giro, aumentava mais e mais o seu raio de luminosidade. As três entidades permaneciam paradas, pareciam de cabeça baixa, uma do lado da outra, emitindo raios de coloração lilás. Depois de algum tempo a cor foi trocando e as tonalidades foram mudando a cada segundo, saindo da cabeça desses seres quase transparente.

                     O tempo foi passando e o raio de luminosidade já chegava quase à floresta. A área iluminada era imensa. Quem olhasse do espaço, diria que um imenso holofote estava aceso em plena floresta amazônica. Parecia um sol saindo do chão. Os animais que estavam próximos, fugiam apavorados procurando se entocar em qualquer buraco que encontrasse. Mas nem sinal dos soldados que fugiram para a mata fechada. Ninguém jamais saberia que rumo tomaram debaixo daquelas imensas árvores. Se sobreviveram ou não, era a questão. Às chances de sobrevivência, era praticamente nenhuma. Já que nas proximidades não passava nenhum rio ou riacho. Com aquele calor sufocante, e sem água, desidratariam em pouco tempo. O único ponto de água, era onde estava instalada a comunidade que fora exterminada.  Então... Só Deus sabe.

                       As três entidades pararam de emitir luz em direção a luz maior, ou nave mãe, e começaram a levitar. Saíram alguns metros do chão e invadiram essa luz, sumindo no seu interior. Rapidamente a luminosidade voltou ao tamanho que tinha antes e a velocidade que girava, diminuiu consideravelmente até ficar como era.

                       O soldado Oliveira continuava sumido. Quem estivesse na guarita conseguia ver, novamente, movimentos de pessoas entrando e saindo das casas. Se estavam em carne e osso, era outra história. Ninguém podia afirmar coisa alguma, a respeito do que acontecia por baixo daquela imensa luz. Era verdade ou fantasia? Quem tinha essa resposta? Pelo menos ali, ninguém. Mas também era difícil duvidar daquelas pessoas que tinham morrido assassinadas e que agora pareciam vivas e sadias. Imaginação?

                        Onde estava o soldado Oliveira? Não era visto circulando na pequena comunidade, entre os moradores, que existiam ou não. Essa era uma questão de pura incógnita. Aparentemente parecia que tinha evaporado. Era mais um mistério que envolvia aquela comunidade. De repente começou uma movimentação, antes não observada,  dentro da nuvem (ou nave?) A luz foi diminuindo lentamente até ficar do tamanho de uma bola, com um diâmetro de cinco metros, mais ou menos. Agora essa bola tinha um tom metálico. De repente voltou a girar e mudar de cores. Em segundos subiu e riscou o céu até sumir completamente.

                           O local ficou em total silêncio. Não se via mais aquelas pessoas circulando dentro dos muros. Tudo voltou a ser o que era: uma vila fantasma. O soldado sobrevivente tinha sumido, e seria a única testemunha para narrar tudo que acontecera ali, nos últimos dias.

               “ Eu estou aqui, meus amigos!” – um grito ecoou pela floresta amazônica, sacudindo árvores e tremendo o chão. Era o soldado que tinha voltado. Mas dê onde tinha saído? Simplesmente apareceu no alto da guarita. Era a sentinela que estava a postos novamente. Ele jamais abandonaria o seu posto, como afirmara. Continuava solitário, mas armado de alguma força que o transformou em mais de um.

                   Pegou a sua arma e desceu da guarita. Mas dessa vez, veio sem pisar nos degraus. Flutuava levemente até pousar no chão. Olhou para a arma e jogou-a para um canto qualquer. Depois foi em direção a área isolada e atravessou o muro, com a maior simplicidade possível. Parecia que era um portão que se abrira para que passasse. Circulou pela viela, com poucas casas de cada lado, e procurou por algum ser vivente, como vira no dia anterior, de cima da guarita. Não encontrou ninguém. Parou ao escutar alguma coisa. Em pé no meio da rua, fechou os olhou e escutou:

                   - Você viu as pessoas sem seus corpos de carne. Elas agora não estão mais aqui. Só estiveram para que algumas pessoas a vissem. Você foi o único as viu, sem se achar um louco. Porque viu, também, com os olhos do coração. Você tem que sair daqui e procurar uma pessoa. Ela está precisando da sua ajuda. Depois buscaremos vocês, aqui mesmo. Seremos sua bússola.  

.......... Continua Semana que vem!

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