Continuando...
José Antônio, parecia que ainda não tinha se acostumado com essas surpresas, e se colocou num canto, um pouco afastado. Não era muito de falar, ainda mais com tudo isso que acontecia, desde que conheceu Dyllon e agora essa outra pessoa, que parecia ser também do mesmo lugar. Tentou falar mas não conseguiu. Ficou apenas aguardando o que o estranho ia responder a Natasha.
- Desculpe se te assustei. O meu nome é Oliveira, soldado Oliveira. Na realidade o meu nome e João Carlos, mas a gente no exército só é chamado pelo o sobrenome. Qual o seu nome?
- Natasha. E o meu namorado, é José Antônio. - apontando para ele, que apenas balançou a cabeça.
- Dyllon, eu ainda não estou entendendo o que está acontecendo comigo. E não sei o que aconteceu quando entrei dentro de uma luz. Quando sai de lá, já estava assim. Eu cheguei até aqui, seguindo um fio d’água. Um fio mesmo! Brotou do nada lá onde eu estava. A única água que tínhamos era de um poço. Existe uma fonte, também um fiapo, que some no chão, na parte isolada pela radiação.
- Me explica sobre esse fio d’água. Foi ele que trouxe você até aqui?
- Isso mesmo. Ele surgiu no chão. Não tinha mais do que um palmo de largura. Era reto, indo na direção sul. Aí foi só seguir.
- E quem foi que mandou você seguir esse fio d’água? – perguntou Natasha.
- Não sei. Estava dentro da minha cabeça. Alguém falava comigo, sem eu ver. Pensei que estivesse ficando maluco. E ela me mandou ficar calmo. Depois me mandou ajudar um irmão, que estava em apuros, e eu vim. E aqui estou. Só isso. E agora, Dyllon, o que é que vamos fazer? Você é um irmão que eu desconhecia? O que meu pai andou fazendo por aí?
Nesse momento Dyllon estava pensativo. Mas quando ouviu aquilo, ficou irritado.
- O que é que você está querendo dizer? Minha mãe, que não lembro, era uma pessoa honesta! Não admito que levante suspeitas maldosas contra ela! Um dia vou me lembrar dela, e ela continua no altar da pureza! Quem é você para falar assim dela?
Natasha veio em socorro do amigo, mas contemporizou.
- Fica calmo, Dyllon. Acho que não foi isso que ele quis dizer. Deve ser irmão, como Jesus falou. Não é soldado?
- Claro. A voz é que me disse para ajudar um irmão, então estou aqui. A sua mãe deve ser uma santa, como a minha é. Não fique aborrecido. Eu vim para ajudar e é isso que vou fazer. Agora me diz que criaturas são aquelas do outro lado?
- Não sei. Um tubarão com pernas e braços de humanos? Foi isso mesmo que eu vi, soldado?
- Foi o que eu vi também. Mas quem era aquela pessoa estranha lá no fundo? Aquela criatura me pareceu mais perigosa do que os monstros.
Dyllon ficou em silêncio, parecia que matutava alguma coisa. Andou de um lado para o outro, sob os olhares ansiosos de Natasha e o do namorado, que permanecia silencioso. De repente ele saiu de onde estava e foi até Dyllon.
- Senhor, logo que vim trabalhar aqui, ouvi algumas coisas a respeito de pesquisas envolvendo mistura de gens humano com outros animais. Mas nunca liguei muito para isso, pois achei que era alguma coisa ligada a ficção. Só podia ser coisa de cinema. Só no cinema que faz isso. Tem outra explicação? Até sobre extraterreno eu ouvi. Como pode vazar uma coisa assim, quando é um projeto de total sigilo? Só voltei a acreditar um pouquinho nessas fantasias, quando conheci o senhor.
- Interessante. – disse Dyllan – Você acha que sou extraterreno?
-----Continua Semana que vem!