Não me Zango
- José Timotheo -
Não me zango
Deito-me de barriga pra cima
Deixando o tempo passar
Não remo contra a maré
Aprecio as estrelas
Viajo nelas como se viajasse de metrô
Estou dentro da aglomeração
Mas não me aborreço
Desvio-me de uma estrela para outra
E não me esbarro em ninguém
Se tenho uma nave, sento-me em qualquer lugar
Se não tenho, atravesso as constelações
Andando livremente no pensamento
Não vejo arma
Nada a temer
Carrego o bolso furado
E sem planejamento de futuro
Não tenho nada a ser furtado
Alguém vai me roubar a esperança
O sonho?
Ando livremente com minha mochila
De saudades
Mas não vivo de ontem
E nem morro de amanhã
Sou viajante do hoje
Liberto o sono
E a preguiça
Reconstruo o que nunca existiu
Pronto para o caminho
Mesmo que ele seja de pedra
Mas se não der certo
Não me zango comigo
E nem com o mundo
Só não largo a minha mochila
Porque ela é o passaporte
para as incertezas da vida
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