Vento, Vendaval, Brisa
- José Timotheo -
O vento
Penteava a copa das
árvores
Saboreando o vai e vem
Dos ramos enfolhados
Era uma dança leve e
ritmada
Onde vez ou outra, um
galho se contorcia
De um lado para o
outro
De dor ou êxtase
De repente espalhou-se
mais forte
Assobiando um canto
fantasmagórico
Assustador mesmo
Depois ajoelhou-se e
misturou-se à grama
Rolando folhas secas
pelo chão
Arremessou-as ao deus
dará
Mais enfurecido
Arrancou janelas e
portas
E destelhou esperanças
Enterrando sonhos por
onde passava
Entortou árvores e
arbustos
Mas ao passar por uma
roseira branca
Freiou e assobiou uma
canção suave e cheirosa
Ali, domou a
ira que trazia no bojo
E mais à frente, já
sem guerra pra guerrear
Roçou levemente as
flores da murta
E uma brisa perfumada
Marcou nova estrada
Vida
Todo dia é dia
Vento forte, vendaval
Brisa
Todo dia, é
simplesmente
Mais um dia
É a
vida balançando-se, sacudindo
E depois bonança
Nenhum comentário:
Postar um comentário