terça-feira, 1 de outubro de 2024

Uma Luz e Nada Mais - Parte 23

Continuando... - 

            - Mesmo assustada você não perde a beleza. Como é que eu posso curtir com a sua cara? Pode deixar que não vou assustá-la mais. Espere, já sei o que você vai me perguntar. É sobre a explosão, não é? Mas não vou deixa-la ansiosa. Pensando melhor, é melhor dizer logo: ainda não sei, mas vou descobrir.

              - Engraçadinho. – disse Natasha, com um ar de riso.

              - Natasha, consegui entrar no pensamento deles, mas não escutei nada que pudesse interessar a nossa curiosidade. Um dos médicos interrompeu o que estava falando, mas não pensou no fato em si. Vou descobrir o que é. Vão, com certeza, voltar ao tema. Aí escutarei tudo.

              - O Dr. Walter falou numa explosão. Que explosão será essa?

              - Será que sobrevivi na tal explosão?  Pode ser por aí. De repente querem saber como consegui sobreviver. Agora, explosão de quê?

              - Será que essa tal explosão é que mudou o seu sangue?

               Dyllon ficou matutando em cima da pergunta da enfermeira. O seu silêncio fazia barulho dentro da  cabeça. Sabia, já que tinha alguns poderes, que poderia entrar na mente de quem ele quisesse, entretanto já tinha percebido que nem tudo conseguia escutar. Às vezes conseguiam ocultar alguma coisa e o pensamento não ficava totalmente devassado para ele. Mas acreditava que com o tempo não teria mais segredos ocultos que não pudesse desvendar. E essa era a única forma de descobrir o seu passado, ou pelo menos parte dele, por intermédio dos médicos ou outras pessoas, já que alguma coisa bloqueava a sua lembrança. O que causou a sua amnésia, era a chave para descobrir quem ele era.          

             O Dr. Walter e o Dr. Fergusson, ao sairem do quarto de Dyllon, se dirigiram para o laboratório na outra ala da base. Lá se encontraram com o Dr. Frank, que já estava a espera deles.

             - Então, novidades?

             - Não, Dr. O quadro continua o mesmo. Depois que abriu os olhos, depois de vinte anos, não aconteceu mais nada. Estamos com esperança que ele se movimente, fale...

              - Então continuamos na estaca zero. Continuem com as pesquisas com o material que temos desse misterioso paciente, o Dyllon. Raios, quem  deu esse nome para ele?

              - Não sei. Nesses quase dez anos que estou aqui, não descobri quem batizou-o com esse nome. – respondeu o Dr. Walter.

              Os dois médicos ficaram no laboratório, enquanto o Dr. Frank se dirigia para o seu escritório. Uma pessoa estranha, de pouco falar e mais de pensar. Os outros cientistas não sabiam de que nacionalidade ele era. Em alguns momentos deixava escapar um sotaque estranho. Alguns tentavam arriscar alguma nacionalidade, mas era só cogitação. Ali naquela base era tudo mistério. Ninguém tinha o nome verdadeiro. A nacionalidade, para cada um deles, era ignorada. Como era um projeto sigiloso, até a identidade verdadedeira de cada um, era mantida a sete chaves. Cada projeto era cercado de mistérios. E aquele sobre Dyllon, era um deles.

            Depois de saírem do laboratório, que era em outra ala da base, voltaram para os seus apartamentos, mas antes pararam na porta do escritório comum aos dois e, por sugestão do Dr. Walter, entraram.  

            - Fergusson, senta aí. – apontando uma cadeira para o amigo.

            - Que cara é essa, Walter? –  Fergusson fez a pergunta, mas trazia uma certa apreessão na voz.

             Dr. Walter antes de continuar a falar, pegou uma cadeira, já com o assento um pouco gasto, e colocou-a em frente a do Dr. Fergusson. Parecia tenso e preocupado. Com esse suspense, gerou também um desconforto no amigo. Durante algum tempo apenas olhava o outro médico. Até que resolveu soltar a voz.

              - Fergusson, pela sua expressão facial vejo que um acentuado grau de curiosidade mista com ansiedade, preocupação, etc etc E isso não podia ser diferente, já que ainda não consegui encontrar as palavras certas para começar o meu pequeno discurso. Chamo de discurso uma pequena palavra: medo. Não me interrompa, por favor. Deixa-me começa a falar sobre o meu medo. E acho que vai caber bem em você também. Vamos dividir essa palavra. 

......Continua Semana que vem!

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