Continuando...
Peter, quando saiu, depois de ter alvejado e morto o homem, que segundo Mohammed era um chefe da milícia, lembrou-se dos medicamentos que estavam com o soldado Apache. Rapidamente foi até onde estava o amigo morto, retirou a mochila que estava presa ao seu corpo e foi correndo socorrer o soldado John. Olhou para o amigo e notou que ele estava de olhos fechados. Aparentemente não tinha notado a sua presença. Mas mesmo assim deu um sorriso de vitória, por ter na mão os medicamentos que o salvaria. Abriu a mochila, mas ao olhar para dentro, a sua expressão mudou completamente. O sorriso deu lugar a decepção. Não queria acreditar no que estava vendo. Virou a mochila de cabeça para baixo e sacudiu-a. De dentro caiu apenas um comprimido, que parecia ser um antibiótico. Ele olhou para John com um olhar de pura tristeza. Tentou falar alguma coisa, mas som algum foi emitido. Então passou a mão na cabeça do amigo, que abriu os olhos, parecendo que tinha despertado, olhando-o com uma expressão de dor. Peter passou novamente a mão na cabeça do amigo e tentou consola-lo:
- John, otimismo meu amigo. Quando o sargento voltar, nós vamos para a base e lá você vai ter atendimento médico. Tenha paciência, ok?
O soldado John apenas fechou os olhos e fez uma careta de dor.
Rachid, como não entendia o que Peter falava, preferiu ficar um pouco distante. Estava visivelmente preocupado, pois sabia que ficando ali de bobeira era um risco enorme. O peso que trazia nas feições ficou mais leve quando avistou o amigo Mohammed. Gesticulou para ele se apressar.
O sargento e o menino voltaram para perto do grupo rapidamente. Téo não queria dar o braço a torcer, mas estava preocupado. Até aquele momento o garoto tinha acertado em tudo que falara. Já começava a demonstrar preocupação. Analisou o estado do soldado John e viu que não estava bem, mas achou que Peter tinha dado algum remédio para ele. Quando ia perguntar, Peter balançou negativamente a cabeça.
- Como assim? E os medicamentos aí na mochila de Apache?
- Não tinha nada, sargento. Só achei esse comprimido, que não sei o que é.
- O que Apache fez dos medicamentos?
- Sargento, não sei responder essa pergunta. De repente ele pegou a mochila errada.
- Mas isso não pode acontecer. Que droga! Peter vamos levantar John.
Mas com o simples movimento que fizeram, John urrou de dor. Deixaram-no então no mesmo lugar. Téo olhou para o amigo sentado, franziu a testa e coçou a cabeça. Isso ele fazia quando realmente estava muito preocupado. E completava, andando de um lado para o outro nervosamente. Quando parou parecia que tinha encontrado a solução.
- John, Peter vamos ter que sair daqui. Temos que voltar para a base. É a única solução. Não estamos muito longe. John você vai ter que aguentar a dor.
O soldado abriu os olhos e, com um esforço hercúleo, falou quase sussurrando:
- Mas sargento, como vou levantar daqui? Estou me sentindo a cada minuto mais fraco. E a dor é insuportável. Preciso de um médico, sargento.
- Eu sei John. Mas médico, só na base. Vamos conseguir, John. Vamos todos.
Téo terminou de falar e olhou para Mohammed. Mas não precisou nem falar nada, porque o menino entendeu o que dizia o seu olhar. Viu claramente um par de algemas. Ia sair dali preso, com certeza. Então querendo ganhar tempo, falou:
- Sargento, sargento! Eu sei que o senhor está querendo me levar preso, mas acho que, no momento, essa não é uma boa ideia. Voltar para a base agora é suicídio. Vamos até a nossa casa, para cuidar do soldado. Lá vocês estarão protegidos. É muito arriscado ficar andando por aí, porque com certeza vão ser um alvo fácil.
........Continua Semana que vem!